Itália começa a relaxar restrições na maior parte do país
26 de abril de 2021
Em 14 das 20 regiões, cafés e restaurantes poderão receber clientes em mesas ao ar livre. Cinemas, teatros e museus voltarão a funcionar, mas com capacidade reduzida.
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A Itália começou nesta segunda-feira (26/04) o relaxamento gradual de várias restrições impostas para tentar conter a disseminação do coronavírus nos últimos meses. Cafés, restaurantes, cinemas, teatros e museus começarão a reabrir, e alunos voltarão para as aulas presenciais na maioria das regiões.
Os italianos esperam que a flexibilização seja mais duradoura do que as anteriores e marque o início de verão mais ou menos normal.
Em 14 regiões, classificadas como "zonas amarelas", que abrangem cerca de 50 milhões de pessoas, cafeterias e restaurantes poderão abrir e receber clientes para almoço e jantar, mas apenas nas áreas ao ar livre e até o início do toque de recolher, às 22h.
Teatros e salas de concerto também podem abrir, mas com com 50% da capacidade, seguidos pela abertura escalonada de piscinas, academias, eventos esportivos e parques temáticos até 1º de julho. Em Milão, o cinema Beltrade conquistou o título de primeiro a reabrir após seis meses de inatividade, com a exibição especial de "Caro Diário", um clássico da década de 1990, às 6h.
A Ópera de Roma reabre na quinta-feira com um concerto. A partir de terça-feira, e gradualmente, irá reabrir a Galeria Uffizi, em Florença, e a escavação arqueológica de Pompeia.
Também a partir desta segunda-feira, pelo menos 7,6 milhões de alunos, cerca de 85% do total, regressam às aulas presenciais. No entanto, a preocupação com a possibilidade de contágio no transporte para os centros escolares, levou sindicatos e escolas a pedirem uma redução da porcentagem de alunos em alguns centros.
Os italianos também vão poder voltar a se deslocar entre as regiões, inclusive em áreas "vermelhas" ou "laranjas", caso tenham um "certificado verde", que pode ser obtido por aqueles que completaram o ciclo de vacinação, estejam curados da doença ou tiveram resultado negativo em PCR ou teste de antígeno nas 48 horas anteriores.
De acordo com a última portaria assinada pelo ministro da Saúde, Roberto Speranza, cinco regiões permanecem classificadas como "laranja", ou seja, de médio risco, e apenas a Sardenha permanece como "vermelha".
A Itália registrou nesta segunda-feira 8.444 novas infecções e 301 mortes. Atualmente, o país tem 23.484 pessoas internadas com coronavírus, sendo 2.849 em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) – índice abaixo da cifra crítica de 3.000.
A Itália tem cerca e 60 milhões de habitantes e mais de 17 milhões já receberam ao menos a primeira dose de vacinas contra a covid-19, principalmente pessoas com mais de 70 anos e profissionais de saúde. Mais de cinco milhões já receberam as duas doses.
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Plano de recuperação
Também nesta segunda-feira, o primeiro-ministro italiano, Mario Draghi, apresentou ao Parlamento o plano de recuperação da Itália, no valor de 222 bilhões de euros, na maior parte financiado por recursos do Fundo Europeu de Recuperação (FER).
Do total, 191,5 bilhões de euros serão oriundos do FER. Os restantes 30 bilhões de euros serão de recursos próprios, até 2026, provenientes de uma alteração orçamental aprovada pelo Parlamento na semana passada, no valor de 40 bilhões de euros.
O governo espera que o plano impulsione o crescimento em 3,6 pontos percentuais até 2026, depois que a economia encolheu 8,9% no ano passado, devido às restrições impostas para conter o coronavírus.
A Itália é o principal beneficiário do fundo de 750 bilhões de euros da UE. Por isso, está sob intenso escrutínio para gastar o dinheiro com eficiência. O plano deve ser submetido a Bruxelas até sexta-feira para aprovação.
O documento recebeu luz verde no sábado, após uma reunião entre Mario Draghi e a presidente da Comissão Europeia, Ursula Von der Leyen.
As prioridades incluem infraestrutura, principalmente ferrovias de alta velocidade; energia verde, incluindo projetos de energia de hidrogênio; investimento em serviços de Internet e digitalização da administração pública.
Parte do montante está previsto para ajudar as mulheres e os jovens, que foram especialmente prejudicados durante a pandemia.
Terceira maior economia da zona do euro, a Itália foi o primeiro país europeu a enfrentar de forma aguda a covid-19 e ainda sofre com a pandemia. Mais de 89 mil cidadãos do país morreram em 2020, enquanto restrições e o colapso do turismo precipitaram a economia italiana na pior recessão desde o fim da Segunda Guerra Mundial.
Disputas sobre como gastar o dinheiro vindo da UE derrubaram o primeiro-ministro anterior, Mario Conte, e sua coalizão. Em fevereiro, Draghi aceitou o convite do presidente italiano, Sergio Mattarella, para assumir o cargo de primeiro-ministro de Itália, depois de ter garantido o apoio de quase todos os partidos do Parlamento.
le (ap, afp, dpa, lusa, efe)
Celebridades e políticos que testaram positivo para covid-19
Várias estrelas de cinema contraíram o coronavírus. A doença varreu a elite política global e afetou também os melhores atletas.
Foto: Joshua Roberts/Reuters
Emmanuel Macron
O presidente da França foi diagnosticado com o coronavírus dias depois de uma cúpula dos líderes da União Europeia, o que levou várias autoridades do bloco a adotarem o isolamento. Nos dias que antecederam o resultado, ele se reuniu também com lideranças políticas da França e membros de seu gabinete. Seus assessores disseram que ele mantém estilo de vida saudável e se exercita regularmente.
Foto: Lewis Joly/AP Photo/picture alliance
Donald Trump
Após menosprezar a doença durante meses, o presidente dos Estados Unidos confirmou que ele e a primeira-dama, Melania Trump, estavam infectados com o coronavírus em plena reta final de sua campanha à reeleição. Trump raramente aparecia em público usando máscaras de proteção e ignorou em diversas ocasiões os alertas das autoridades de saúde.
Foto: picture-alliance/CNP/A. Drago
Andrzej Duda
O presidente da Polônia, Andrzej Duda, testou positivo para o coronavírus, anunciou um porta-voz no dia 24 de outubro. Dias antes, ele esteve em um fórum de investimento na Estônia, onde se encontrou com o presidente búlgaro, Rumen Radev, que entrou em isolamento profilático depois de ter contato com alguém infectado em seu país de origem. No entanto, não foi confirmado como Duda se contaminou.
Foto: Photoshot/picture-alliance
Andrea Bocelli
O tenor italiano Andrea Bocelli testou positivo para o novo coronavírus em março. Ele relatou que teve apenas febre leve, e no mês seguinte, já fez uma apresentação na Catedral de Milão, vazia devido às regras de restrição.
Foto: Getty Images/S.Legato
Robert Pattinson
O ator, de 34 anos, mais conhecido por estrelar como o vampiro Edward Cullen na saga cinematográfica "Twilight", testou positivo para covid-19, obrigando a produção de "The Batman" a uma pausa apenas três dias depois de ter retomado trabalhos. Pattinson, que também foi Cedric Diggory na adaptação cinematográfica de "Harry Potter e o cálice de fogo", sucede Ben Affleck como o Homem Morcego.
Foto: picture-alliance/dpa/Sputnik/E. Chesnokova
Dwayne 'The Rock' Johnson
O lutador que virou estrela de cinema se tornou uma das mais recentes celebridades a contraírem covid-19. Em um vídeo no Instagram, Johnson revelou que ele, sua esposa e duas filhas testaram positivo — acrescentando que ele teve "uma experiência difícil" com os sintomas. Ele também pediu às pessoas que parem de "politizar" a pandemia e "usem máscara".
Foto: picture-alliance/AP Photo/R. Shotwell
Neymar
O craque brasileiro é um dos três jogadores do PSG a contraírem o vírus, informou a agência de notícias AFP em 2 de setembro. Acredita-se que o surto no clube esteja relacionado a uma viagem de férias que o time fez à ilha espanhola de Ibiza. Posteriormente, Neymar postou uma foto no Instagram com seu filho, que também supostamente testou positivo: "Obrigado pelas mensagens. Estamos todos bem".
Foto: Getty Images/AFP/D. Ramos
Silvio Berlusconi
O ex-premiê italiano de 83 anos testou positivo para o vírus e estaria assintomático, segundo anúncio de seu médico em 2 de setembro. Dois dos filhos de Berlusconi e sua namorada de 30 anos também testaram positivo. O ex-premiê testou positivo depois de passar férias na costa da Sardenha, onde os ricos e famosos da Itália costumam desdenhar das políticas de restrição.
Foto: picture-alliance/dpa/D. Vojinovic
Usain Bolt
A lenda do atletismo Usain Bolt testou positivo poucos dias depois de realizar uma festa para comemorar seu 34º aniversário no final de agosto. O detentor do recorde para os 100 e 200 metros rasos disse que entrou em quarentena, mas que não estava exibindo sintomas. Vídeos da festa de aniversário ao ar livre de Bolt mostraram convidados sem máscaras durante a celebração.
Foto: Reuters/M. Childs
Antonio Banderas
O ator espanhol teve uma surpresa indesejável em seu 60º aniversário em meados de agosto, depois de um teste positivo para o coronavírus. Banderas disse que passou seu aniversário isolado e que estava "mais cansado do que de costume", mas "esperando se recuperar o mais rápido possível".
Foto: picture-alliance/Captital Pictures
Jair Bolsonaro
O presidente brasileiro, que repetidamente minimizou a gravidade da pandemia, contraiu o vírus em julho. Ele foi criticado por ignorar as medidas de segurança recomendadas por especialistas em saúde antes e depois de seu diagnóstico, incluindo apertar as mãos e abraçar apoiadores na multidão. Sua mulher, Michelle, e os filhos Jair Renan e Flávio também testaram positivo.
Foto: picture-alliance/dpa/E. Peres
Tom Hanks
O ator Tom Hanks e sua mulher, a atriz e cantora Rita Wilson, foram algumas das primeiras celebridades a anunciar que contraíram o vírus. O casal testou positivo para a covid-19 em meados de março, quando estava na Austrália. Depois de se recuperar e retornar aos Estados Unidos, Hanks defendeu que as pessoas façam sua parte para retardar a propagação da doença.
Foto: picture-alliance/AP/Invision/J. Strauss
Sophie Gregoire Trudeau
Sophie Gregoire Trudeau, mulher do primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau, testou positivo para coronavírus depois de retornar do Reino Unido em meados de março. O marido dela anunciou ter se isolado na residência oficial, mesmo sem apresentar sintomas da enfermidade.
Foto: Reuters/P. Doyle
Boris Johnson
No final de março, o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, contraiu o coronavírus que o levou ao hospital por vários dias. Johnson passou uma semana em um hospital em Londres e três noites na UTI, onde recebeu oxigênio e foi observado 24 horas por dia. Ele teve alta em meados de abril, e os funcionários do hospital receberam o crédito de ter salvado sua vida.
Foto: picture-alliance/AP Photo/S. Dawson
Ambrose Dlamini
O primeiro-ministro de Essuatíni (antiga Suazilândia), Ambrose Dlamini, contraiu o coronavírus e morreu em decorrência da covid-19, em dezembro de 2020. Ele tinha 52 anos e chegou a ser internado em um hospital da África do Sul, mas não resistiu.
Foto: RODGER BOSCH/AFP
Hamilton Mourão
O vice-presidente, Hamilton Mourão, anunciou no final de dezembro de 2020 que havia testado positivo para a covid-19. Ele ficou 12 dias em isolamento no Palácio do Jaburu, em Brasília. Antes de receber o diagnóstico, o vice-presidente teve dor no corpo, dor de cabeça e febre que não passou de 38 graus. Em março de 2021, ele recebeu a primeira dose da Coronavac.
Foto: Sergio Lima/AFP
Larry King
O lendário apresentador de TV americano Larry King morreu em janeiro de 2021, em decorrência da covid-19. Ele tinha 87 anos e comandava um tradicional programa de entrevistas na CNN há mais de duas décadas.
Foto: Radovan Stoklasa/REUTERS
Alberto Fernández
O presidente da Argentina, Alberto Fernández, de 62 anos, anunciou no começo de abril de 2021 que contraiu o coronavírus. Segundo a Unidade Médica Presidencial, ele não teve sintomas, graças à imunização pela vacina russa Sputnik V, recebida dois meses antes.