Ivanka utilizou e-mail privado para assuntos da Casa Branca
20 de novembro de 2018
Filha e assessora de Donald Trump enviou dezenas de mensagens relacionadas ao governo a partir de seu e-mail pessoal. Advogado assegura que correspondência não continha informações confidenciais.
Anúncio
Ivanka Trump, filha e assessora do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, utilizou uma conta pessoal de e-mail para discutir assuntos oficiais da Casa Branca, noticiou nesta segunda-feira (19/11) o jornal americano Washington Post.
O incidente é parecido com o que envolveu a ex-secretária de Estado dos EUA Hillary Clinton, cujo uso do e-mail pessoal desencadeou uma investigação do FBI e duras críticas de Trump durante a campanha eleitoral de 2016. O atual presidente chegou a pedir a prisão para a então candidata democrata.
O Washington Post, que citou fontes familiarizadas com uma análise interna da Casa Branca sobre a correspondência, revelou que Ivanka enviou centenas de mensagens a funcionários, assessores e assistentes. Muitas delas teriam violado protocolos do governo americano.
O jornal também citou um advogado de Ivanka, que admitiu o uso parcial da conta pessoal pela filha de Trump e ressaltou que isso ocorreu antes de ela ter sido informada sobre as regras de manuseio de correspondência eletrônica.
O advogado assegurou também que nenhuma dessas mensagens continha informações confidenciais, ao contrário do ocorrido com Hillary Clinton. Ivanka teria usado sua conta pessoal de e-mail para questões de logística e agendamento de compromissos familiares.
"Durante sua transição ao governo, depois de receber uma conta oficial, mas antes que a Casa Branca lhe repassasse as mesmas diretrizes que aos outros que começaram antes que ela, Ivanka às vezes utilizou sua conta pessoal, quase sempre para assuntos logísticos e de agenda relacionada à família", disse.
De acordo com a análise interna da Casa Branca, Ivanka utilizou sua conta pessoal para tratar assuntos oficiais menos de cem vezes, muitas delas em resposta a funcionários que escreveram a esse endereço de e-mail privado.
PV/efe/dpa/ap
______________
A Deutsche Welle é a emissora internacional da Alemanha e produz jornalismo independente em 30 idiomas. Siga-nos noFacebook | Twitter | YouTube
Trechos de "Fogo e Fúria", o livro sobre os bastidores da Casa Branca de Trump
Mesmo antes de sua publicação, livro do jornalista Michael Wolff já causa irritação em Washington. Com base em mais de 200 entrevistas, obra oferece rara visão interna da Casa Branca e da campanha eleitoral.
Foto: picture-alliance/AP/B. Anderson
"Fogo e fúria"
Trechos já publicados do livro do jornalista americano Michael Wolff "Fogo e Fúria: por dentro da Casa Branca de Trump" revelam o que acontece nos bastidores do centro do poder nos EUA, da busca por segurança em hambúrgueres aos sonhos presidenciais de Ivanka Trump.
Foto: picture-alliance/AP/B. Camp
"Melania em lágrimas"
"O filho de Trump, Don Jr., disse a um amigo que pouco depois das 20h, na noite da eleição, quando parecia confirmada a inesperada tendência de que Trump realmente poderia vencer, seu pai parecia ter visto um fantasma. Melania caiu em lágrimas – que não eram de alegria. Em pouco mais de uma hora, um Trump confuso se transformou num Trump incrédulo e depois num Trump assustado."
Foto: picture-alliance/AP/V. Mayo
Ivanka Trump, "primeira mulher presidente"
"Comparando riscos e ganhos, tanto Jared (Kushner) quanto Ivanka decidiram aceitar cargos na Casa Branca, contrariando o conselho de quase todos que conheciam... Ambos fizeram um acordo sério: se algum dia surgir a oportunidade, ela será a candidata à presidência. A primeira mulher presidente, brincou Ivanka, não seria Hillary Clinton, mas Ivanka Trump."
Foto: picture-alliance/AP/M. Sohn
Buscando refúgio em "fast food"
"Ele tinha um medo antigo de ser envenenado, e essa é uma das razões pelas quais ele gostava de comer no McDonald's: ninguém sabia que ele iria aparecer, e a comida já estava pronta, o que era seguro."
Foto: Instagram
As teorias de Bannon
"O verdadeiro inimigo, segundo Bannon, era a China. A China seria a primeira frente numa nova Guerra Fria. A China é tudo. Nada mais importa. Se não lidarmos direito com a China, não vamos lidar direito com nada. Tudo é muito simples. A China está onde a Alemanha nazista estava em 1929 e 1930. Os chineses, como os alemães, são as pessoas mais racionais do mundo, até deixarem de ser."
Foto: picture-alliance/AP/B. Anderson
Bannon: Donald Jr. foi "traidor"
"Donald Trump Jr., Jared Kushner e o chefe da campanha, Paul Manafort acharam uma boa ideia se encontrar com um governo estrangeiro na sala de conferências no 25º andar do Trump Tower – e sem advogados... Mesmo se você acha que não se tratava de traição, falta de patriotismo ou uma bosta ruim, e eu acho que foi tudo isso, você deveria ter chamado o FBI imediatamente", disse Bannon.
Foto: picture-alliance/AP/C. Kaster
"Perder era ganhar"
"Se tivesse perdido a eleição, Trump se tornaria muito famoso e ao mesmo tempo um mártir da Hillary Idiota. Sua filha Ivanka e o genro Jared se tornariam celebridades internacionais. Steve Bannon se tornaria o chefe de fato do movimento Tea Party. Melania Trump, que havia obtido do marido a garantia de que ele não seria presidente, poderia voltar a ter almoços discretos. Perder era ganhar."