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Monitoramento pelo FMI

4 de novembro de 2011

Pressionado pelos mercados e pela União Europeia, primeiro-ministro Silvio Berlusconi aceita que o FMI participe do monitoramento dos esforços italianos por reformas.

Italian Prime Minister Silvio Berlusconi arrives for a G20 summit in Cannes, France on Thursday, Nov. 3, 2011. French President Nicolas Sarkozy will welcome Barack Obama of the U.S., Hu Jintao of China as well as the leaders of India, Brazil, Russia and the other members of the Group of 20 leading world economies in the city made famous by its annual film festival, but the event is far from the star turn the unpopular French leader had hoped to make six months before he faces a tough re-election vote. (AP Photo/Michel Euler)
Berlusconi está sob pressãoFoto: dapd

O primeiro-ministro italiano, Silvio Berlusconi, aceitou que o país seja monitorado pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) na realização de reformas do sistema previdenciário e das leis trabalhistas e nas privatizações, afirmaram nesta sexta-feira (04/11) altos representantes da União Europeia.

Berlusconi, que enfrenta pressão dos mercados e da União Europeia (UE) devido ao atraso na implementação de reformas para reduzir o deficit do país, concordou com as auditorias após reunião com seus colegas europeus e o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, num encontro paralelo à cúpula do G20, em Cannes.

"Precisamos ter certeza de que há credibilidade nas metas da Itália, que ela irá cumpri-las. Decidimos que queremos o FMI envolvido no monitoramento, usando sua própria metodologia, e os italianos disseram que podem conviver com isso", disse uma fonte da União Europeia à agência de notícias Reuters. Até o momento, apenas a Comissão Europeia monitorava os esforços italianos.

Um representante italiano negou que o país estará sob vigilância especial e disse que todos os integrantes da zona do euro passariam por auditorias. Segundo ele, trata-se apenas de conselhos e opiniões do FMI.

A mesma fonte, entretanto, confirmou que a Itália planeja solicitar consultoria do FMI para implementar as reformas acertadas com os líderes da UE na reunião de cúpula realizada no dia 27 de outubro em Bruxelas.

Analistas afirmam que a concessão de Berlusconi, aceitando o monitoramento da UE e do FMI, é uma tentativa de abrandar a pressão dos mercados. Os juros dos títulos da Itália superaram os 6% nesta semana. A dívida do país alcança a 120% de seu Produto Interno Bruto (PIB).

Mais dinheiro do FMI

O monitoramente da Itália por parte do FMI é resultado de um encontro paralelo à cúpula do G20, do qual participaram a chanceler federal alemã, Angela Merkel, o presidente francês, Nicolas Sarkozy, Obama e Berlusconi, além de representantes do Banco Central Europeu (BCE) e do FMI.

O encontro debateu estratégias para evitar que a crise da dívida da zona do euro empurre a economia global para uma recessão. Fontes do G20 confirmaram à agência Reuters que pode haver uma injeção de recursos no FMI com a participação de países emergentes, no valor de 300 bilhões a 350 bilhões de dólares.

Os líderes do G20, reunidos em Cannes, na França, concordaram nesta sexta-feira (04/11), que o Fundo Monetário Internacional (FMI) deveria criar uma linha de empréstimos rápidos para ajudar os países em situação mais debilitada, segundo afirma a agência de notícias DPA.

Essa chamada linha de Precaução e Liquidez estaria em condições de socorrer os países por até seis meses. O instrumento viabilizaria créditos a curto prazo para proteger países prestes a serem contagiados pela crise financeira. Analistas especulam que a Itália seria um dos principais beneficiados pelo novo mecanismo de socorro.

O mecanismo faria com que os Estados pudessem dispor de créditos no valor de até 5 vezes a sua cota de capital no FMI. Conforme informações do Frankfurter Allgemeine Zeitung, o crédito italiano junto ao Fundo chegaria a 45 bilhões de euros, enquanto o espanhol, a 23 bilhões. O novo mecanismo poderia agir em paralelo ao próprio Fundo Europeu de Estabilização Financeira (FEEF), aumentando o poder de fogo deste que é o principal mecanismo de resgate da zona do euro.

MP/dpa/rtr
Revisão: Alexandre Schossler