Israel rejeitou neste domingo (27/07) a proposta das Nações Unidas e do Hamas para uma trégua humanitária nos combates na Faixa de Gaza. Em entrevista, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu acusou o grupo islâmico, que controla o território palestino, de oferecer uma trégua enquanto continua a disparar mísseis.

Os extremistas haviam concordado com um cessar-fogo de 24 horas, como solicitado pela ONU, após o governo israelense cancelar sua própria trégua, devido aos disparos de foguetes contra o sul e centro de Israel a partir de Gaza.

Poucas horas depois de Israel ter retomado a ofensiva no território, o movimento radical islâmico Hamas declarou, neste domingo, que aceitava uma trégua humanitária de 24 horas na Faixa de Gaza. Segundo o porta-voz do Hamas, diversos grupos de resistência haviam aceitado o pedido das Nações Unidas e se disposto a suspender temporariamente os ataques – também em respeito aos festejos do fim do Ramadã, o mês de jejum muçulmano.

Netanyahu irredutível

Na manhã do domingo, Israel declarara encerrado o cessar-fogo de 12 horas, depois de prorrogá-lo unilateralmente por mais quatro horas. Às 7:00h (horário local), o Exército israelense anunciou a retomada dos ataques em Gaza "por terra, mar e ar" depois de o Hamas e outras milícias palestinas terem disparado dezenas de foguetes contra Israel, durante horas.

Cinco foguetes atingiram Israel, nas regiões de Ashdon e Ashkelon, no sul, enquanto outros dois foram interceptados no centro do país pelo sistema antimíssil Iron Dome, informou o Exército nacional. Equipes de socorro registraram as mortes de pelo menos três palestinos, logo após o encerramento do cessar-fogo por parte de Israel.

Durante a trégua humanitária deste sábado, mais de 130 corpos foram retirados dos escombros em Gaza, enquanto a população recolhia pertences e alimentos no que restou de suas casas. Os confrontos já deixaram mais de mil mortos do lado palestino, inclusive numerosas mulheres e crianças, e cerca de 40 do lado israelense, a maioria, soldados.

Após rejeitar o cessar-fogo neste domingo, Benjamin Netanyahu acusou o Hamas de quebrar sua própria trégua humanitária de 24 horas e de "continuar disparando, enquanto nós falamos". Antes, ele responsabilizara os integrantes do grupo fundamentalista pelas vítimas civis, acusando-os de "uso cínico dos moradores de Gaza como escudos humanos".

MSB/dpa/lusa/rtr/afp