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Israelenses prestam homenagens póstumas a Sharon

12 de janeiro de 2014

Caixão com corpo de ex-premiê de Israel, que faleceu após oito anos em coma, foi levado para a frente ao Parlamento, em Jerusalém. Diversos líderes estrangeiros confirmaram presença no funeral.

Foto: Reuters

Milhares de israelenses devem passar em frente ao Knesset (Parlamento em Jerusalém) neste domingo (12/01), para dar o último adeus ao ex-premiê Ariel Sharon, que faleceu neste sábado aos 85 anos. Seu caixão foi coberto com a bandeira de Israel. Sharon sucumbiu a uma falência múltipla de órgãos após oito anos em coma. Ele vinha sendo acompanhado em um hospital de Tel Aviv.

O funeral ocorrerá na segunda-feira, com uma sessão parlamentar especial, que contará com a participação do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, do presidente Shimon Peres e de familiares do morto. Também está prevista a presença de diversos líderes estrangeiros, entre eles o vice-presidente americano, Joe Biden, o enviado especial do Quarteto para o Oriente Médio, Tony Blair, o ministro alemão do Exterior, Frank-Walter Steinmeier, e o presidente do Parlamento russo, Serguei Naryshkin.

Um cortejo fúnebre acompanhará o caixão até Havat Shikmim, propriedade rural da família Sharon no sul de Israel, onde o ex-premiê será enterrado com honras militares. No local também se encontra o túmulo de Lily Sharon, mulher de Ariel Sharon, falecida em 2000.

Centenas de isralenses foram até o Parlamento em Jerusalém dar o último adeus a SahronFoto: Reuters

Repercussão internacional

A morte de um dos maiores líderes militares e políticos da história de Israel repercutiu em todo o mundo. O secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, disse que Sharon foi "um herói de seu povo", e afirmou ter ficado triste com a morte do ex-primeiro-ministro, que será sempre lembrado por sua "coragem política e determinação para tomar a dolorosa decisão de retirar colonos e tropas israelenses da Faixa de Gaza".

Já o presidente americano, Barack Obama, ressaltou que os EUA "se unem ao povo de Israel para honrar o compromisso de Sharon com o país". E completou: "Reafirmamos nosso inabalável comprometimento com a segurança de Israel e o apreço pelo fortalecimento da amizade entre nossos dois países".

Muitos palestinos comemoraram a morte do ex-líder israelense. Ele passou a ser odiado entre os árabes após o massacre de centenas de refugiados palestinos nos campos de Sabra e Shatila, em Beirute, no ano de 1982, por homens da milícia cristã libanesa, aliada a Israel. "Ficamos mais confiantes na vitória com a morte deste tirano", declarou Sami Abu Zuhri, porta-voz do Hamas, facção islâmica que governa Gaza.

Muitas pessoas distribuíram doces neste sábado, como sinal de comemoração. "Os palestinos se lembram do que Sharon fez e tentou fazer com nosso povo e nosso sonho de formar um Estado", ressaltou Wael Abu Youssef, membro da Organização pela Libertação da Palestina.

Após sofrer um derrame, Sharon ficou em coma durante oito anosFoto: Menahem Kahana/AFP/Getty Images

Amado e odiado

Considerado um herói militar em Israel, reconhecido como um político pragmático fora do país e odiado como um criminoso pelos palestinos e no mundo árabe, Ariel Sharon era uma figura controversa.

Ele foi um dos maiores estrategistas militares e uma das figuras mais poderosas em Israel, tendo liderado invasões militares, a construção dos assentamentos de judeus em áreas reclamadas pelos palestinos, além de ter também tomado a surpreendente decisão de retirar tropas da Faixa de Gaza.

Primeiro-ministro isarelense entre 2001 e 2006, Sharon sofreu um derrame pouco depois de deixar o partido Likud, de direita, e fundar uma facção centrista, com o intuito de avançar no processo de paz com os palestinos.

MSB/rtr/dpa

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