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Israel reclama direito de defesa

ef22 de outubro de 2003

Israel evidencia que vai ignorar a resolução da ONU contra a cerca para isolar a Cisjordânia e o ministro das Relações Exteriores, Silwan Shalom, em visita à Alemanha, defende direito de autodefesa contra os árabes.

Ministros Silwan Shalom (esq) e Joschka FischerFoto: AP

O lado palestino saudou como "uma vitória da paz" a resolução apresentada pela União Européia e aprovada pela Assembléia Geral da ONU em Nova York com 144 votos a favor. Só Israel, o seu maior aliado Estados Unidos, Micronésia e as Ilhas Marshall voltaram contra. Israel quer com a muralha impedir a entrada de palestinos que possam cometer atentados suicidas em seu território.

Cerca de arame farpado entre Israel e os territórios palestinosFoto: AP

A Alemanha está entre os que aprovaram a decisão da Assembléia Geral de exigir que Israel pare com a construção da cerca e destrua os 150 quilômetros já prontos da obra que visa impedir o acesso de palestinos ao território israelense.

Poucas horas depois da decisão das Nações Unidas em Nova York, o ministro das Relações Exteriores de Israel, Silwan Shalom, iniciou o seu programa em Berlim, cercado de medidas de segurança de um rigor fora do comum. Ele discutiu com o chanceler federal, Gerhard Schröder, sobre o agravamento da situação dramática no Oriente Médio, mas nenhum dos dois revelou detalhes da conversa.

O ministro alemão das Relações Exteriores, Joschka Fischer, com quem o chefe da diplomacia israelense se encontrou mais tarde, manifestou procupação com a escalada da situação nos últimos tempos. O ministro reiterou que não há alternativa para a aplicação do plano Mapa do Caminho e exigiu de israelenses e palestinos o fim do terrorismo e da violência.

Anti-semitismo

- Antes de suas conversações políticas em Berlim, Shalom visitou o antigo campo de concentração Sachsenhausen, onde fez um discurso condenando o anti-semitismo e exigindo o seu combate de todas as formas. "É nosso dever eliminar o anti-semitismo e o racismo em suas antigas e novas formas", afirmou.

O ministro israelense advertiu que o novo anti-semistismo pulveriza seu veneno não só contra os judeus como alvo tradicional, mas também contra Israel como o Estado do povo judeu. E o fenômeno do anti-semitismo se propagaria maciçamente no mundo árabe e islâmico.

Shalom depositou uma coroa de flores na estação Z do antigo campo de concentração. Ela foi a estação final para a grande maioria das 200 mil pessoas de 40 nações que estiveram internadas lá entre 1936 e 1945. A maioria das vítimas eram judeus. Na estação Z encontravam-se os crematórios e as instalações de extermínio.

Comparação com o nazismo

- No campo de extermínio transformado em museu, o ministro israelense com sobrenome que significa paz em hebraico (Shalom) fez comparações entre o nazismo e o anti-semitismo da atualidade: "Este anti-semitismo não só nega terminantemente o extermínio dos judeus, como também atiça diariamente ódio contra o povo judeu, o Estado de Israel e o seu direito de existir como Estado judeu".

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