Operação coordenada pela Guarda Costeira é uma das maiores já realizadas num só dia em 2016. Após fechamento da rota dos Bálcãs, muitos se arriscam na perigosa travessia. Até julho, mais de 3 mil morreram.
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Megaoperação realiza um dos maiores resgates no Mediterrâneo
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A Guarda Costeira italiana informou nesta terça-feira (30/08) que resgatou 6,5 mil pessoas no Canal da Sicília, numa das maiores operações realizadas num só dia em 2016.
No total, foram 40 operações de resgate na segunda-feira, com a participação da Marinha italiana e de embarcações de ONGs que atuam no Mediterrâneo, além de outras das missões Frontex – a agência europeia de fronteiras – e Eunavfor Med (Força Naval da União Europeia no Mediterrâneo).
No domingo, a Organização Internacional para as Migrações (OIM) elevou para 332.914 o número de migrantes que conseguiram chegar à Europa pelo Mediterrâneo em 2016, por rotas diferentes.
Segundo dados da agência da ONU para refugiados (Acnur) e da Guarda Costeira, 112,5 mil pessoas chegaram à Itália neste ano, número pouco abaixo dos 116 mil registrados no mesmo período do ano passado.
A OIM considera a rota marítima entre o norte da África e a Itália como a "mais mortal para os migrantes que buscam uma vida melhor".
Em junho, a União Europeia (UE) expandiu as operações de repressão ao tráfico de pessoas no Mediterrâneo, que incluíam o treinamento da Guarda Costeira da Líbia.
O ministro italiano do Exterior, Angelino Alfano, afirmou que os chamados migrantes econômicos somam 60% das 154 mil chegadas no ano passado. Ele ressaltou que a Itália e os demais países da UE "não podem acolher a todos".
Após o fechamento da chamada rota dos Bálcãs, a travessia do Mediterrâneo voltou a ser um dos meios mais utilizados pelos que tentam chegar à Europa.
RC/efe/rtr/afp/ap/epd
A bordo de um navio militar alemão no Mediterrâneo
O "Frankfurt am Main" navega nas águas do Mar Mediterrâneo desde janeiro. Auxilia no resgate de refugiados a caminho da Europa e serve de apoio a outros navios. A DW África viajou na embarcação.
Foto: DW/D. Pelz
Missão delicada
O maior navio da Marinha alemã, o "Frankfurt am Main", prepara-se para levantar âncora. Os militares têm em mãos uma missão delicada no Mar Mediterrâneo, no âmbito da operação naval europeia "Sofia": travar a migração ilegal para a Europa, apanhar os "passadores" e resgatar os refugiados que naufragam.
Foto: DW/D. Pelz
Visão periférica
O navio funciona 24 sobre 24 horas. Os militares revezam-se nos turnos. Na ponte de comando, monitorizam o mar envolvente com a ajuda do radar. Os objetos que aparecem no monitor não são só embarcações de refugiados. Há muitos navios comerciais e de cruzeiro que navegam no Mediterrâneo. O "Frankfurt am Main" cruza-se também frequentemente com outras embarcações da operação "Sofia".
Foto: DW/D. Pelz
Saúde a bordo
O mar está demasiado agitado - os refugiados não se costumam fazer ao Mediterrâneo com este tempo. A tripulação dedica-se, por isso, a outras tarefas. A paramédica Shanice S. conduz um teste auditivo de rotina a um soldado. Os tripulantes fazem exames médicos regularmente. É possível inclusive realizar operações no hospital de bordo. Também há um dentista no navio.
Foto: DW/D. Pelz
Médicos, padeiros e padre a bordo…
Andreas Schmekel (à dir.) comanda mais de 200 pessoas no navio. A bordo seguem marinheiros, médicos, cozinheiros, padeiros e um padre. A maioria dos tripulantes passa vários meses no navio.
Foto: DW/D. Pelz
Sempre alerta
Os tripulantes têm de estar preparados para resgatar refugiados que entrem em apuros. Por isso, o técnico Jan S. testa as lâmpadas num dos contentores na proa. É para aqui que os refugiados são levados inicialmente. É aqui que são revistados pelos militares e que se avalia o seu estado de saúde. Quando centenas de refugiados sobem a bordo ao mesmo tempo, o processo pode demorar um dia inteiro.
Foto: DW/D. Pelz
Dia-a-dia dos militares
Se não há náufragos a bordo, os militares continuam os seus treinos regulares, incluindo de tiro, mesmo que a missão no Mediterrâneo não preveja o uso de armas de fogo. Também são testados o combate a incêndios ou a prontidão da resposta face a possíveis vazamentos no navio. Em caso de emergência, cada decisão e gesto é crucial.
Foto: DW/D. Pelz
Tudo em ordem e pratos limpos
Além dos turnos de vigia e dos treinos também é preciso limpar o navio e preparar a comida. Todos os dias, durante uma hora, os militares limpam todos os quatro cantos do navio - desde a bússola aos corrimões. Sobra pouco tempo livre.
Foto: DW/D. Pelz
Visita de vizinhos
Os vizinhos também fazem visitas no Mar Mediterrâneo. A fragata alemã "Karlsruhe" e o porta-aviões italiano "Cavour" realizam um exercício em conjunto com o navio "Frankfurt am Main". É preciso concentração máxima ao leme. Esta é uma manobra difícil.
Foto: DW/D. Pelz
Um armazém flutuante
O "Frankfurt am Main" costuma servir de apoio a embarcações mais pequenas, fornecendo combustível e água. Feridos podem ser tratados no hospital de bordo. Agora, uma parte do navio é utilizada para acolher refugiados que naufragam e que são, depois, transportados para o porto mais próximo ou transferidos para outro navio.
Foto: DW/D. Pelz
Posto de gasolina em alto mar
A fragata espanhola "Numancia" abastece no "Frankfurt am Main". É uma manobra complicada pois as embarcações navegam a uma velocidade de 20 km/h. Os navios têm de se manter à mesma distância durante a operação. Abastecer em alto mar chega a durar mais de uma hora.
Foto: DW/D. Pelz
Saudades
Este placard serve de motivação aos marinheiros, indicando os dias que faltam para o regresso a casa. Em alto mar os telemóveis não têm rede. Mas, a cada duas semanas, o navio atraca num porto do Mediterrâneo – é uma oportunidade para reabastecer a embarcação e dar aos militares a oportunidade de se recuperarem da vida a bordo.