Publicado 1 de outubro de 2024Última atualização 1 de outubro de 2024
Após duas semanas de intensos bombardeios contra a estrutura do grupo xiita Hezbollah, Forças de Defesa de Israel iniciam incursões terrestres no sul do Líbano.
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Israel anunciou na madrugada desta terça-feira (1º/10) ter iniciado incursões terrestres no sul do Líbano, com "intensos combates" em andamento. As operações terrestres no país vizinho começaram duas semanas após uma série de bombardeios contra a estrutura do grupo xiita libanês Hezbollah – incluindo um ataque aéreo que matou seu líder, Hassan Nasrallah – e marcam uma escalada significativa na ofensiva israelense contra a milícia.
Em comunicado, as Forças de Defesa de Israel (FDI) disseram que essas incursões são "limitadas, localizadas e direcionadas, com base em inteligência precisa, contra alvos e infraestruturas terroristas do Hezbollah no sul do Líbano".
As incursões devem acontecer, segundo a breve nota, "em vilarejos próximos à fronteira" entre os dois países contra alvos que "representam uma ameaça imediata às comunidades israelenses no norte de Israel".
Mais tarde, uma autoridade isrelense de segurança afirmou que as tropas avançaram apenas uma pequena distância além da fronteira e que não foram registrados confrontos diretos com combatentes do Hezbollah. O funcionário disse que uma operação mais ampla visando a capital libanesa, Beirute, que foi atingida por repetidos ataques aéreos nos últimos dias, não está sendo cogitada.
Na manhã desta terça-feira, sirenes de ataque aéreo soaram na região central de Israel e explosões ocorreram na cidade de Tel Aviv. Militares disseram que os projéteis haviam sido disparados do Líbano.
As incursões terrestres de Israel são apoiadas pela força aérea e pela artilharia, que já tinham sido acionadas no sul do Líbano no início do dia, com "ataques precisos a alvos militares na área".
O governo israelense, que se reuniu na noite passada, já havia aprovado a próxima fase de suas operações de guerra no Líbano, confirmou uma fonte familiarizada com as discussões ao jornal Haaretz, sem dar mais detalhes.
A operação das forças israelenses dá sequência ao plano para o qual militares "se prepararam e treinaram nos últimos meses".
Nas últimas semanas, ataques israelenses atingiram o que os militares dizem ser milhares de alvos do Hezbollah em grande parte do Líbano. Mais de mil pessoas foram mortas, quase um quarto delas mulheres e crianças, de acordo com o Ministério da Saúde libanês.
Israel pede evacuação de 20 cidades
Israel ordenou ainda que moradores de 20 cidades no sul do Líbano deixem suas casas. "As atividades do Hezbollah obrigam ao Exército a agir contra eles. O Exército não quer prejudicá-los e, para sua segurança, devem evacuar suas casas imediatamente. Qualquer pessoa que esteja perto de membros, instalações e meios de combate do Hezbollah coloca suas vidas em perigo. Espera-se que qualquer casa usada pelo Hezbollah para suas necessidades militares seja um alvo", disse o porta-voz do Exército israelense, Avichay Adraee.
Adraee apelou aos civis destas áreas para se deslocarem para norte do rio Awali, localizado no sul do Líbano, e disse que as forças israelenses avisarão quando for seguro para os residentes regressarem às suas casas.
Esta manhã, Israel pediu aos cidadãos libaneses que não viajassem para sul do rio Litani, no sul do Líbano, onde ocorrem "intensos combates" com o grupo xiita Hezbollah, segundo o porta-voz.
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Ataques do Hezbollah
As incursões terrestres israelenses ocorrem após a intensificação dos ataques desta noite por parte do Hezbollah na fronteira norte de Israel, com alarmes anunciados em Shtula, Misgav Am, Zar'it, Netya e na região da Alta Galileia.
O grupo xiita libanês emitiu um comunicado no qual dizia que o alvo de seus ataques eram as tropas israelenses mobilizadas na fronteira, mesmo sem relatos de incursão terrestre naquele momento. Nesta madrugada, o governo libanês afirmou que um total de 95 pessoas foram mortas e 172 ficaram feridas por ataques israelenses em todo o país nas últimas 24 horas.
A área com o maior número de mortes foi o Vale do Beqaa, no leste do Líbano, onde 59 pessoas morreram e 65 ficaram feridas, enquanto em Nabateh, no sul, 16 perderam a vida e 55 sofreram ferimentos. Na capital, 20 pessoas morreram e 52 ficaram feridas.
Esses números se somam às mais de mil pessoas que foram mortas e cerca de 1 milhão que se viram forçadas a fugir de suas casas nas últimas duas semanas diante da brutal campanha de bombardeios de Israel, que tem como alvo principalmente o sul e o leste do Líbano, mas também os subúrbios do sul de Beirute.
O Hezbollah prometeu nesta segunda-feira continuar lutando mesmo após suas recentes perdas. O líder interino do grupo, Naim Kassem, disse em uma declaração televisionada que o Hezbollah estaria pronto para uma operação terrestre. Ele disse que os comandantes mortos nas últimas semanas já foram substituídos e que a milícia está pronta para um combate terrestre "que pode ser longo".
O Hezbollah é uma milícia bem treinada, que se acredita ter dezenas de milhares de combatentes e um arsenal de 150 mil foguetes e mísseis. A última vez que Israel e o Hezbollah se envolveram em combate terrestre foi numa guerra de um mês em 2006. Os dois lados passaram as últimas duas décadas se preparando para um eventual próximo confronto. Enquanto o Hezbollah construiu um arsenal formidável, Israel investiu grandes somas em treinamento e coleta de informações.
Os recentes ataques aéreos, que eliminaram boa parte da liderança do Hezbollah, e as explosões de centenas de pagers e walkie-talkies usados pelos membros do grupo para se comunicar, indicam que Israel se infiltrou profundamente nos escalões superiores da milícia xiita.
cn/as (Reuters, Efe, AP)
O mês de setembro em imagens
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Foto: Emilio Morenatti/AP Photo/picture alliance
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Foto: Ben Birchall/empics/picture alliance
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Foto: Markus Schreiber/AP Photo/picture alliance
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Foto: Hassan Ammar/AP/picture alliance
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Foto: FADEL ITANI/AFP
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Foto: Pedro Nunes/REUTERS
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Foto: Roberto Pfeil/dpa/picture alliance
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Foto: Sergei Gapon/AFP/Getty Images
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Foto: Anagha Nair/DW
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