1. Pular para o conteúdo
  2. Pular para o menu principal
  3. Ver mais sites da DW
ConflitosIsrael

Israel ataca áreas perto de Rafah, no sul de Gaza

6 de maio de 2024

Ataques ocorrem poucas horas depois de cerca de 100 mil pessoas leste de Rafah receberem ordem de retirada dos israelenses. Hamas afirma ter aceitado acordo de cessar-fogo mediado por Egito e Catar; Israel diz se opor.

Muita fumaça sobre a cidade
Bombardeios atingiram áreas ao leste de RafahFoto: AFP/Getty Images

Caças israelenses atacaram nesta segunda-feira (06/05) duas áreas no leste de Rafah, poucas horas depois de pessoas na região desta cidade no sul da Faixa de Gaza terem sido instruídas a deixar a área. 

A ONU estima que mais de 1,2 milhão de pessoas, a maior parte delas deslocadas pelos combates, estão na cidade de Rafah, contra a qual Israel insiste há meses que pretende levar adiante uma ofensiva militar de grande envergadura.

Segundo a agência de defesa civil de Gaza, as zonas atingidas estão próximas do aeroporto internacional de Gaza, das áreas de Al-Shuka e Abu Halawa, da rodovia Salah al-DinRafah e também do bairro de Al-Salam.

Os bombardeios aéreos e de artilharia israelenses "estão em curso desde a noite passada e intensificaram-se a partir da manhã", disse um porta-voz da defesa civil palestina à agência de notícias francesa AFP.

Os militares israelenses haviam ordenado anteriormente que as pessoas se retirassem de Al-Shuka e Al-Salam.

No início do dia, a emissora de TV Al-Aqsa TV, afiliada ao grupo terrorista Hamas, noticiou que Israel havia realizado ataques aéreos nas áreas orientais de Rafah.

Palestinos que deixaram Rafah após ordens israelenses chegam a Khan YounisFoto: AFP/Getty Images

Cerca de 100 mil moradores de áreas ao leste de Rafah, perto da fronteira com o Egito, receberam mensagens e folhetos na manhã desta segunda-feira pedindo que se dirigissem à "zona humanitária ampliada" de Al-Mawasi, comunicaram as Forças de Defesa de Israel (FDI).

Os folhetos afirmam que os militares israelenses estavam prestes a iniciar uma forte operação contra organizações terroristas na região. "Qualquer pessoa que permanecer nos locais colocará em risco a si mesmo e aos membros de sua família. Para sua segurança, retire-se imediatamente para a zona humanitária expandida em Al-Mawasi", afirma um dos panfletos divulgados.

As FDI comunicaram que a retirada de civis é uma operação temporária e "de escala limitada" para tirar a população civil do perigo, mas não especificaram por quanto tempo os residentes devem obedecer às ordens de retirada forçada.

A declaração também detalhou que a área de Al-Mawasi, perto da cidade de Khan Younis, foi ampliada e está recebendo mais ajuda humanitária, como "hospitais de campanha, tendas, mais alimentos, água, remédios e suprimentos adicionais".

Acordo de cessar-fogo

Após os ataques ao leste de Rafah, o Hamas anunciou no começo da noite desta segunda-feira (horário local) ter aceitado uma proposta de cessar-fogo mediada pelo Egito e o Catar.

A decisão foi comunicada pelo chefe do gabinete político do Hamas, Ismail Haniyeh, em um telefonema aos governos egípcio e catari.

Em uma reação inicial, Israel classificou a ideia como "inaceitável". Segundo a mídia israelense, o acordo aprovado pelo Hamas não teria sido o mesmo negociado por Israel com o Egito há cerca de dez dias.

A agência de notícias Reuters citou uma fonte israelense que falou de uma "proposta diluída do Egito" à qual o Hamas se referia. A mesma fonte disse à Reuters que parece ser uma manobra do Hamas "para fazer Israel aparecer como quem se opõe ao acordo".

Os detalhes do acordo não foram divulgados.

Biden pressiona Netanyahu

O governo de Israel afirma que Rafah, que fica na fronteira com o Egito, é o último reduto do Hamas na Faixa de Gaza.

Organizações de ajuda humanitária e os aliados de Israel alertaram que uma ofensiva terrestre israelense em Rafah poderia agravar a crise humanitária no enclave palestino.

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, reiterou no domingo que Israel não encerrará a guerra em Gaza, mesmo que haja um acordo de trégua temporário com o Hamas, e há meses vem se referindo à "necessidade" de destruir os batalhões do grupo terrorista islâmico que ainda operam em Rafah.

A ordem de evacuação foi dada menos de 24 horas depois de ataques com morteiros do Hamas terem matado quatro soldados israelenses e ferido outros dez no sul da Faixa de Gaza, perto da passagem de Kerem Shalom, que permanece fechada desde o incidente.

A Casa Branca declarou que o presidente dos EUA, Joe Biden, falou por telefone nesta segunda-feira com Netanyahu. Biden reiteradamente alertou o primeiro-ministro israelense que invadir Rafah seria um erro.

as/le (Lusa, AFP, Reuters)

Pular a seção Mais sobre este assunto