Japão aprova embriões híbridos de humanos e animais
Alexander Pearson cn
31 de julho de 2019
País é o primeiro do mundo a permitir o desenvolvimento completo, até o nascimento, de embriões com células de duas espécies. Pesquisador espera eventualmente criar órgãos humanos em animais para transplante.
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O Japão se tornou o primeiro país do mundo a permitir o nascimento de embriões híbridos de humanos e animais para a criação de órgãos humanos. Especialistas do Ministério da Ciência japonês aprovaram a proposta de um experimento nesta direção apresentada pelo pesquisador Hiromitsu Nakauchi, da Universidade de Tóquio.
Nakauchi pretende cultivar células-tronco humanas em embriões de camundongos, ratos e porcos e depois transplantar esse embrião em outro animal. Com a técnica, o pesquisador espera eventualmente desenvolver órgãos humanos completos que podem ser usados em transplantes.
Em março, o Japão havia suspendido a proibição ao desenvolvimento, por mais de 14 dias, de embriões híbridos de humanos e animais. A medida também colocou fim ao impedimento de transplantar órgãos desenvolvidos em embriões de animais para outros animais.
Pesquisas envolvendo o cultivo de células humanas em embriões de animais têm sido realizadas em vários países, como os Estados Unidos. No entanto, nenhum desses embriões chegou a se desenvolver até o nascimento.
A autorização concedida pelo Japão é alvo de críticas. Especialistas em bioética dizem que a pesquisa pode ter consequências inesperadas se algumas células humanas forem transferidas para o cérebro de um animal.
Nakauchi, contudo, afirmou à revista científica Nature que as intervenções são destinadas a afetar apenas o órgão que ele planeja desenvolver no embrião animal.
Em 2017, o pesquisador conseguiu curar um rato diabético ao desenvolver um pâncreas saudável em um embrião de rato e depois transplantá-lo para o rato doente.
Camundongos, ratos e porcos não são os melhores hospedeiros para o desenvolvimento de órgãos humanos devido à grande distância genética entre as espécies. Nakauchi, porém, espera que sua pesquisa contribua para que a ciência entenda melhor essa questão, além de determinar o que limita o desenvolvimento de células humanas em animais.
O sinal verde ao projeto já foi dado. Mas provavelmente só em agosto um grupo de especialistas do Ministério da Ciência do Japão deve decidir quais experimentos em detalhes serão aprovados.
A bioluminescência é o termo para a capacidade dos seres vivos de gerar luz. Essa galeria mostra diversas criaturas que pode se iluminar – incluindo os que precisam de uma ajuda de seres humanos para fazer isso.
Foto: Reuters
Luz debaixo d'água
Esta água-viva (Pelagia noctiluca) começa a brilhar quando é de alguma forma estimulada, como por uma turbulência na água. Os especialistas se referem a esse fenômeno como bioluminescência – capacidade de produzir luz própria ou com a ajuda de bactérias. Esse fenômeno é mais comum entre animais aquáticos.
Foto: cc/by/sa/Alberto Romeo
Acionado pelas ondas
Organismos unicelulares, como os dinoflagelados, também são capazes de produzir luz. Eles são parte do grupo dos plânctons marinhos. Deformações na membrana celular, que ocorrem por fortes ondas ou peixes nadando rapidamente, acionam sua luminosidade, que ajuda a confundir possíveis predadores.
Foto: cc/by/sa/Niels Olson
O mais famoso
O exemplo mais conhecido de animal que brilha são os vaga-lumes. Eles produzem em seu fotóforo a luciferina, substancia que reage ao oxigênio. É essa reação que gera a luz. Machos e fêmeas se comunicam uns com os outros através da luminosidade.
Foto: cc/by/sa/art farmer
Nas profundezas do oceano
Muitos peixes que vivem nas águas profundas do oceano têm fotóforo, órgão biológico que produz luz, como esse sternoptychidae. Alguns moradores das profundezas do oceano produzem luz para se orientarem melhor na escuridão eterna. Outros também usam a luminosidade para atrair suas presas.
Foto: public domain
Luz incomum
Os photostomias, membro da família dos stomiidae, também produzem luz. O peixe de águas profundas tem seu fotóforo atrás dos olhos, que emitem uma luz vermelha – uma cor pouco usual para seres marinhos. Outras criaturas do mar não conseguem perceber os sinais luminosos dessa espécie.
Foto: public domain
Artificialmente verde
Ratos não costumam ser luminosos, mas, num laboratório, tudo pode ser diferente. Os cientistas podem fazer os animais produzirem uma proteína verde fluorescente nas células desses animais. Essa proteína se encontra, naturalmente, em algumas espécies de água-viva. Quando colocados sob a luz negra, o rato inteiro se torna verde.
Foto: picture-alliance/dpa
Todas as cores
Teoricamente, todos os animais poderiam se tornar luminosos, mas seus genes teriam que ser manipulados. Um instituto de pesquisas no Uruguai, por exemplo, criou esse cordeiro. Ele irradia luz amarela quando exposto a raios ultravioletas. Além do amarelo, há diversas possibilidades de cores possíveis, como verde, azul e vermelho.