Israel terá terceira dose para adultos com imunodeficiência
11 de julho de 2021
Reforço para a população em geral ainda está sendo avaliado pelo governo. País vem enfrentando aumento nos casos de covid-19 mesmo com a maior parte da população imunizada. Autoridades atribuem a alta à variante delta.
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O governo de Israel anunciou neste domingo (11/07) que os cidadãos que sofrem de deficiências imunológicas poderão receber uma terceira dose da vacina contra a covid-19. No entanto, o reforço para a população em geral ainda está sendo avaliado.
O ministro da Saúde israelense, Nitzan Horowitz, disse que, com efeito imediato, adultos com sistema imunológico debilitado que receberam duas doses do imunizante da Biontech-Pfizer poderão receber uma terceira dose. Em um primeiro momento, porém, serão usadas doses em estoque do imunizante da Moderna, que também utiliza a tecnologia de mRNA (RNA mensageiro).
Israel vem utilizando quase exclusivamente a vacina da Biontech, mas os estoques devem acabar no final do mês. Neste domingo, o primeiro-ministro, Naftali Bennett, disse durante reunião de gabinete que negociou com o chefe da Pfizer, Albert Bourla, a antecipação de um carregamento de vacinas, que deve chegar em 1º de agosto.
Quase 5,7 milhões dos 9,3 milhões de habitantes do país, o equivalente a 61% da população, receberam a primeira dose de vacinas contra o coronavírus – 5,2 milhões (56%) já receberam as duas. Mesmo assim, o número de novas infecções por coronavírus em Israel aumentou recentemente, o que as autoridades atribuem à variante delta, mais contagiosa.
O país vem registrando cerca de 450 novos casos por dia. Aproximadamente metade dos 46 pacientes hospitalizados em Israel em estado grave são vacinados - a maioria pertence a grupos de risco.
Declínio na eficácia
Na semana passada, o Ministério da Saúde de Israel disse que observa um declínio na eficácia da vacina da Biontech-Pfizer à medida que a variante delta se espalha pelo país.
Em fevereiro a eficácia medida em termos de prevenção de infecções estava em 95,8%, e desde 6 de junho ela caiu para 64%, segundo o ministério. Mesmo assim, a vacina ainda previne em 93% a ocorrência de casos graves de covid-19 e hospitalizações, ante 99% em fevereiro.
O especialista israelense Ran Balicer afirmou que se trata de um alerta de que o imunizante possa ser menos eficaz contra a variante delta. Balicer, que preside o comitê nacional de especialistas em covid-19 de Israel, ressaltou que ainda é cedo para avaliar com precisão a eficácia das vacinas contra a variante.
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Laboratórios planejam reforço
O anuncio de Israel veio após a Pfizer e a Biontech afirmarem na semana passada que planejam desenvolver vacinas de reforço. Os dois laboratórios sugerem haver um declínio na eficácia protetora da vacina contra o coronavírus depois de seis meses, mas ainda não tornaram públicos dados sobre o tema, o que provocou crítica de especialistas.
No entanto, se o coronavírus não mudar fundamentalmente na estrutura e composição como resultado de mutações, é possível que apenas pessoas com um sistema imunológico fraco precisem de fato de uma terceira dose do imunizante.
Exemplos seriam idosos ou pacientes que têm seu sistema imunológico afetado por medicamentos. Este foi o resultado de um estudo americano sobre o efeito a longo prazo com vacinas do tipo mRNA, realizado no final de junho.
As agências americanas FDA e HHS reagiram com contenção ao anúncio feito pela Pfizer e pela Biontech em uma declaração conjunta: de acordo com o conhecimento atual, os americanos totalmente vacinados não precisam de uma vacinação de reforço.
le (reuters, dpa)
As variantes do novo coronavírus
Para evitar a estigmatização e a discriminação dos países onde as variantes do Sars-Cov-2 foram detectadas pela primeira vez, a OMS padronizou seus nomes conforme letras do alfabeto grego.
Foto: Sascha Steinach/ZB/picture alliance
Várias denominações para uma cepa
A Organização Mundial da Saúde (OMS) definiu que as novas variantes do coronavírus passam a ser chamadas por letras do alfabeto grego e não devem mais ser identificadas pelo local onde foram detectadas pela primeira vez. Cientistas criticavam ainda que estavam sendo usados vários nomes para a cepa descoberta na África do Sul, como B.1.351, 501Y.V2 e 20H/501Y.V2.
Foto: Christian Ohde/CHROMORANGE/picture alliance
Nomes científicos continuam válidos
A OMS pediu que os países e a imprensa passem a adotar a nova nomenclatura das variantes e evitem associar novas cepas aos locais de origem. A organização acrescentou, porém, que as novas denominações não substituem os nomes científicos, que devem continuar sendo usados em trabalhos acadêmicos.
Foto: Reuters/D. Balibouse
Variante alfa
A variante B.1.1.7 foi detectada em setembro de 2020 no Reino Unido e se espalhou pelo mundo. Segundo um estudo publicado em março na "Nature", há evidências de que a variante alfa seja 61% mais mortal do que o vírus original. Entre homens com mais de 85 anos, o risco de morte aumenta de 17% para 25%. Para mulheres da mesma faixa etária, de 13% para 19%, nos 28 dias posteriores à infecção.
Foto: Christian Ohde/imago images
Variante beta
Pesquisadores identificaram a variante B.1.351 em dezembro de 2020 na África do Sul. A cepa atinge pacientes mais jovens e é associada a casos mais graves da doença. Os cientistas sequenciaram centenas de amostras de todo o país desde o início da pandemia e observaram uma mudança no panorama epidemiológico, "principalmente com pacientes mais jovens, que desenvolvem formas graves da doença".
Foto: Christian Ohde/imago images
Variante gama
A variante P.1 foi detectada pela primeira vez em 10 de janeiro de 2021 pelo Japão em passageiros vindos de Manaus. Originária do Amazonas, ela se espalhou pelo Brasil e outros países vizinhos. A cepa possui 17 mutações, três das quais estão na proteína spike. São provavelmente essas últimas que fazem com que o vírus possa penetrar mais facilmente nas células para então se multiplicar.
Foto: Christian Ohde/imago images
Variante delta
A variante B.1.617, detectada em outubro de 2020 na Índia, causa sintomas diferentes dos provocados por outras cepas, é significativamente mais contagiosa e aparentemente aumenta o risco de hospitalização, segundo sugeriram estudos. "O vírus se adapta de forma inteligente. Muitos doentes recebem resultados negativos nos testes, mas desenvolvem sintomas graves", explicou um médico de Nova Déli.
Foto: Christian Ohde/imago images
Variante ômicron
A nova variante B.1.1.529, batizada de ômicron pela Organização Mundial da Saúde, foi descoberta em 11 de novembro de 2021 em Botsuana, que faz fronteira com a África do Sul, onde a cepa também foi encontrada. A ômicron contém 32 mutações na chamada proteína "spike" (S), número considerado extremamente alto. Cientistas avaliam que essa variante se dissemina mais rapidamente do que as anteriores.
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A busca pela padronização
O novo padrão foi escolhido após "uma ampla consulta e revisão de muitos sistemas de nomenclatura", afirma a OMS. O processo durou meses e entre as sugestões de padronização estavam nomes de deuses gregos, de religiões, de plantas ou simplesmente VOC1, VOC2, e assim por diante.
Foto: Ohde/Bildagentur-online/picture alliance
Nomes e apelidos polêmicos
Desde o início da pandemia, os nomes utilizados para descrever o Sars-Cov-2 têm provocado polêmica. O ex-presidente americano Donald Trump costumava chamar o novo coronavírus de "vírus da China", como forma de tentar culpar o país asiático pela pandemia. O vírus foi detectado pela primeira vez na cidade chinesa de Wuhan.
Foto: picture-alliance/AA/A. Hosbas
Novas cepas podem ser mais perigosas
Mutações em vírus são comuns, mas a maioria delas não afeta a capacidade de transmissão ou de causar manifestações graves de doenças. No entanto, algumas mutações, como as presentes nas variantes do coronavírus originárias do Reino Unido, da África do Sul e do Brasil, podem torná-lo mais contagioso.
Foto: DesignIt/Zoonar/picture alliance
Associação ao local de origem
Historicamente, vírus novos costumam ganhar nomes associados ao local de descoberta, como o ebola, que leva o nome de um rio congolês. No entanto, esse padrão pode ser impreciso, como é o caso da gripe espanhola de 1918. As origens desse vírus são desconhecidas, mas acredita-se que os primeiros casos tenham surgido no estado do Kansas, nos Estados Unidos.
Foto: picture-alliance/National Museum of Health and Medicine