Janot pede urgência na escolha de relator da Lava Jato
25 de janeiro de 2017
Procurador-geral da República solicita que Supremo Tribunal Federal acelere indicação de substituto do ministro Teori Zavascki, morto em desastre aéreo. Não há data para a decisão.
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O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pediu nesta terça-feira (24/01) que o Supremo Tribunal Federal (STF) escolha com urgência o novo relator dos processos da Operação Lava Jato. Com a morte do ministro Teori Zavascki, que desempenhava a função, a corte busca uma solução para o impasse.
Nesta segunda-feira, quatro dias após a morte de Zavascki, a presidente do STF, Cármen Lúcia, começou a fazer consultas informais para tentar chegar à uma solução consensual quanto ao novo relator.
Não há data para que uma decisão seja tomada. O STF está em recesso, e os trabalhos devem ser retomados na semana que vem.
No último sábado, o presidente Michel Temer anunciou que iria aguardar a indicação pelo STF de um novo relator para as ações da Lava Jato antes de escolher um substituo para Zavascki na corte. O ministro morreu na última quinta-feira na queda de um pequeno avião perto de Paraty.
Nesta terça-feira, Cármen Lúcia autorizou que auxiliares do gabinete de Zavascki retomem os depoimentos de homologação dos acordos de delação premiada de 77 executivos do Grupo Odebrecht. Segundo os auxiliares, a análise dos depoimentos está avançada. Teori estava prestes a homologar os depoimentos. A decisão estava prevista para fevereiro.
As audiências devem se estender por toda a semana. O principal objetivo delas é confirmar se os executivos da Odebrecht assinaram seus acordos de delação premiada sem terem sido coagidos. A decisão deu a Cármen Lúcia mais tempo para decidir sobre quem será o novo relator da Lava Jato no STF.
LPF/abr/ots
Tragédias que afetaram os rumos da política brasileira
Destino do Brasil foi afetado por mortes trágicas de figuras relevantes da política, como o presidente Tancredo Neves, que foi submetido a cirurgia de emergência um dia antes da posse e acabou perdendo a vida.
Foto: Célio Azevedo
A elite política nas mãos de Teori
O ministro do Supremo Teori Zavascki morreu em 19 de janeiro de 2017 na queda de um bimotor que ia de São Paulo a Paraty. Cinco pessoas morreram. Zavascki era relator da Operação Lava Jato no STF. Estavam em suas mãos os acordos de delação premiada de 77 executivos da Odebrecht, que citam parte expressiva da classe política brasileira. Sua morte gera dúvidas sobre rumos das investigações.
Foto: Reuters/U. Marcelino
Presidência, um sonho interrompido
Candidato à presidência pelo PSB, Eduardo Campos morreu aos 49 anos, em 13 de agosto de 2014, durante a campanha, em trágico acidente de avião. O bimotor Cessna Citation caiu em Santos (SP). Além de Campos, seis pessoas morreram. Sua morte provocou reviravolta na eleição. Marina Silva, a vice na chapa, assumiu a candidatura e passou a liderar a intenção de votos, mas terminou em terceiro lugar.
Foto: AFP/Getty Images
A triste despedida do Senhor Diretas
Ulysses Guimarães foi um dos políticos que mais se empenharam pelo retorno das eleições diretas. Presidiu a Constituinte, em 1987. Teve papel crucial no impeachment de Collor, em 1992, para que a votação fosse aberta. Dez dias depois, o helicóptero que o transportava caiu em Angra dos Reis. O país parou. Nas buscas, havia expectativa de que fosse achado com vida. O corpo jamais foi encontrado.
Foto: Arquivo ABr
O destino e a democracia
Em um lance inesperado do destino, Tancredo Neves, eleito presidente em 1985 por eleição indireta no Colégio Eleitoral do Congresso, foi submetido a uma cirurgia de emergência um dia antes da posse, marcada para o dia 15 de março. Em quase um mês de agonia, Tancredo foi submetido a sete cirurgias. Ele morreu em 21 de abril, deixando incertezas sobre a continuidade do processo de redemocratização.
Foto: Célio Azevedo
Acidente ou atentado?
O ex-presidente Juscelino Kubitschek morreu em agosto de 1976, em acidente de carro. O Opala em que estava, guiado pelo motorista Geraldo Ribeiro, foi atingido por um ônibus e bateu de frente com um caminhão. Como JK perdeu os direitos políticos na ditadura e era crítico dos militares, o acidente foi cercado de dúvidas. Em 2014,a Comissão Nacional da Verdade concluiu que a morte foi acidental.
Foto: AP
Morte inesperada ao deixar a Presidência
Primeiro presidente da ditadura e um dos articuladores do golpe militar de 1964, o general Humberto de Alencar Castelo Branco morreu num trágico acidente de avião, em julho de 1967, quatro meses depois de ter deixado a Presidência. O Piper Aztec PA 23, em que ele viajava, foi atingido na cauda por um caça T-33 da FAB na região de Fortaleza. O enterro, no Rio, foi organizado com honras militares.