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ConflitosIsrael

Israel confirma que realizou "ataque direcionado" em Beirute

Publicado 30 de julho de 2024Última atualização 31 de julho de 2024

Militares israelenses afirmam que ataque teve como alvo o comandante veterano do Hezbollah. Autoridades libanesas afirmam que três civis morreram, entre eles duas crianças, e 74 pessoas ficaram feridas.

Veículos cobertos com pó após ataque em Beirute
Bombardeio por Israel causou destruição em BeiruteFoto: ANWAR AMRO/AFP/Getty Images

Uma explosão foi registrada nesta terça-feira (30/07) num subúrbio do sul de Beirute, capital do Líbano. Pouco depois, as Forças de Defesa de Israel (FDI) confirmaram que realizaram um "ataque direcionado" na região, reduto do Hezbollah. Segundo Israel, o alvo era um comandante do grupo xiita supostamente responsável por um ataque que provocou a morte de 12 crianças e adolescentes israelenses no fim de semana nas Colinas de Golã – território montanhoso pouco povoado, no sudoeste da Síria e sul do Líbano, controlado em sua quase totalidade por Israel.

De acordo com o Ministério da Saúde do Líbano, o episódio desta terça em Beirute procovou a morte de três civis, entre eles duas crianças, e deixou 74 feridos.

Segundo a agência de notícias Reuters, o alvo seria Muhsin Shukr ou Fuad Shukr, um veterano do Hezbollah que teve envolvimento nos ataques terroristas que provocaram a morte de quase 300 soldados americanos e franceses no Líbano em 1983.

Israel afirma que o bombardeio foi bem-sucedido e que Shukr está morto. Uma fonte do Hezbollah confirmou horas depois que Shukr de fato morreu na ação.

A operação marca uma nova escalada entre o país e o Hezbollah, num contexto de temor na região em relação a uma guerra total no Líbano. Nos últimos dias, os Estados Unidos vinham tentando convencer Israel a não expandir qualquer ação militar para Beirute, temendo a precipitação de um conflito mais amplo.

Segundo a imprensa israelense, o governo do país se reuniu na segunda-feira para discutir novas ações contra o Hezbollah, mas as preparações para um novo ataque militar se atrasaram por causa de uma manifestação de ativistas e políticos de ultradireita que invadiram duas bases militares para protestar contra a detenção de nove soldados israelenses suspeitos de torturar um preso palestino.

Crianças mortas em Golã

No sábado, Israel culpou o Hezbollah por um ataque com míssil que provocou a morte de 12 crianças nas Colinas de Golã, antigo território sírio anexado por Israel no nordeste do país. O grupo xiita negou que tenha sido responsável. Esse foi o ataque mais mortífero contra civis israelenses desde a ofensiva terrorista lançada pelo grupo palestino Hamas em 7 de outubro de 2023, que foi o estopim para que Israel invadisse a Faixa de Gaza.

Nesta terça-feira, um membro do Hezbollah confirmou que um ataque atingiu um local usado pelo grupo em Beirute. Fotos mostram vários edifícios danificados no local.

Segundo um comunicado militar, no último domingo Israel já havia lançado seus primeiros ataques retaliatórios, bombardeando simultaneamente, na madrugada, sete regiões no interior e no sul do Líbano: Sabrinha, Borj El Chmali, Beka'a, Kfar Kila, Rab a-Taltin, Al Khyam e Tir Hafa.

No mesmo dia, o Ministério das Relações Exteriores de Israel fez acusações tanto contra os xiitas como contra o Irã: "Não há dúvida de que o Hezbollah ultrapassou todas as linhas vermelhas, e a resposta refletirá isso. Estamos nos aproximando do momento em que enfrentaremos uma guerra total", anunciou o ministro Israel Katz no Canal 12 de Israel.

O Irã, por sua vez, advertiu Israel para não realizar "novas aventuras" no Líbano: "Qualquer ação ignorante do regime sionista poderia levar a uma maior instabilidade, insegurança e guerra na região. O regime [israelense] será o principal e definitivo responsável das consequências e reações imprevistas de um comportamento tão estúpido", afirmou um porta-voz iraniano.

jps/av/gb (ots)

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