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PolíticaOriente Médio

Israel e Bahrein normalizam relações diplomáticas

18 de outubro de 2020

Países oficializam acordo em cerimônia na capital do Bahrein, que se torna o quarto país árabe a restabelecer laços com Israel. Pacto foi mediado por Trump, que espera que assinatura impulsione sua campanha eleitoral.

Autoridades de Bahrein, Estados Unidos e Israel assinam acordo em Manama
Evento em Manama contou com o secretário do Tesouro dos EUA, Steven MnuchinFoto: Ronen Zvulun/AFP

Israel e Bahrein formalizaram suas relações diplomáticas neste domingo (18/10), tornando o pequeno país do Golfo Pérsico o quarto Estado árabe a normalizar os laços com Israel.

O acordo – acertado em setembro sob mediação dos Estados Unidos – foi assinado em cerimônia na capital do Bahrein, Manama, com a presença de uma delegação de autoridades israelenses. O grupo partiu de Tel Aviv neste domingo no primeiro voo direto entre os dois países.

As duas partes também assinaram uma série de memorandos de entendimento nas áreas econômica, comercial, aérea e tecnológica, abrindo ainda mais a rica nação do Golfo ao Estado judaico.

Durante a cerimônia de assinatura do acordo, o ministro do Exterior do Bahrein, Abdullatif al-Zayani, saudou o que chamou de "início das relações entre os dois países, que levará a uma cooperação construtiva em vários campos".

Segundo ele, a decisão de normalizar os laços com Israel vem da "crença nos valores da tolerância, em uma região cujo povo tem sofrido com guerras e conflitos".

O rei Hamad bin Isa al-Khalifa, o príncipe herdeiro e o primeiro-ministro do Bahrein não compareceram ao evento, informaram jornalistas presentes.

O acordo entre os dois países foi anunciado em meados de setembro pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. "Mais uma vitória histórica!", escreveu ele à época em sua conta no Twitter, afirmando que mais países seguirão o exemplo. 

O anúncio ocorreu menos de um mês após Israel e Emirados Árabes Unidos assinarem também um acordo de paz histórico. Assim, o Bahrein se torna a quarta nação árabe a estabelecer laços diplomáticos com Israel, depois de Egito, Jordânia e Emirados Árabes.

A normalização das relações israelenses com aliados dos EUA no Oriente Médio, incluindo as ricas monarquias do Golfo, representa uma vitória para Trump em termos de política externa, o que ele espera que impulsione sua campanha eleitoral à reeleição no pleito de 3 de novembro.

Os acordos são também um objetivo fundamental da estratégia regional do presidente americano para conter as aspirações do Irã, que considera ser uma ameaça para a paz na região.

Economicamente dependente da Arábia Saudita, Bahrein compartilha com Israel a mesma hostilidade em relação a Teerã, que acusam de instrumentalizar a comunidade xiita contra a dinastia sunita, promovendo fins terroristas.

Assim como os Emirados Árabes Unidos, Bahrein também nunca lutou numa guerra contra Israel e não compartilha fronteiras com o país. Mas, como a maioria das nações árabes, havia cortado os laços com Israel devido ao conflito com os palestinos.

Localizada na costa da Arábia Saudita, a ilha de Bahrein está entre os menores países do mundo, com cerca de 760 quilômetros quadrados, e abriga uma base naval americana e uma britânica. Apesar de ser governado desde 1738 por uma dinastia sunita, Bahrein possui uma população de maioria xiita e teme a presença do Irã, que acusa de armar militantes na ilha.

Já a população xiita acusa o governo do país de tratá-los como cidadãos de segunda classe. Em 2011, uma onda de protestos por democracia e mais liberdades políticas eclodiu na ilha. O movimento foi reprimido com violência com tropas enviadas pela Arábia Saudita e pelos Emirados Árabes. Nos últimos anos, Bahrein reprimiu todos os dissidentes e prendeu ativistas.

EK/afp/ap/efe

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