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ConflitosIsrael

Israel afirma ter destruído túneis do Hamas em Gaza

17 de maio de 2021

Conflito entra na segunda semana com exército israelense conduzindo novo ataque aéreo com mais de 50 aeronaves à Faixa de Gaza. Onda de hostilidades já deixou mais de 200 mortos.

Prédios destruídos em bombardeio na cidade de Gaza
Ofensiva israelense mira alvos na cidade de GazaFoto: Anas Baba/AFP/Getty Images

Israel voltou a fazer dezenas de ataques aéreos entre a noite de domingo e a madrugada desta segunda-feira (17/05) na Faixa de Gaza, enquanto grupos militantes palestinos disparavam foguetes contra Israel.

Os ataques foram mais intensos e mais longos do que os anteriores, segundo testemunhas palestinas.

O Exército israelense afirmou que mais de 50 aeronaves conduziram um ataque de 20 minutos à Gaza pouco antes do amanhecer desta segunda-feira. Elas atingiram 35 "alvos terroristas" e destruíram mais de 15 quilômetros de túneis e as residências de nove comandantes do Hamas.

No domingo, ataques aéreos israelenses à Gaza destruíram três edifícios e mataram ao menos 42 pessoas, segundo médicos palestinos, naquele que foi o dia mais mortífero da atual escalada de violência no Oriente Médio.

Apesar do alto número de vítimas, incluindo civis, e dos apelos internacionais por um cessar-fogo, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, afirmou que a campanha militar vai continuar com força total e demorar para terminar.

O Hamas também continuou lançando foguetes a partir de Gaza em direção a áreas civis em Israel. Um deles atingiu uma sinagoga na cidade de Ashkelon horas antes dos serviços noturnos para o feriado judeu de Shavuot, disseram os serviços de emergência israelenses. Não foram relatados feridos.

Mais de 200 mortos em uma semana

Autoridades médicas de Gaza afirmaram que 198 palestinos morreram desde o início da nova onda de hostilidades, incluindo 58 crianças e 34 mulheres.

O Exército de Israel afirmou que militantes palestinos dispararam cerca de 3.100 foguetes da Faixa de Gaza na direção de Israel. Destes, 460 não ultrapassaram a fronteira e caíram na Faixa de Gaza. O sistema de defesa da Israel interceptou cerca de 90% dos demais.

Apesar do sistema de defesa, alguns dos foguetes atingiram Israel. Militares israelenses disseram que os foguetes palestinos já causaram a morte de oito pessoas, incluindo uma criança de 5 anos.

O Hamas e o grupo aliado Jihad Islâmica dizem que 20 de seus combatentes foram mortos desde que os combates eclodiram na segunda-feira e que as demais mortes foram todas civis. Israel afirma que o número real de não civis mortos é muito superior.

O conflito começou na segunda-feira passada com hostilidades em Jerusalém e logo virou o mais intenso combate na região desde 2014. Testemunhas palestinas afirmaram que esta é a guerra com maior grau de destruição das quatro já ocorridas entre Israel e o Hamas.

EUA bloqueiam declaração do Conselho de Segurança

O Conselho de Segurança da ONU não conseguiu chegar a um acordo sobre uma declaração conjunta na terceira reunião de emergência sobre o atual conflito entre israelenses e palestinos. A sessão, que transcorreu de forma virtual neste domingo, foi marcada por acusações recíprocas entre os dois lados do conflito.

O chefe da diplomacia palestina, Riyad Al-Maliki, acusou Israel de crimes de guerra. Já o embaixador de Israel nos Estados Unidos da América e na ONU, Gilad Erdan, afirmou que o Hamas optou por acelerar as tensões e que a guerra foi premeditada.

Os 15 membros do Conselho de Segurança continuaram as negociações sobre um texto comum que visa pedir o fim das hostilidades e reafirmar uma solução de dois Estados, com base em resoluções já adotadas pela ONU.

Mas, de acordo com vários diplomatas, os Estados Unidos, numa posição considerada incompreensível por muitos de seus aliados, continuam recusando qualquer declaração conjunta e já rejeitaram dois textos propostos.

O secretário-geral da ONU, António Guterres, disse estar consternado com as mortes de civis e que o conflito tem potencial para desencadear uma crise de segurança e humanitária incontrolável. Ele também se declarou perturbado com o ataque de Israel a um prédio que abrigava escritórios da agência de notícias Associated Press e da emissora árabe Al Jazeera. Israel destacou que avisou os jornalistas do ataque e ordenou a evacuação do edifício.

as/cn (Lusa, AP, Reuters)

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