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Itália preside G8

DW/Agências (st/ca)2 de janeiro de 2009

Pela terceira vez, Itália assume presidência do G8, grupo de países industrializados mais ricos e Rússia. No próximo encontro do bloco, em julho próximo, Berlusconi quer trazer países emergentes para mesa de decisões.

Berlusconi já presidiu encontros de Nápoles (1994) e Gênova (2001)Foto: AP

Depois de 1994 e 2001, Silvio Berlusconi assumiu pela terceira vez, na quinta-feira (01/01), a presidência do grupo que reúne os países industrializados mais ricos do planeta e a Rússia. Orgulhoso, declarou que "isto é um recorde absoluto, porque [o alemão Helmut] Kohl e [o francês François] Mitterrand só foram presidentes por duas vezes".

Em 2009, a Itália assume por 12 meses a presidência do bloco composto por EUA, Reino Unido, França, Alemanha, Itália, Japão, Canadá e Rússia. O próximo encontro de cúpula do G8 deverá ser realizado entre 8 e 10 de julho próximo em La Maddalena, pequena ilha ao norte da Sardenha.

Segundo o desejo italiano, o G8 deverá se reunir em seu formato tradicional somente no primeiro dia do encontro. No segundo dia, Berlusconi deverá trazer países emergentes, como também o Egito, para as reuniões de trabalho. No terceiro, Austrália e Indonésia deverão juntar-se aos demais.

Dessa forma, explicou Berlusconi, os países que já "ascenderam" economicamente não se sentirão somente como convidados em refeições de trabalho. Temas de discussão não deverão faltar diante da crise financeira, da escalada do conflito no Oriente Médio e da possibilidade de ampliação do grupo.

Em direção a um G20

G8 está se tornando um G20, diz BerlusconiFoto: AP

"No primeiro dia, acontecerá o tradicional G8. No segundo, virão os cinco países emergentes Índia, China, África do Sul, Brasil e México. E, por nossa sugestão, também o Egito. Neste dia, o grupo se chamará então G14. No terceiro dia, esses 14 receberão países da África e nações como a Indonésia e Austrália. Estamos a caminho de nos tornarmos um G20", afirmou o chefe de governo italiano.

Por trás da pretensão italiana de integrar os países emergentes nas reuniões do bloco, está o reconhecimento de que problemas globais como a crise financeira, as mudanças climáticas ou a alimentação só podem ser resolvidos com a participação de nações como a China ou o Brasil.

Mas os problemas são muitos e o governo italiano terá dificuldades em enfrentá-los todos de uma vez nos meses em que presidirá o bloco. Por esse motivo, muitas questões serão discutidas também fora do encontro de cúpula do grupo, em encontros ministeriais ao longo do ano todo.

Discussões em nível ministerial

Encontro do G8 em Gênova (2001) foi marcado por protestosFoto: AP

É o caso da situação nas regiões de crise Afeganistão/Paquistão e na África, que deverá ser foco do G8 durante a presidência italiana. Franco Frattini, ministro do Exterior da Itália, deu como exemplos o conflito no Congo ou a situação na Somália: "Para as crises regionais na África, não é suficiente aquilo que as Nações Unidas fizeram até agora. É necessária uma ação decisiva, não somente a manutenção da paz, mas a participação de grandes organizações regionais como a União Africana".

Ajuda ao desenvolvimento, economia de energia e redução dos gases-estufa são outros temas a serem discutidos em nível ministerial. Como explicou Frattini, também a crise financeira continuará sendo um dos principais temas do G8.

"Os ministros da Economia debaterão a reforma das instituições financeiras internacionais e também do Banco Mundial. É evidente a ineficácia de organizações sem mecanismos fortes de controle e sem uma ligação instantânea com a economia real existente", explicou Frattini.

"Internet abrange o mundo todo"

A segurança e a prevenção de delitos serão outros assuntos a serem tratados durante a presidência italiana. Segundo Frattini, "os chefes de Estados devem se confrontar com as novas tecnologias de comunicação e com os crimes via internet, o roubo de identidade, a espionagem online e o furto eletrônico. Esse é um tema que precisa de uma regulação mundial, porque a internet abrange o mundo todo".

Mas o tema também será discutido no encontro de cúpula dirigido por Silvio Berlusconi em julho próximo em La Maddalena. Ele também estava à frente dos encontros de Nápoles, em 1994, e Gênova, em 2001, ambos marcados por declarações controversas do chefe de governo italiano.

Diplomatas italianos esperam que, pelo menos desta vez, Berlusconi controle sua língua e não faça mais piadas sobre a cor da pele do novo presidente norte-americano, Barack Obama.

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