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Israel reabre passagens para Faixa de Gaza

12 de maio de 2019

Pontos foram fechados há uma semana após escalada de violência na região. Netanyahu anuncia ainda novo assentamento, que será chamado Donald Trump, no território ocupado das Colinas de Golã.

Caminhão passa por Kerem Shalom, porta de entrada de mercadorias em Gaza
Caminhão passa por Kerem Shalom, porta de entrada de mercadorias em GazaFoto: picture-alliance/Photoshot/K. Omar

Uma semana após a trégua na escalada de violência entre Israel e grupos armados palestinos em Gaza, o governo israelense reabriu neste domingo (12/05) os pontos de passagem para o enclave palestino. 

Segundo o Ministério da Defesa de Israel, os pontos de passagem de Erez e de Kerem Shalom foram reabertos. Erez é usado por palestinos que têm permissões especiais para deixar a região, como pacientes que necessitam de tratamento médico, ou estrangeiros. Já Kerem Shalom é um dos principais acessos de mercadorias ao enclave.

As passagens foram fechadas em 4 de maio, quando grupos armados palestinos, que controlam o movimento islâmico Hamas e o extremista Jihad Islâmica, fizeram centenas de disparos contra Israel, que retaliou. A onda de violência deixou em apenas dois dias 25 palestinos e quatro israelenses mortos.

Considerada a maior escalada de violência na região desde a guerra de 2014, a tensão diminuiu após um acordo de cessar-fogo acertado entre lideranças palestinas em Gaza e Israel. As autoridades palestinas disseram que o governo israelense concordou em aliviar o bloqueio imposto há mais de dez anos ao enclave. Sem confirmar esta trégua, Israel reabriu na sexta-feira as zonas de pesca ao longo da Faixa de Gaza, também fechadas há uma semana.

Desde 2007, quando o Hamas assumiu o poder em Gaza, Israel e militantes palestinos no enclave já entraram três vezes em guerra. A nova onda de violência começou em seguida às violentas manifestações de sexta-feira passada ao longo da fronteira entre a Faixa de Gaza e Israel.

As manifestações de sexta-feira começaram em março de 2018 para reivindicar o regresso dos refugiados e o fim do bloqueio israelense à Faixa da Gaza. Israel justifica o bloqueio pela necessidade de conter o Hamas. Críticos da medida afirmam que ela não passa de uma punição coletiva às 2 milhões de pessoas que moram em Gaza.

Neste domingo, Israel anunciou ainda o início do processo para estabelecer um novo assentamento nas Colinas de Golã – um território disputado com a Síria e que Israel anexou em 1981 – em homenagem ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que em março reconheceu esse local como israelense.

"Prometi que estabeleceríamos uma comunidade em homenagem ao presidente Trump. Quero informar que já selecionamos um lugar nas Colinas de Golã onde será estabelecida esta nova comunidade e já começamos o processo", declarou primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu.

O reconhecimento de Trump foi polêmico e contradiz o consenso internacional de não reconhecer a região ocupada desde 1967 como território israelense.

Israel conquistou as Colinas de Golã em 1967, durante a guerra árabe-israelense. Em 1981, o local foi formalmente anexado ao país. A comunidade internacional considera a área um território ocupado, e a Síria exige sua devolução como precondição para um futuro acordo de paz.

CN/afp/dpa/efe/lusa

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