1. Pular para o conteúdo
  2. Pular para o menu principal
  3. Ver mais sites da DW

Japão alerta sobre nova fase da ameaça norte-coreana

8 de agosto de 2017

Em relatório, governo japonês afirma ser possível que Pyongyang já tenha alcançado a miniaturização de armas nucleares, o que elevaria o risco a um novo patamar.

Foto divulgada pelo governo norte-coreano em 29 de julho de 2017 mostra lançamento de míssil intercontinental
Foto divulgada pelo governo norte-coreano no fim de julho mostra lançamento de míssil intercontinentalFoto: picture-alliance/AP Photo/Korean Central News Agency

Após novos testes realizados pela Coreia do Norte, o governo japonês alertou nesta terça-feira (08/08) que os programas nuclear e de mísseis de Pyongyang entraram numa nova fase.

A afirmação foi feita num relatório anual do Ministério da Defesa do Japão, divulgado dias depois de a Coreia do Norte realizar seus dois primeiros testes bem-sucedidos de mísseis balísticos intercontinentais, em 3 e 27 de julho.

"É concebível que o programa de armas nucleares da Coreia do Norte já tenha avançado consideravelmente, e é possível que o país já tenha alcançado a miniaturização de armas nucleares e adquirido novas ogivas nucleares", diz o relatório do governo japonês.

"Desde o ano passado, quando o país forçosamente implementou dois testes nucleares e mais de 20 lançamentos de mísseis balísticos, as ameaças de segurança entraram numa nova fase", afirma o documento, de 563 páginas.

O mais recente dos testes com míssil intercontinental, no fim de julho, demonstrou que Pyongyang pode ser capaz de atingir a maior parte da porção continental dos Estados Unidos, afirmaram analistas, incluindo cidades como Chicago e Los Angeles.

De acordo com o Ministério da Defesa japonês, o projétil voou durante 45 minutos antes de cair em águas da Zona Econômica Especial do Japão, a oeste da ilha de Hokkaido. 

Em reação aos recentes disparos de mísseis intercontinentais, o Conselho de Segurança da ONU aprovou no último sábado novas sanções à Coreia do Norte – o sétimo conjunto de medidas restritivas das Nações Unidas impostas desde que Pyongyang executou seu primeiro teste nuclear, em 2006. 

Na segunda-feira, a Coreia do Norte condenou as novas sanções, advertiu que continuará desenvolvendo seu programa nuclear e ameaçou com represálias os Estados Unidos caso mantenham sua política "hostil" contra Pyongyang.

Mudança de postura?

A ameaça crescente fez com que alguns municípios japoneses realizassem exercícios de evacuação em caso de um possível ataque a míssil e impulsionou a demanda por abrigos nucleares.

Diante dos testes norte-coreanos, um grupo de legisladores liderados por Itsunori Onodera, que se tornou ministro da Defesa na semana passada, pediu em março ao primeiro-ministro Shinzo Abe que considerasse adquirir a capacidade de atingir bases inimigas.

Se isso se concretizasse, se trataria de uma mudança drástica na postura de defesa do Japão, baseada na Constituição pacifista elaborada após a Segunda Guerra Mundial. Até o momento, o país vem evitando adquirir bombardeiros ou mísseis capazes de atingir outros países.

Na última sexta-feira, o recém-empossado ministro da Defesa sugeriu que o Japão pode precisar adquirir tal capacidade ofensiva. "Acho que devemos considerar isso do ponto de vista do que deveríamos fazer para fortalecer a capacidade de dissuasão da aliança Japão-EUA."

No relatório divulgado nesta terça-feira, o Ministério da Defesa japonês também manifestou preocupação com o "comportamento ameaçador" da China no Mar da China Oriental e no Mar do Sul da China.

"Há a possibilidade de que as atividades navais chinesas, assim como as da Força Aérea, ganhem ritmo no Mar do Japão a partir de agora. Precisamos vigiar de perto as atividades da Marinha chinesa", disse o ministério japonês.

Os laços entre Pequim e Tóquio vem há muito tempo sendo afetados por uma disputa territorial por um grupo de pequenas e inabitadas ilhas no Mar da China Oriental. O ministro do Exterior chinês, Wang Yi, rechaçou as preocupações do governo japonês.

LPF/rtr/dpa

Pular a seção Mais sobre este assunto