Israel rejeita cessar-fogo
5 de janeiro de 2009A ministra israelense das Relações Exteriores, Tzipi Livni, afirmou após reunião com uma delegação de diplomatas europeus, nesta segunda-feira (05/01) em Jerusalém, que a luta contra o Hamas vai continuar, frustrando os esforços da União Europeia (UE) em favor de um final imediato do conflito.
"Combatemos o terrorismo e não vamos fazer acordo com o terrorismo", disse Livni, numa referência ao grupo islâmico Hamas, que domina a Faixa de Gaza desde junho de 2007 e é classificado como uma organização terrorista por israelenses e europeus.
Posição semelhante apresentou o ministro israelense da Defesa, Ehud Barack. Ele anunciou que a ofensiva militar continuará porque nem todos os objetivos foram alcançados. "Fazemos tudo o que um Estado deve fazer para proteger sua população."
Segundo Livni, Israel age para mudar uma situação na qual é atacado sem mostrar resistência. "Essa não vai ser mais a equação nessa região. Se Israel for atacado, vai contra-atacar", afirmou.
Segundo o ministro tcheco das Relações Exteriores, Karel Schwarzenberg, a conversa com a ministra foi "muito aberta e honesta". Ele esteve em Jerusalém acompanhado dos ministros francês e sueco das Relações Exteriores, Bernard Kouchner e Carl Bild, da comissária europeia para Assuntos Externos, Benita Ferrero-Waldner, e do chefe da diplomacia europeia, Javier Solana.
Sarkozy negocia
Também o presidente da França, Nicolas Sarkozy, esteve nesta segunda-feira no Oriente Médio na condição de co-presidente da União para o Mediterrâneo. Sarkozy se encontrou com o presidente do Egito, Hosni Mubarak, no balneário egípcio de Sharm el-Sheikh. O encontro entre os dois chefes de Estado sucedeu a reunião de Husni com a delegação chefiada pela República Tcheca.
Segundo a agência de notícia estatal egípcia Mena, Sarkozy e Mubarak discutiram o que o governo do Egito pode fazer em favor de um imediato cessar-fogo na Faixa de Gaza e do fim dos ataques israelenses contra os palestinos.
Também nesta segunda-feira, uma delegação do Hamas deve chegar ao Cairo para se reunir com representantes do governo egípcio e debater a possibilidade de uma trégua. O Hamas quer debater ainda fim do bloqueio israelense a Gaza.
Mais de 530 mortos
O conflito em Gaza causa cada vez mais vítimas civis. No terceiro dia da marcha do Exército israelense mais 24 pessoas morreram, entre eles 13 crianças, segundo informações palestinas. Com isso, passa de 530 o número de mortos no conflito, que já chega ao décimo dia.
Israel divulgou até o momento a morte de apenas um soldado. Outros 55 ficaram feridos nas ações militares.