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Israel faz disparos de advertência contra a Síria

11 de novembro de 2012

Israelenses justificam disparos como resposta a morteiro procedente do país vizinho que atingiu as Colinas de Golã. Em Doha, oposição ao regime sírio concorda em formar coalizão de forças para tirar presidente do poder.

UN officers, one using binoculars, look towards Syria as they stand along the border between Majdal Shams in the Golan Heights, and Syria, as security is tightened ahead of Land Day,Friday, March 30, 2012. March 30 is traditionally marked by Israeli Arabs as "Land Day," a time of protests against the confiscation of Arab-owned lands by Israel. In recent years, Palestinians have joined in. (Foto:Ariel Schalit/AP/dapd)
Golan HöhenFoto: AP

Militares de Israel fizeram disparos de advertência neste domingo (11/11) em direção à Síria, em resposta a um morteiro que caiu em uma área ocupada pelos israelenses nas Colinas de Golã. A rádio pública israelense afirmou que essa foi a primeira vez que Israel dispara contra Síria desde 1973, quando houve a Guerra Árabe-Israelense. Não foram registradas vítimas da explosão do morteiro.

As Forças de Defesa de Israel apresentaram uma queixa por meio das forças de paz da ONU que operam na área, afirmando que "disparos vindos da Síria contra Israel não serão tolerados e serão respondidos duramente".

As Colinas de Golã são um território tomado da Síria por Israel em 1967 e anexado pelos israelenses em 1981. A comunidade internacional nunca reconheceu a medida. Apesar de não ter havido um acordo formal de paz, as Colinas de Golã são consideradas relativamente pacíficas desde 1970.

Em uma reunião semanal de gabinete neste domingo, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, disse que Israel está "monitorando de perto o que está acontecendo na fronteira com a Síria". "Lá também estamos preparados para qualquer incidente."

De olho em Gaza

Na mesma reunião, ele afirmou que Israel está disposto a intensificar suas ofensivas à Faixa de Gaza, após lançar neste domingo ataques contra aquele território pelo segundo dia consecutivo.

Os confrontos começaram quando militantes palestinos dispararam na tarde de sábado um míssil antitanque contra um jipe israelense de patrulha, perto da parte nordeste da fronteira, ferindo quatro soldados israelenses.

Desde então, seis palestinos foram mortos, incluindo dois membros do grupo radical Jihad Islâmica, atingidos por ataques aéreos israelenses de represália, realizados no norte da cidade de Gaza, além de outras quatro pessoas identificadas pelas autoridades palestinas como civis. Elas disseram que outros 32 palestinos foram feridos.

Menino olha destruição em casa atingida por ataque aéreo israelense na cidade de GazaFoto: Reuters

O Centro Palestino para os Direitos Humanos, baseado em Gaza, identificou os quatro mortos. Dois deles eram irmãos, com idades de 16 e 17 anos, atingidos por estilhaços de um projétil de tanque em um campo onde eles brincavam. A organização disse ainda que os outros dois jovens tinham entre 18 e 19 anos e foram mortos após tiros de tanques terem atingido uma casa.

Milhares de palestinos participaram no domingo dos funerais dos seis mortos. No cortejo, muitos gritaram pedindo vingança. O braço armado da Frente Popular para a Libertação da Palestina assumiu responsabilidade pelo ataque de sábado contra o jipe militar israelense.

Ataque de sábado quebrou a trégua oficial entre Hamas e Israel intermediada pelo Egito em outubro.

Hamas, o movimento islâmico atualmente no poder em Gaza, afirmou que seus militantes se juntaram a outras facções no domingo, participando de dezenas de disparos de foguetes de curto alcance a partir de Gaza em direção ao sul de Israel. Quatro israelenses foram feridos por estilhaços de foguetes, de acordo com uma porta-voz da polícia israelense.

Pressão contra Assad

Neste domingo, grupos de oposição ao governo da Síria fecharam um acordo inicial para formar uma nova coalizão de forças que lutará pelo fim do regime do presidente Bashar al Assad.

Oposição ao regime de Bashar al Assad reúne-se em DohaFoto: KARIM JAAFAR/AFP/Getty Images

O novo grêmio, formado por grupos atuando dentre e fora da Síria, será chamado Coalizão Nacional Síria de Oposição e Forças Revolucionárias. Nos planos estão a formação de uma assembleia com 55 a 60 membros, além de um conselho militar incluindo grupos rebeldes, como o Exército Síria Livre, e um conselho jurídico.

O Conselho Nacional Sírio, que liderou as atividades da oposição no exterior durante o último ano, perdeu a confiança dos EUA e de outros poderes, que passaram a enxergar o grupo como ineficaz e prejudicado por disputas pessoais.

Enquanto a decisão era anunciada em Doha, bombardeios aconteciam em Ras al Ain, área próxima à fronteira com a Turquia. Rebeldes do Exército Síria Livre haviam ocupado o território no dia anterior, de acordo com a oposição.

MD/rtr/dpa/ap/afp
Revisão: Mariana Santos

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