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Religião

Israel decide remover detectores de metal do Monte do Templo

25 de julho de 2017

Governo diz ter acatado recomendação de órgãos de segurança contra sistema de inspeção que restringiu o acesso ao local sagrado em Jerusalém. Medida havia gerado conflitos intensos entre israelenses e palestinos.

Detectores de metal foram instalados nas entradas do Monte do Templo após um ataque que deixou dois policiais israelenses mortos
Detectores de metal foram instalados nas entradas do complexo após um ataque que matou dois policiais israelensesFoto: picture-alliance/dpa/M. Illean

Autoridades israelenses decidiram na noite desta segunda-feira (24/07) remover os detectores de metal instalados nos acessos ao Monte do Templo, em Jerusalém, local sagrado para muçulmanos, judeus e cristãos. A medida de segurança gerou conflitos intensos entre israelenses e palestinos.

Em comunicado, o gabinete do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, afirmou que o governo acatou "a recomendação de vários órgãos de segurança sobre trocar a inspeção com detectores de metal para uma inspeção de segurança baseada em tecnologias mais avançadas".

A decisão foi tomada pelo gabinete do premiê após horas de discussões internas, além da intervenção diplomática das Nações Unidas e alguns países, como os Estados Unidos.

Israel decidiu instalar detectores de metal nas entradas do Monte do Templo após um ataque que deixou dois policiais israelenses mortos em 14 de julho passado. Os três atiradores árabe-israelenses morreram durante a fuga.

Para os palestinos, no entanto, a diretriz de segurança era uma forma de Israel obter maior controle sobre o local sagrado. Em protesto, eles têm se recusado a entrar no complexo e oram nas ruas, do lado de fora do Monte do Templo.

A medida do governo de Israel gerou uma escalada da violência, levando à morte de ao menos quatro palestinos e três israelenses em intensos conflitos nos últimos dias.

Mais cedo nesta segunda-feira, o enviado da ONU para o Oriente Médio, Nickolay Mladenov, havia clamado por uma solução para a crise em torno da questão antes da próxima sexta-feira, dia de orações muçulmanas, alegando que os choques em Jerusalém podem ter efeitos "catastróficos".

"Ninguém deve se equivocar e pensar que estes incidentes são locais. Pode ser que aconteçam em apenas algumas centenas de metros quadrados, mas afetam milhões de pessoas no mundo todo", disse Mladenov após uma reunião com integrantes do Conselho de Segurança da ONU.

Monte do Templo

O Monte do Templo é um dos sítios religiosos mais importantes e politicamente sensíveis do mundo por ser um local sagrado para três religiões: o islã, o judaísmo e o cristianismo. Os árabes o chamam de Haram al-Sharif.

Pela sua importância, e também por estar localizado na cidade antiga de Jerusalém, no lado oriental da cidade, ocupado por Israel e reivindicado pela Autoridade Nacional Palestina, ele está no centro do conflito entre israelenses e palestinos e é alvo frequente de polêmicas.

O local abriga três construções que datam dos primórdios do Califado Omíada, o segundo dos quatro califados islâmicos estabelecidos depois da morte do profeta Maomé: a Mesquita de al-Aqsa, o Domo da Rocha e o Domo da Cadeia.

A Mesquita de al-Aqsa é o terceiro local mais sagrado do islã sunita, atrás apenas de Meca e Medina. Já o Domo da Rocha é o local de onde Maomé ascendeu ao céu, segundo a tradição islâmica.

É no limite ocidental do Monte do Templo que fica o Muro das Lamentações, única parte que restou do Templo de Herodes e o local de oração mais sagrado do judaísmo.

EK/afp/dpa/efe/rtr/ots

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