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Itália ordena fechamento do comércio devido ao coronavírus

11 de março de 2020

Premiê italiano amplia restrições da quarentena. Dinamarca enfrenta explosão no número de casos e suspende aulas em escolas e universidades. No Brasil, infecções confirmadas passam de 30 para 69.

Em meio à quarentena, pontos turísticos de Roma estão vazios
Em meio à quarentena, pontos turísticos de Roma estão vaziosFoto: Reuters/R. Casilli

O primeiro-ministro da Itália, Giuseppe Conte, anunciou nesta quarta-feira (11/03) novas restrições na quarentena imposta para combater a propagação do novo coronavírus. O número de mortos no país chegou a 827 e de infectados passou dos 12 mil.

Num discurso transmitido na televisão, Conte afirmou que todas as lojas serão fechadas. Somente supermercados, loja de alimentos e farmácias poderão continuar abertas. As restrições também atingem empresas, que deverão manter em funcionamento somente os departamentos essenciais para a produção.

Prestadores de serviço, como cabelereiros e salões de beleza, também deverão ser fechados, assim como bares, restaurantes e cafés. Restaurantes, no entanto, poderão continuar funcionado em esquema de entrega de pedidos.

"Só poderemos ver os efeitos desse grande esforço em algumas semanas", afirmou Conte, em referência aos boletins diários sobre os números de caso da doença covid-19. O premiê também agradeceu os italianos por colaborar com as restrições de viagem e sociais sem precedentes no país.

Conte pediu ainda que os italianos evitem estocar alimentos e lembrou que os supermercados continuarão abertos. As restrições ficam em vigor nas próximas duas semanas.

Na segunda-feira, a Itália impôs uma quarentena em todo o país para tentar controlar a disseminação da doença. O governo solicitou que todos os italianos fiquem em casa e evitem viagens não-essenciais até o dia 3 de abril, ampliando radicalmente medidas já tomadas em grande parte do norte, região mais rica do país, e que é a principal área afetada pela epidemia. 

Dinamarca fecha escolas e universidade

A Dinamarca também anunciou medidas restritivas para conter a covid-19. A primeira-ministra dinamarquesa, Mette Frederiksen, anunciou nesta quarta-feira o fechamento de todas as escolas e universidade e determinou que funcionários públicos que não possuem "funções críticas" trabalhem de casa.

As universidades e escolas serão fechadas a partir de sexta-feira e as creches a partir de segunda-feira. Frederiksen pediu também que eventos com mais de 100 pessoas sejam cancelados e solicitou que clubes noturnos não abram por um tempo.

O número de casos no país aumentou 10 vezes em apenas 48 horas, chegando a 514. Segundo o Ministro da Saúde dinamarquês, Magnus Heunicke, esse foi o "aumento mais dramático" no número de infecções na Europa.

América Latina amplia restrições de viagem

Diversos países da América Latina, onde foram registrados apenas 150 casos e duas mortes, decretaram restrições de viagens para a Europa. A Argentina, Colômbia e Peru anunciaram que passageiros que chegarem da China, Itália, Espanha e França ficarão em quarentena. A Argentina incluiu ainda na lista a Alemanha, Japão, Coreia do Sul e Estados Unidos. Todos os viajantes que chegam destes países deverão ficar isolados por duas semanas.

Já El Salvador proibiu a entrada de estrangeiros vindos da China, Coreia do Sul, Irã, Itália, França, Espanha e Alemanha. Cidadãos e diplomatas do país que chegarem destas regiões deverão ficar em quarentena de um mês. A Guatemala ordenou que passageiros vindos da Europa passem uma semana isolados em hospitais.

O Paraguai suspendeu aulas e eventos públicos por duas semanas. A Costa Rica também cancelou grandes eventos, como partidas de futebol, shows e festas populares.

No Brasil, o número de casos passou de 30 para 69. O país investiga ainda 907 suspeitas da covid-19. As novas infecções foram registradas em São Paulo (27), Rio de Janeiro (5), Rio Grande do Sul (1), Distrito Federal (1) e Bahia (1).

Nesta quarta-feira, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou pandemia do novo coronavírus. O número de casos fora da China se multiplicou por 13 em duas semanas, e o de países afetados triplicou. Segundo a OMS, já há mais de 118 mil casos de infecção com o vírus Sars-Cov-2 em 114 países, com 4.291 mortes oficialmente confirmadas.

CN/afp/rtr/dpa/ap

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