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Austeridade à italiana

14 de julho de 2011

Pacote bilionário de medidas econômicas passa pela votação no Senado italiano e segue agora para a Câmara dos Deputados em Roma. Objetivo é sanear o orçamento nos próximos quatro anos e acalmar os mercados financeiros.

ILLUSTRATION: Eine italienische Ein-Euro-Münze ist am Montag (11.07.2011) in Frankfurt (Oder) in einer Schale halb unter Wasser zu sehen, in der sich die Nationalfarben von Italien spiegeln. Die Euro-Finanzminister beraten in Brüssel darüber, wie die Krise eingedämmt werden kann. Nicht nur das krisengeschüttelte Griechenland, sondern auch Italien macht die Märkte nervös. Foto: Patrick Pleul dpa/lbn +++(c) dpa - Bildfunk+++
Symbolbild Krise Euro EU Währung SchuldenFoto: picture alliance/dpa
O Senado italiano aprovou nesta quinta-feira (14/07), por 161 votos a favor e 135 contra, um pacote de medidas de austeridade econômica para ajudar o país a sair da crise de endividamento. Segundo a mídia italiana, o programa econômico prevê cortes no valor de 79 bilhões de euros nos próximos quatro anos.
O pacote ainda terá que ser aprovado pela Câmara dos Deputados, o que deve ocorrer nesta sexta-feira. O primeiro-ministro italiano, Silvio Berlusconi, não deve enfrentar resistência, já que detém maioria nas duas câmaras do Parlamento italiano.
A votação no Senado aconteceu poucas horas depois que o país altamente endividado conseguiu colocar no mercado títulos do Tesouro no valor de 4,97 bilhões de euros, com vencimento entre 2006 e 2016 e taxas de juros recordes. A negociação foi vista como um teste vital para a Itália e sua capacidade de refinanciar sua dívida, que chega a 120% do seu Produto Interno Bruto (PIB) e é uma das maiores do mundo em termos absolutos.
Aperto dos cintos
Um pouco antes da votação, o ministro italiano das Finanças, Giulio Tremonti, disse que a Europa precisa de uma solução política para resolver a crise da dívida. "Ninguém deve ter a ilusão de uma salvação individual. Assim como aconteceu com o Titanic, nem mesmo os passageiros da primeira classe serão salvos", alarmou Tremonti.
Para equilibrar suas contas públicas até 2014, a Itália prevê cortar despesas do Estado, introduzir uma lei para reforçar o sistema fiscal e, ainda, "iniciar um processo de privatizações", como reforçou Tremonti – mas só depois que a crise passar.
Ainda segundo o ministro, os municípios receberão incentivos para vender participações em companhias locais de serviços públicos. Tremonti afirmou também que o plano de austeridade será "reforçado" entre 2011 e 2014 e "aprovado até sexta-feira".
Tremonti, que até agora é considerado no exterior uma garantia italiana de seriedade, pretende através das medidas economizar neste ano 3 bilhões de euros, outros 6 bilhões em 2012, mais 25 bilhões em 2013 e 45 bilhões de euros adicionais em 2014.
Mercado e oposição: nervosismo
O consenso político em torno das medidas de redução de despesas ajudou a acalmar os mercados financeiros. Nas semanas anteriores, a Itália esteve na mira dos investidores, o que provocou perdas à terceira maior economia do euro.
O Partido Democrático (PD), maior grupo de oposição, pede a renúncia do governo Berlusconi, alegando que se trata de uma chefia muito fraca para enfrentar a tormenta provocada pelos mercados financeiros. A proposta do PD é instaurar um governo de transição que conduziria o país até as novas eleições em 2013.
O primeiro-ministro italiano, que não abandonou o poder mesmo depois de seguidos escândalos sexuais, parece um pouco mais abatido depois do ataque no mercado financeiro italiano. Depois de atacar Tremonti em entrevista a um jornal, Berlusconi evitou falar pessoalmente sobre a turbulência financeira.
NP/rts/dapd/lusa
Revisão: Carlos Albuquerque
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