Coalizão de governo liderada por Netanyahu decide dissolver Parlamento e antecipar pleito, em meio a crise envolvendo denúncias de corrupção contra premiê e lei sobre recrutamento de ultraortodoxos nas Forças Armadas.
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Os chefes da coalizão do governo de Israel, liderados pelo primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, anunciaram nesta segunda-feira (24/12) a convocação de eleições gerais para abril de 2019. O pleito será realizado meses antes da data prevista para o fim do atual mandato, que seria em novembro.
"Dada a nossa responsabilidade nacional e orçamentária, os líderes dos partidos da coalizão decidiram, por unanimidade, dissolver o Knesset (Parlamento) e realizar eleições no início de abril, transcorridos quatro anos do mandato. A coalizão no Knesset e no governo continuará durante as eleições", afirmou a coalizão governamental em comunicado reproduzido pelo jornal Haaretz.
Falando para jornalistas, Netanyahu expôs o que ele vê como suas conquistas e afirmou que espera uma coalizão similiar à atual, considerada a mais direitista da história de Israel. "A coalizão atual é, aos meus olhos, o núcleo da próxima coalizão", disse o primeiro-ministro. "Pedimos por um mandato claro do eleitor para continuar liderando o Estado de Israel do nosso próprio jeito."
A convocação das eleições acompanha uma crise governamental devido ao desacordo em relação a um projeto de lei para aumentar o recrutamento ao serviço militar obrigatório entre os judeus ultraortodoxos, como pedia um dos principais membros da coalizão, o partido Yesh Atid, liderado por Yair Lapid.
Netanyahu convocou a votação da polêmica lei – rejeitada pelos setores religiosos, que também fazem parte da coalizão – para o próximo dia 7 de janeiro. Lapid anunciou que o seu partido votaria contra, rompendo o consenso no governo, por considerar que o primeiro-ministro "se rendeu à população ultraortodoxa porque tem medo dela".
A coalizão de Netanyahu se enfraqueceu no mês passado, com uma maioria mínima na Câmara (61 dos 120 assentos), após a saída e renúncia ao cargo do ministro da Defesa, Avigdor Lieberman, por divergências com o governo sobre a necessidade de realizar uma operação militar de envergadura em Gaza.
A decisão de realizar eleições antecipadas acontece também num momento em que a procuradoria cogita acusar Netanyahu de vários casos de corrupção pelos quais é investigado há meses. O primeiro-ministro, que está no cargo desde 2009, nega ter responsabilidade.
Apesar disso, pesquisas indicam que Netanyahu permaneceria como primeiro-ministro após novas eleições, e alguns analistas acreditam que ele estaria em melhor posição para enfrentar possíveis acusações criminais com um novo mandato eleitoral.
Triunfo ou catástrofe? Para os judeus, o dia 14 de maio de 1948 marca o nascimento de um Estado próprio. Fundação do país também é origem de conflitos com populações vizinhas, que se estendem por décadas.
Foto: Imago/W. Rothermel
Triunfo da esperança
Em 14 de maio de 1948, David Ben Gurion lê a Declaração de Independência de Israel perante o Moetzet HaAm (conselho do povo), em cerimônia tida como o ato de fundação do país. "Nunca perdeu a esperança", disse Ben-Gurion sobre o povo judeu. "Jamais cessou sua oração pelo regresso à casa e pela liberdade". Agora, os judeus estavam de volta à sua terra de origem - dispondo de seu próprio Estado.
Foto: picture-alliance/dpa
Novo tempo
A bandeira do novo Estado é logo içada em frente ao prédio das Nações Unidas, em Nova York. Para os israelenses, esse foi mais um passo em direção à segurança e à liberdade: eles finalmente conseguiam um Estado internacionalmente reconhecido.
Foto: Getty Images/AFP
Momento sombrio
O significado da fundação do Estado de Israel torna-se claro no contexto do Holocausto. Os nazistas assassinaram seis milhões de judeus durante a Segunda Guerra. Nos campos de concentração, especialmente na Europa Central, eles mantiveram os judeus como trabalhadores forçados e os mataram em escala industrial. A imagem mostra os prisioneiros do campo de concentração de Auschwitz após a libertação.
Foto: picture-alliance/dpa/akg-images
"Nakba" – a catástrofe
Os palestinos chamam a fundação de Israel como "nakba", a catástrofe. Cerca de 700 mil pessoas tiveram que deixar suas regiões para dar espaço aos cidadãos do novo Estado. Assim, a fundação de Israel é também o começo do chamado "conflito do Oriente Médio", que não foi resolvido nem mesmo após 70 anos, apesar de inúmeras iniciativas e tentativas de mediação.
Foto: picture-alliance/CPA Media
Trabalhando pelo futuro
A Autoestrada 2 não apenas liga as cidades de Tel Aviv e Netanya, mas também documenta as aspirações do jovem Estado. A estrada foi aberta em 1950 pela então primeira-ministra israelense, Golda Meir, que colocou o país num rigoroso curso de modernização econômica e social.
Foto: Photo House Pri-Or, Tel Aviv
Infância no Kibutz
Os Kibutzim – plural de "kibutz" – eram assentamentos coletivos rurais espalhados por Israel, construídos principalmente nos primeiros anos após a fundação do Estado. Aqui, em sua maioria judeus seculares e socialistas realizam na prática suas ideias de comunidade.
Foto: G. Pickow/Three Lions/Hulton Archive/Getty Images
Estado defensivo
As tensões com os vizinhos árabes continuam. Em 1967, culminam na Guerra dos Seis Dias, durante a qual Israel derrotou os invasores de Egito, Jordânia e Síria. Ao mesmo tempo, Israel assume o controle, entre outras regiões, de Jerusalém Oriental e da Cisjordânia – motivos de novas tensões e guerras na região.
Foto: Keystone/ZUMA/IMAGO
Assentamentos na terra inimiga
A política israelense de assentamentos alimenta frequentemente o conflito com os palestinos. A Autoridade Palestina acusa Israel de impossibilitar um futuro Estado palestino com a construção contínua de assentamentos. As Nações Unidas também condenam a medida.
Foto: picture-alliance/newscom/D. Hill
Ódio e pedras
Em dezembro de 1987, os palestinos protestam contra a dominação israelense nos territórios ocupados. O protesto começa na cidade de Gaza e se espalha rapidamente para Jerusalém Oriental e Cisjordânia. A revolta dura anos e termina com a assinatura dos Acordos de Oslo em 1993.
Foto: picture-alliance/AFP/E. Baitel
Enfim, a paz?
O primeiro-ministro israelense, Yitzhak Rabin (esq.), e o chefe da OLP, Yasser Arafat (dir.), realizam negociações de paz em 1993, mediadas pelo então presidente dos EUA Bill Clinton. Elas culminam no Acordo de Oslo I, em que ambos os lados se reconhecem oficialmente. O assassinato de Yitzhak Rabin, dois anos depois, praticamente enterra o tratado.
Foto: picture-alliance/CPA Media
Cadeira vazia
O assassinato de Yitzhak Rabin provoca turbulência política na sociedade israelense. Moderados e radicais, judeus seculares e ultraortodoxos se afastam cada vez mais. Em uma manifestação em 4 de novembro de 1995, Rabin é morto a tiros por um estudante de direita radical. A imagem mostra o então primeiro-ministro Shimon Peres ao lado da cadeira vazia de seu antecessor.
Foto: Getty Images/AFP/J. Delay
Superando o passado
O genocídio dos judeus se reflete até hoje nas relações entre Alemanha e Israel. Em fevereiro de 2000, o então presidente alemão Johannes Rau faz um discurso no Parlamento israelense. Era mais um passo para superar o passado e reforçar a amizade entre os dois países.
Foto: picture-alliance/dpa
O muro israelense
A política israelense de assentamentos endurece as frentes do conflito com os palestinos. Em 2002, é construído um muro de 107 quilômetros na Cisjordânia. Embora tenha contribuído para suprimir a violência, a medida não resolve os problemas políticos do conflito entre os dois povos.
Foto: picture-alliance/dpa/dpaweb/S. Nackstrand
Reverência aos mortos
O novo ministro alemão do Exterior, Heiko Maas, abraça resolutamente a tradição da reaproximação entre Alemanha e Israel. Sua primeira viagem ao exterior é ao Estado judaico. Em março de 2018, ele deposita uma coroa de flores em homenagem às vítimas do Shoa no Memorial Yad Vashem.