Israel vê eficácia da vacina da Pfizer cair diante da delta
6 de julho de 2021
Vacina continua sendo altamente eficaz para evitar casos graves e hospitalizações por covid-19, mas país observa aumento no número de infecções com o avanço da variante delta.
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Israel tem observado um declínio na eficácia da vacina contra covid-19 da Pfizer-Biontech à medida que a variante delta do novo coronavírus se espalha pelo país, afirmou nesta segunda-feira (05/07) o Ministério israelense da Saúde.
Em fevereiro a eficácia medida em termos de prevenção de infecções estava em 95,8%, e desde 6 de junho ela caiu para 64%, segundo a autoridade. Mesmo assim, a vacina ainda previne a ocorrência de 93% dos casos graves de covid-19 e hospitalizações, ante 99% em fevereiro.
O especialista israelense Ran Balicer afirmou que se trata de um alerta de que o imunizante possa ser menos eficaz contra a variante delta, mais contagiosa do que a cepa original do coronavírus.
Balicer, que preside o comitê nacional de especialistas em covid-19 de Israel, ressaltou que ainda é cedo para avaliar com precisão a eficácia das vacinas contra a variante, que foi inicialmente detectada na Índia em abril e está se espalhando pelo mundo.
A delta também já chegou ao Brasil, tendo sido identificada inicialmente no Maranhão. Nesta segunda-feira, a cidade de São Paulo registrou o primeiro caso da variante. No total, 14 infecções pela cepa já foram detectadas no país, segundo o Ministério da Saúde.
A campanha de vacinação de Israel, uma das mais rápidas do mundo, começou em dezembro de 2020 e transformou o país num caso de estudo do novo coronavírus, bem como num modelo de como proceder para o combate à doença.
Com a vacinação, o número de infecções diárias caiu para cerca de cinco, mas voltou a subir com a chegada da variante delta e está agora em cerca de 300.
Cerca de metade das infecções diárias se dá em crianças, e a outra metade, em adultos, a maioria deles vacinados.
Há cerca de duas semanas não há registros de mortes por covid-19 em Israel, que tem uma população de 9,3 milhões de pessoas, das quais 5,2 milhões estão totalmente vacinadas com o imunizante da Pfizer.
O primeiro-ministro Naftali Bennett advertiu no domingo que o governo poderá se ver obrigado a reintroduzir restrições para combater a pandemia se a situação epidemiológica piorar.
as/lf (DPA, AFP)
As vacinas contra covid-19 aprovadas na UE
A Agência Europeia de Medicamentos (EMA) liberou cinco imunizantes para combater a pandemia causada pelo vírus Sars-Cov-2. Saiba de onde vêm e como funcionam.
Foto: Christof STACHE/AFP
Pfizer-Biontech (BNT162b2)
Desenvolvida pela alemã Biontech e produzida pela americana Pfizer, é uma vacina de RNA mensageiro (mRNA). Seu princípio é fazer o próprio corpo produzir a proteína do vírus. Depois que o material é injetado no corpo humano, ele instrui o organismo a produzir a proteína, incentivando a fabricação de anticorpos contra Sars-Cov-2. O produto exige a aplicação de duas doses.
Foto: Liam McBurney/REUTERS
AstraZeneca (AZD1222 ou ChAdOx1 nCoV-19)
A tecnologia usada chama-se vetor viral recombinante, que usa um adenovírus incapaz de causar doenças. No corpo humano, a vacina incentiva a produção da proteína do coronavírus, que o sistema imune reconhece como ameaça e destrói. Quando o Sars-Cov-2 infecta o organismo de verdade, o corpo reconhece e combate o vírus. São necessárias duas doses.
Foto: Marco Passaro/Independent Photo Agency Int./imago images
Moderna (mRNA-1273)
Também usa a tecnologia de RNA mensageiro, que imita a proteína spike, específica do vírus Sars-CoV-2, que ajuda na invasão das células humanas. A cópia não é nociva como o vírus, mas desencadeia uma reação das células do sistema imune. Ela também deve ser aplicada em duas doses. Como todas as vacinas contra covid-19, é aplicada em forma de injeção intramuscular.
Foto: Markus Mainka/dpa/picture-alliance
Janssen, da Johnson&Johnson (Ad26.COV2-S)
O produto da farmacêutica Janssen exige a aplicação de apenas uma dose. Sua tecnologia é baseada em vetores de um tipo de vírus que causa resfriado comum. Na vacina, parte da proteína das espículas do vírus é colocada no adenovírus (que é o transportador). No corpo vacinado, inicia-se um processo de defesa, com a produção de anticorpos contra o invasor e a criação de uma "memória" contra o vírus.
Foto: Michael Ciaglo/Getty Images
Nuvaxovid, da Novavax (NVX-CoV2373)
A quinta vacina aprovada pela União Europeia contra o coronavírus é a Nuvaxovid, fabricada pela americana Novavax. Ela é baseada em proteínas, ou seja, contém pequenas partículas proteicas do vírus Sars-CoV-2 produzidas em laboratório. Com isso, as proteínas atuam como anticorpos neutralizantes e, assim, bloqueiam o vírus causador de covid-19.