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ConflitosOriente Médio

Israel ataca alvos no Iêmen, prossegue ofensiva no Líbano

29 de setembro de 2024

Alvos iemenitas eram usados para fins militares pela milícia houthi. Em Beirute, IDF matam vice-chefe do conselho central do Hezbollah, Nabil Kaouk, dois dias após eliminar o líder do grupo, Hassan Nasrallah.

Fumaça sobre Hodeida, Iêmen, após ofensiva aérea israelense
Fumaça sobre cidade portuária de Hodeida, no Iêmen, após ofensiva aérea israelenseFoto: Stringer/REUTERS

A Força Aérea israelense bombardeou neste domingo (29/09), no oeste do Iêmen, usinas de energia e um porto utilizado pelos houthis, aliados do Irã. Na véspera, a milícia rebelde afirmou ter atingido com um míssil o Aeroporto Ben Gurion.

"Numa operação aérea de ampla escala, hoje dezenas de veículos da Força Aérea, inclusive jatos de combate, aviões de abastecimento e de reconhecimento, atacaram alvos de uso militar do regime terrorista houthi nas áreas de Ras Issa e Hodeida, no Iêmen", anunciou o porta-voz das Forças de Defesa Israelenses (IDF), capitão David Avraham.

Em julho, em retaliação por uma ofensiva fatal com drones dos houthis em Tel Aviv, os militares israelenses já haviam bombardeado a cidade portuária de Hodeida, provocando um incêndio de grande escala e seis mortes.

Mulher libanesa que precisou deixar sua casa devido aos bombardeios em Beirute chora morte de NasrallahFoto: Louisa Gouliamaki/REUTERS

Morto mais um comandante do Hezbollah

Enquanto isso, no Líbano, foi morto mais um membro do alto escalão do Hezbollah. Segundo o Exército israelense, Nabil Kaouk, vice-chefe do conselho central da milícia islâmica, foi morto num ataque aéreo no sábado, num subúrbio da capital Beirute.

Israel continuou realizando dezenas de novos ataques contra alvos do Hezbollah no Líbano, dois dias após matar o líder do grupo radical, Hassan Nasrallah, em um bombardeio ao sul da capital Beirute. Segundo os militares, os ataques visaram "edifícios onde estavam armazenadas armas e estruturas militares da organização".

Um dos bombardeios aéreos aconteceu na região no nordeste do Líbano e matou 11 pessoas na manhã deste domingo, segundo informou a agência Associated Press (AP).

Israel tem desferido massivos ataques diários contra o grupo extremista, iniciados em 18 de setembro com pagers explosivos, no que tem sido a maior escalada de violência em um ano de conflito no Oriente Médio, que já matou mais de 1.200 israelenses e 40 mil palestinos. Segundo as autoridades do país, mais de 700 libaneses foram mortos só nesta semana.

O chefe de refugiados da ONU, Filippo Grandi, afirma que mais de 200 mil pessoas estão deslocadas e alojadas em abrigos dentro do Líbano e mais de 50 mil fugiram para a vizinha Síria. No entanto, há estimativas de que o número de pessoas que tiveram de deixar suas casas seja quatro vezes maior, passando de 1 milhão. O governo libanês converteu escolas e outras instalações em abrigos temporários. Ainda assim, muitos estão dormindo nas ruas ou em praças públicas.

Grupo carrega foto de Hassan Nasrallah em rua de Beirute, lamentando a morte do líder Foto: picture alliance / Anadolu

Irã pede reunião de emergência do Conselho de Segurança da ONU

O líder do Hezbollah era considerado o homem mais poderoso do Líbano, e o temor é de que a sua morte promova ainda mais retaliações em todo o Oriente Médio. Após o assassinato, o Hezbollah intensificou os ataques a Israel, que já duram meses. A milícia houthi, do Iêmen, também ameaçou o Estado judeu com novos ataques.

Os dois grupos compõem o chamado Eixo de Resistência, liderado pelo Irã, que também inclui a organização radical islâmica palestina Hamas, na Faixa de Gaza, além de grupos xiitas na Síria e no Iraque. O objetivo em comum é destruir Israel.

O Irã solicitou uma reunião de emergência do Conselho de Segurança da ONU sobre a morte de Nasrallah. Em um comunicado, o embaixador do Irã na ONU, Amir Saeid Irawani, apelou ao colegiado para que tome "medidas imediatas e decisivas para parar a agressão contínua de Israel e evitar que a região seja arrastada para uma guerra total".

O exército israelense comunicou que Nasrallah foi morto num ataque aéreo contra seu quartel-general, em um subúrbio de Beirute, durante uma reunião de líderes do Hezbollah. Também o vice-comandante da Guarda Revolucionária Iraniana, Abbas Nilforushan, morreu no ataque aéreo, segundo a agência de notícias estatal iraniana Irna.

"Estes grandes sacrifícios e esta grande injustiça não terão sido em vão", disse o líder houthi, Abdul Malik al-Huthi, durante discurso televisionado no sábado. Após os recentes ataques de drones e foguetes contra Israel, a sua milícia está pronta para uma "escalada".

sf/av/as (AP, AFP, ots)

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