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Itália de luto pela morte de Umberto Eco

20 de fevereiro de 2016

Personalidades da política, da música e da literatura exaltam legado do escritor e acadêmico italiano, autor do clássico "Em nome da rosa". "Um exemplo extraordinário de intelectualismo europeu", diz Renzi.

Umberto Eco, italienischer Autor und Wissenschafter
Foto: Reuters/A. Comas

A Itália amanheceu de luto neste sábado (20/02) após a morte de Umberto Eco, um dos maiores nomes de sua cultura. Personalidades da política, da música e da literatura lamentaram a perda do acadêmico e escritor de 84 anos, que ganhou fama internacional com o romance Em nome da rosa.

"Um exemplo extraordinário de intelectualismo europeu, unindo uma inteligência única do passado com uma inesgotável capacidade de antecipar o futuro", declarou o primeiro-ministro italiano, Matteo Renzi.

O prefeito de Milão, Giuliano Pisapia, usou o Facebook para prestar sua homenagem ao escritor: "Adeus mestre e amigo, gênio do saber, apaixonado por Milão, homem de vasta cultura e de grande paixão política", escreveu Pisapia. "Milão sem você é triste e pobre, mas está orgulhosa de ser tua amada cidade. Ter tido você perto nestes anos foi um grande privilégio."

De Bolonha, cidade onde Eco foi professor emérito e presidente da Escola Superior de Estudos Humanísticos da Universidade de Bolonha, o prefeito Virginio Merola expressou seu sentimento.

"Sinto sua falta, Bolonha sente sua falta, sua inteligência e seu espírito livre farão falta. Adeus, Umberto", postou Merola no Twitter.

Sean Connery no papel principal da adaptação para o cinema do clássico escrito por Umberto EcoFoto: picture-alliance/dpa

"Mistura de sábio e homem que amava rir"

A editora italiana Bompiani, que publicou seu último livro, Número zero, de 2015, escreveu: "Luto na cultura. Umberto Eco nos deixou: estamos abalados."

As reações também vieram do mundo da música, entre outros, da cantora italiana Noemi: "Umberto Eco é parte da nossa cultura e literatura. Seremos capazes de contar tão bem as coisas aos italianos do amanhã?", questionou.

O cineasta francês Jean-Jacques Annaud, que levou às telas de cinema O nome da rosa lembrou o escritor como um erudito que se divertia com tudo.

"Era um personagem muito erudito e de uma alegria de viver assombrosa. Uma mistura entre o sábio e o homem que amava rir e comer", declarou.

Umberto Eco passou boa parte de sua vida praticamente desconhecido fora do círculos universitários, até se tornar uma celebridade internacional ao publicar seu primeiro romance, "O nome da rosa", uma trama de suspense pouco ortodoxa, passada num mosteiro medieval.

Eco certa vez atribuiu o sucesso do livro à semelhança de experiências compartilhadas pela humanidade na época retratada no romance e o final do século 20.

"Espero que os leitores vejam as raízes, que tudo o que existia então – de bancos e da espiral inflacionária à queima de bibliotecas – existe ainda hoje", afirmou, em 1983, em entrevista ao jornal The New York Times.

RPR/rtr/efe/ots