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Italianos vão às ruas para protestar contra reforma trabalhista

25 de outubro de 2014

Governo quer mudar regra que protege trabalhadores contra demissões, argumentando que a alteração favorecerá a recuperação econômica. Líder sindical fala em greve geral.

Foto: picture-alliance/AP

Milhares de trabalhadores italianos foram às ruas de Roma neste sábado (25/10) para protestar contra a reforma trabalhista proposta pelo primeiro-ministro Matteo Renzi. O protesto, convocado pelo principal sindicato do país, a Confederação Geral Italiana do Trabalho (CGIL), reuniu mais de um milhão de pessoas na capital, segundo números apresentados pelos organizadores.

Entre os pontos mais polêmicos da reforma está a modificação do artigo 18 do Estatuto dos Trabalhadores, de 20 de maio de 1970, que protege os profissionais de empresas com mais de 15 empregados contra demissões injustificadas e lhes garante o direito à indenização ou à reintegração do emprego.

Renzi afirma que as empresas deixam de contratar trabalhadores, pois não podem demiti-los caso o negócio não dê certo. Para o primeiro-ministro, a mudança do artigo deve ajudar a Itália a sair da crise econômica. O desemprego atinge atualmente 44% dos jovens italianos e, na sua maioria, os primeiros empregos são temporários, precários e sem regalias sociais.

Greve geral pode ser convocada

A líder da CGIL, Susanna Camusso, disse que o movimento continuará lutando contra a reforma "de todas as maneiras possíveis". Ela afirmou, ainda, que uma greve geral poderá ser convocada caso os trabalhadores não tenham suas reivindicações atendidas. Para o sindicato, é necessário mudar a política econômica para se criar empregos.

Mesmo com a resistência dos trabalhadores, Renzi disse que vai lutar pela liberalização do mercado de trabalho. O primeiro-ministro recebeu de Bruxelas a aprovação para seu plano. Segundo a União Europeia, as estruturas engessadas do mercado de trabalho do país estão entre os motivos para a fraqueza econômica da Itália, que não encontra uma saída para a recessão.

O ex-primeiro-ministro Silvio Berlusconi tentou modificar o artigo 18 do Estatuto dos Trabalhadores em 2002, mas não conseguiu. Naquele ano, houve uma greve geral e, ainda, uma manifestação de trabalhadores que reuniu mais de três milhões de pessoas em todo o país.

Manifestantes são contra flexibilização da legislação trabalhistaFoto: picture-alliance/dpa/Massimo Percossi

FC/ap/rtr/afp/lusa

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