Israel ataca posição militar perto do aeroporto de Damasco
27 de abril de 2017
Alvo seria armazém de armas e munições enviadas pelo grupo xiita libanês Hisbolá através do Irã. Ambos apoiam o regime de Bashar al-Assad na guerra civil que já dura seis anos.
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Israel atacou com mísseis no início da manhã desta quinta-feira (27/04) uma posição militar perto do aeroporto internacional de Damasco, noticiou a agência de notícias oficial da Síria, a Sana. "Uma posição militar no sudoeste do aeroporto de Damasco foi alvo de um ataque israelense com mísseis disparados a partir do território ocupado, o que causou explosões no local que resultaram em danos materiais", disse uma fonte militar, citada pela Sana.
Segundo rebeldes que lutam contra o regime do presidente Bashar al-Assad, o alvo foi um depósito de armas e munições operado pelo grupo xiita libanês Hisbolá, aliado do regime. As armas armazenadas no local teriam sido enviadas pelo Irã por aviões de carga comerciais e militares para o grupo xiita libanês Hisbolá.
Vídeos divulgados por emissoras libanesas e compartilhados nas redes sociais mostram que os ataques provocaram incêndios, sugerindo a existência de armas e combustíveis contendo explosivos no local. A emissora de TV Al Manar, ligada ao Hisbolá, noticiou que o ataque atingiu tanques de combustível e armazéns e que não houve vítimas.
Como de praxe, as Forças Armadas israelenses evitaram se pronunciar sobre o caso e não confirmaram nem desmentiram a acusação. A imprensa israelense trata o ataque como tendo sido executado por Israel.
Apesar de não confirmar a autoria, Israel sugeriu envolvimento. "O incidente na Síria corresponde totalmente às políticas de Israel de agir para evitar o contrabando de armas avançadas do Irã para o Hisbolá via Síria", afirmou o ministro da Inteligência Israel Katz à Rádio do Exército, acrescentando que o premiê israelense, Benjamin Netanyahu, "disse que iremos agir sempre que recebermos informações que indiquem a intenção de transferir armas modernas ao Hisbolá".
Assad conta com o apoio da Rússia, do Irã e de milícias xiitas regionais na guerra civil, que já dura seis anos. Estas incluem o Hisbolá, um aliado próximo de Teerã e inimigo de Israel, que, por sua vez, descreve o grupo como a maior ameaça que enfrenta em suas fronteiras. Em 2006, os dois se enfrentaram numa guerra de um mês.
IP/rtr/afp/lusa/efe/ap
Síria: patrimônio histórico destruído na guerra civil
Cerca de 300 locais de interesse histórico já foram danificados, saqueados ou totalmente destruídos na guerra civil da Síria. Uma excursão aos patrimônios culturais ameaçados do país.
Foto: Fotolia/Facundo
Destruição
Em quase quatro anos, a guerra civil síria contabilizou centenas de milhares de mortos e o deslocamento de cerca de dez milhões de pessoas. Análises do Instituto das Nações Unidas para a Formação e Pesquisa (Unitar, em inglês) feitas por satélites mostram a destruição de patrimônios culturais no país. Nesta foto, o centro histórico de Damasco.
Foto: picture-alliance/dpa/M. Tödt
Mesquita dos Omíadas
A análise revelou que 290 sítios culturais foram fortemente atingidos. Do ano 708, a Mesquita dos Omíadas, em Damasco, teve o mosaico de sua fachada destruído por tiros.
Foto: picture-alliance/blickwinkel/Neukirchen
Imagem de destruição
Especialmente atingida foi a metrópole de Aleppo, que, com 7 mil anos de história de assentamentos, faz parte das cidades mais antigas do mundo. A imagem de satélite à direita mostra a destruição na região próxima à cidadela.
Foto: US Department of State, Humanitarian Information Unit, NextView License (DigitalGlobe)
Antes dos tiros
A Mesquita dos Omíadas, em Aleppo, também foi fortemente danificada. A mesquita, do ano 715, foi reconstruída diversas vezes nos séculos seguintes à sua construção. Especialmente o minarete, do ano de 1092, é considerado uma obra-prima arquitetônica. Aqui, uma foto da mesquita antes de ser destruída.
Foto: picture alliance/Bibliographisches Institut/Prof. Dr. H. Wilhelmy
Troca de acusações
O minarete da Mesquita dos Omíadas foi destruído durante uma batalha, em 2013. Hoje sobrou somente o escombro, já que grande parte da edificação foi gravemente danificada. O governo e os rebeldes acusam-se mutuamente.
Foto: J. Al-Halabi/AFP/Getty Images
Luta implacável
A batalha entre o governo e rebeldes por Aleppo ocorre desde 2012 e faz com que os danos sejam proporcionais ao tempo do confronto. O hotel Carlton, de 150 anos, em frente à cidadela de Aleppo, era famoso, entre outros motivos, por seu interior histórico e bem conservado.
Foto: CC-SA-BY-Preacher lad
Totalmente destruído
Hoje não sobrou nada do hotel. Em maio de 2014 foram acionados explosivos em um túnel localizado embaixo da construção. De 210 prédios históricos analisados pela Unitar em Aleppo, a metade foi danificada e um quinto foi totalmente destruído.
Foto: picture-alliance/AP Photo
Mercado de "conto de fadas"
Visitantes do mercado de Aleppo se sentiam num conto de fadas das mil e uma noites. O bazar, que permaneceu inalterado desde o século 16, consistia de uma longa rede de vielas totalizando sete quilômetros.
Foto: AP
Perdido para sempre
Em 2012, um incêndio causou danos irreversíveis ao mercado. De acordo com números oficiais, 1.500 das 1.600 lojas no bazar foram danificadas ou destruídas.
Foto: AP
Inconquistável, mas…
Numa fortaleza curda, foi construído durante os séculos 12 e 13 o chamado Forte dos Cavaleiros, um castelo para cavaleiros das Cruzadas. A edificação era conhecida por nunca ter sido conquistada por meio de guerra ou de cerco.
Foto: picture-alliance/AP Photo/D. Vranic
… não indestrutível
O castelo, que se localiza ao leste de Homs e próximo à fronteira com o Líbano, foi submetido novamente à artilharia de fogo e ataques aéreos. A luta deixou o teto e muros destruídos, como também partes da edificação desmoronadas.
Foto: picture-alliance/AP Photo/D. Vranic
Impossível de se reconhecer
Dura Europos foi fundada no ano 300 a.C. como uma colônia militar. Aqui não somente as batalhas, mas também os constantes saques foram responsáveis para que muitas edificações da chamada "Pompeia síria" não sejam mais reconhecíveis.
Foto: picture-alliance/akg-images/Leo G. Linder
Templo destruído
A cidade de Palmira é considerada um dos centros culturais da antiguidade. Lutas, saques e o roubo de pedras afetaram consideravelmente as atrações históricas. De 2 mil anos, o templo de Baal – na foto, antes da guerra civil – perdeu uma de suas colunas.