Israel reabre passagens para Faixa de Gaza após seis dias
31 de março de 2019
Apesar de novos ataques de mísseis e protestos ao longo da barreira, governo em Tel Aviv libera acesso ao enclave palestino. "Grande Marcha do Retorno" da véspera resultou em quatro mortos e centenas de feridos
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O governo de Israel reabriu neste domingo (31/03) os pontos de passagem para a Faixa de Gaza, informou um porta-voz do Ministério da Defesa. A passagem de Erez, para pessoas, e a de Kerem Shalom, para mercadorias, foram fechadas na última segunda-feira, quando um foguete lançado da Faixa de Gaza atingiu uma casa a nordeste de Tel Aviv, deixando sete feridos.
A decisão foi tomada apesar de cinco novos ataques com mísseis contra o país, na noite de sábado, e tiros de tanques israelenses sobre posições do Hamas no enclave palestino. As trocas de fogo não fizeram vítimas.
No sábado o Hamas convocou novos protestos ao longo da cerca de separação entre Israel e a Faixa de Gaza. Quatro palestinos foram mortos por tiros de soldados, e centenas ficaram feridos. Israel e o Hamas travaram três guerras desde 2007, quando movimento islâmico assumiu o poder no enclave habitado por 2 milhões de palestinos e atingido por conflitos e pobreza.
Desde 30 de março de 2018, milhares de habitantes de Gaza participam toda semana das manifestações ao longo da barreira israelense, conhecidas como "Grande Marcha do Retorno" ou "Marcha de 1 Milhão" e quase sempre acompanhadas de violência.
Os palestinos exigem o direito a regressar às terras que abandonaram ou de onde foram expulsos quando da criação do Estado de Israel em 1948, e contestam o rígido bloqueio imposto pelos israelenses ao enclave há mais de dez anos.
Pelo menos 262 palestinos foram mortos nos últimos 12 meses, nas manifestações ou em ataques de retaliação por atos hostis do enclave. Do lado israelense, morreram dois soldados. O Egito, mediador tradicional entre o Hamas e Israel, se esforça para estabelecer uma trégua duradoura.
Em meio a comemorações dos 70 anos do Estado de Israel e à abertura da embaixada dos EUA em Jerusalém, território palestino é palco de protestos violentos, que deixaram mais de cem mortos e centenas de feridos.
Foto: DW/Y. Boechat
Grande Marcha do Retorno
No fim de março, palestinos deram início a passeatas na Faixa de Gaza como parte da chamada "Grande Marcha do Retorno", em prol do direito dos palestinos de retornarem às terras que lhes foram tomadas durante a criação do Estado de Israel, há 70 anos. O bloqueio a Gaza e a transferência da embaixada dos EUA para Jerusalém também foram alvos dos protestos.
Foto: DW/Y. Boechat
Luto coletivo
O dia 14 de maio, quando os Estados Unidos inauguraram sua embaixada em Jerusalém, foi marcado pela violência na Faixa de Gaza. Mais de 60 palestinos foram mortos em protestos no território, fazendo desse o dia mais violento na região desde 2014. Na foto, familiares choram pela morte de um jovem de 21 anos, morto por atiradores israelenses.
Foto: DW/Y. Boechat
Saldo negativo
Durante as semanas da Grande Marcha do Retorno, mais de cem palestinos foram mortos e centenas ficaram feridos, a maioria por atiradores profissionais israelenses. Israel culpa o Hamas, grupo islâmico que governa Gaza, pelas mortes.
Foto: DW/Y. Boechat
Cenário de guerra
Muitos dos participantes da Grande Marcha do Retorno foram feridos não apenas por tiros, mas também por bombas de gás lacrimogêneo disparados pelas forças israelenses. O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, defendeu a ação. "Todo país tem a obrigação de defender suas fronteiras. Vamos continuar agindo com determinação para proteger nossa soberania e cidadãos", disse em 14 de maio.
Foto: DW/Y. Boechat
Nuvens de fumaça
Na foto de 15 de maio, mulher palestina tenta fugir de bombas de gás lacrimogêneo disparadas pelas forças armadas israelenses no norte da Faixa de Gaza, ponto de maior concentração dos protestos.
Foto: DW/Y. Boechat
A união faz a força
Apesar de ter perdido as duas pernas na última guerra contra Israel, em 2014, este palestino não desistiu de lutar. Na foto, tirada no início de maio, ele se junta a grupo que atira pedras contra soldados israelenses em protesto na Faixa de Gaza.
Foto: DW/Y. Boechat
Fugindo de tiros
Jovens palestinos se aproximam da cerca que divide Gaza de Israel e atiram pedras contra soldados israelenses. Deitados, tentam se esconder dos atiradores de elite.
Foto: DW/Y. Boechat
Juventude perdida
Muitas crianças e adolescentes participaram dos protestos em Gaza. Na foto, um menino baleado por atiradores de elite do Exército israelense é atendido no Hospital Al Quds, na cidade de Gaza.
Foto: DW/Y. Boechat
Despedida
Entre as dezenas de mortos nos protestos recentes na fronteira entre Israel e a Faixa de Gaza, estava um palestino de 15 anos. Ele foi enterrado na cidade Khan Younis, no sul da Faixa de Gaza. O jovem foi morto por atiradores de elite das Forças Armadas de Israel.
Foto: DW/Y. Boechat
Raiva e dor
Após a escalada na violência em Gaza, o presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, condenou a ação israelense ao longo da fronteira. Na foto, família vela corpo de palestino morto com um tiro na cabeça por um atirador israelense durante protesto.