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Relatório Goldstone

17 de outubro de 2009

Conselho de Direitos Humanos da ONU aprova relatório que acusa o Exército israelense e o grupo palestino Hamas de cometer crimes de guerra durante o recente conflito na Faixa de Gaza. Israel protesta.

Netanyahu: campanha longaFoto: AP

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, prometeu uma longa batalha diplomática para deslegitimar acusações feitas pelas Nações Unidas de que seu país cometeu crimes de guerra durante o recente conflito na Faixa de Gaza.

A informação foi divulgada neste sábado (17/10) pelo jornal Haaretz e confirmada à agência de notícias Reuters por um funcionário do governo israelense.

Na sexta-feira, o Conselho de Direitos Humanos da ONU acatou um informe sobre o conflito na Faixa de Gaza. O chamado Relatório Goldstone acusa Israel e o grupo palestino Hamas de cometer crimes de guerra durante o conflito, ocorrido entre dezembro e janeiro.

Dos 47 países que formam o conselho, 25 votaram a favor do relatório, 11 se abstiveram e seis – incluindo os Estados Unidos –votaram contra.

"Israel deve deslegitimar" a acusação, disse Netanyahu, acrescentando que a campanha provavelmente levará anos. O primeiro-ministro convocou uma reunião extraordinária logo após a aprovação do relatório pelo Conselho de Direitos Humanos.

Numa carta conjunta a Netanyahu, o presidente francês, Nicolas Sarkozy, e o primeiro-ministro britânico, Gordon Brown, afirmaram que a discussão internacional acerca do Relatório Goldstone deve ser feita de modo a permitir uma melhora da situação local. Isso envolveria tanto a segurança de Israel e dos palestinos como a situação humanitária na Faixa de Gaza.

De Netanyahu, Sarkozy e Brown exigiram uma investigação "transparente e imparcial" da ofensiva israelense, que custou a vida de mais de 1.400 palestinos, entre eles mulheres e crianças. Do lado de Israel, morreram 13 pessoas.

Em Washington, um porta-voz do Departamento de Estado dos EUA disse que o governo norte-americano teme que a resolução do Conselho de Direitos Humanos acentue a polarização e a divisão na região. Por isso os EUA votaram contra, afirmou.

Ele ressaltou ainda que a aprovação pelo Conselho de Direitos Humanos não implica automaticamente que o relatório seja analisado pelo Conselho de Segurança. Os Estados Unidos tem poder de veto neste grêmio.

Também o autor do relatório, o jurista sul-africano Richard Goldstone, criticou a resolução do Conselho de Direitos Humanos. Segundo ele, o texto menciona explicitamente crimes cometidos pelo Exército israelense, mas deixa de fora os do Hamas, o que estaria em desacordo com o relatório apresentado.

AS/rtr/dpa/afp

Revisão: Rodrigo Rimon

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