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Israel pede à Alemanha que negocie libertação de reféns

(ca)20 de julho de 2006

Em pronunciamento à televisão alemã, o porta-voz do ministério do Exterior de Israel, Jigal Palmor, pediu ao governo alemão que ajude a negociar a libertação dos soldados seqüestrados pelo Hisbolá.

Não seria a primeira vez que a Alemanha intermediaria a troca de prisioneiros entre Israel e HisboláFoto: AP

O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores israelense, Jigal Palmor, pediu ajuda à Alemanha e à União Européia na libertação dos dois soldados israelenses seqüestrados pelo Hisbolá no Líbano, fato que marcou o início do atual conflito no Oriente Médio.

Em pronunciamento à emissora pública de televisão ZDF, nesta quinta-feira (20/07), Palmor afirmou que "a Alemanha possui um papel central. No passado, oficiais alemães já prestaram um importante serviço na libertação de reféns, em casos de seqüestro de soldados. Chegou o momento desses mesmos funcionários entrarem novamente em ação".

Palmor refere-se a casos anteriores em que o governo alemão intermediou a troca de prisioneiros entre o grupo radical-islâmico libanês Hisbolá e o governo de Israel. A última delas aconteceu há dois anos e meio.

Figuras centrais estão hoje no governo

Steinmeier deverá ser intermediadorFoto: AP

Na ocasião, a Alemanha negociou a libertação de 400 prisioneiros palestinos detidos por Israel, além dos corpos de 60 milicianos do Hisbolá. Em troca, o grupo guerrilheiro libertou um comerciante israelense e devolveu os restos mortais de três soldados de Israel.

Um papel central nestas negociações coube a Frank-Walter Steinmeier, o atual ministro alemão das Relações Exteriores, e a Ernst Uhrlau, atual chefe do Serviço Federal de Informações (BND). Possivelmente, era a eles que Jigal Palmor se referiu em seu pronunciamento.

Líbano também pede ajuda

Um pedido de ajuda também veio do primeiro-ministro libanês Fuad Siniora, informou o Spiegel Online nesta quinta-feira (20/07). O site alemão mencionou uma entrevista dada ao jornal italiano Corriere della Sera, na qual Siniora faz um apelo à comunidade internacional para que ajude o Líbano a desarmar o Hisbolá.

Fuad Siniora apela à comunidade internacionalFoto: picture-alliance

"O Hisbolá tornou-se um Estado dentro de um Estado. Estamos bem conscientes deste enorme problema", afirmou Siniora, acrescentando que seria "uma verdade não dita o fato de que o Hisbolá se orienta politicamente segundo as vontades de Damasco e Teerã". No entanto, o "Líbano seria fraco demais para se defender da soberania síria", comentou o primeiro-ministro libanês em sua entrevista ao jornal italiano.

Siniora apelou ainda para que Israel suspenda os "ataques criminosos" ao Líbano enquanto não forem tomadas iniciativas de desarmamento. "Enquanto durarem os ataques, estamos de mãos atadas e a situação só tende a piorar", declarou ao Corriere della Sera.

Posições divididas na Alemanha

Em entrevista à emissora domradio, na quinta-feira (20/07), a presidente do Conselho Central dos Judeus na Alemanha, Charlotte Knobloch, defendeu as ações militares israelenses no Líbano.

Segundo ela, Israel não teria alternativa nem poderia ceder de qualquer maneira. Ela criticou também a inépcia do governo libanês em combater as atividades do Hisbolá e afirmou que que o comportamento de Israel teria como única finalidade "a proteção dos próprios cidadãos".

Wieczorek-Zeul assume posição contrária à de Merkel no conflitoFoto: dpa

Já a ministra alemã do Desenvolvimento, Heidemarie Wieczorek-Zeul (SPD), em um comunicado-conjunto com o seu antecessor Carl-Dieter Spranger (CDU), exigiu a suspensão imediata dos ataques israelenses ao Líbano. "Defendemos a suspensão de quaisquer atos de violência por todos os participantes do conflito no Oriente Médio, para que o sofrimento e a morte da população civil tenha um fim, para que a infra-estrutura da região não seja completamente destruída e para que a política volte ao Estado de Direito".

A ministra foi bastante criticada pelo Conselho Central dos Judeus na Alemanha por ter assinalado a posição de Israel como "completamente inaceitável" em termos de direitos humanos, assumindo uma postura diferente da de Angela Merkel e outros países do G8, que exigem a suspensão da violência por parte de Israel somente após a libertação dos soldados seqüestrados.

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