Tóquio congela bens de empresas para pressionar Pyogyang a interromper programa nuclear e de mísseis. "O importante é que não nos curvemos a essas ameaças", diz primeiro-ministro japonês.
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O Japão anunciou nesta sexta-feira (15/12) a expansão de sua lista de sanções contra a Coreia do Norte. Tóquio comunicou o congelamento de bens de 19 empresas para aumentar a pressão sobre Pyongyang e, assim, travar o desenvolvimento do programa de armas nucleares e de mísseis balísticos.
A lista de organizações e pessoas com ativos congelados contém agora mais de 200 entidades e indivíduos. O Ministério do Exterior do Japão afirmou que as empresas visadas pelas novas sanções lidam com financiamento, carvão, minerais, transportes e até envio de trabalhadores norte-coreanos para o exterior. As empresas já tinham sido sancionadas pelos Estados Unidos.
"A Coreia do Norte lançou um míssil balístico intercontinental que caiu em nossa zona econômica exclusiva e [o país] segue repetindo comentários provocativos", disse o porta-voz do governo japonês, Yoshihide Suga.
"Num momento em que somos anfitriões de uma reunião ministerial do Conselho de Segurança da ONU em 15 de dezembro, decidimos pelo congelamento de ativos para aumentar ainda mais a pressão [sobre o regime de Kim Jong-un]", acrescentou Suga.
Nesta sexta-feira, o Japão, cuja participação temporária no Conselho de Segurança da ONU expira no final do ano, preside uma reunião sobre a resposta internacional à recusa de Pyongyang de recuar com seu programa balístico.
O primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, disse estar certo de que as sanções terão efeito. "É possível que vejamos mais provocações. Mas o importante é que não nos curvemos a essas ameaças. A comunidade internacional deve continuar a coordenar e exercer pressão até que a Coreia do Norte mude suas políticas e busque negociações", afirmou Abe.
O Japão já nutre uma proibição geral de comércio com Pyongyang e não permite que navios norte-coreanos atraquem em seus portos japoneses.
O lançamento gerou preocupação na comunidade internacional, que alertou para uma "grave ameaça ao mundo inteiro". Considerando que o míssil foi lançado num ângulo muito aberto, alguns analistas avaliam que o projétil poderia ter percorrido, num voo normal, mais de 13 mil quilômetros, suficiente para alcançar Washington ou qualquer parte continental dos Estados Unidos.
PV/lusa/ap/afp
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De carvão a estátuas: as sanções à Coreia do Norte
Com seus testes, país asiático continua ignorando proibição de manter programa nuclear e de mísseis. Conheça algumas das medidas restritivas impostas a Pyongyang pelo Conselho de Segurança da ONU.
Foto: Reuters/S. Sagolj
Carvão
Em fevereiro de 2017, a China proibiu a importação de carvão da Coreia do Norte, cujas exportações do produto foram limitadas a 374 milhões de euros ou 7,5 milhões de toneladas por ano. Na foto, a empresa chinesa Liaoning Greenland Energy Coal Co. em Dandong, na fronteira com a Coreia do Norte.
Foto: Reuters/B. Goh
Finanças
A Coreia do Norte está proibida de abrir bancos no exterior, e os membros das Nações Unidas estão proibidos de operar instituições financeiras em nome de Pyongyang. Quaisquer acordos que possam ajudar a Coreia do Norte a contornar as sanções são proibidos, e os países da ONU são obrigados a expulsar e repatriar qualquer pessoa que ajude financeiramente o regime norte-coreano.
Foto: Mark Ralston/AFP/Getty Images
Navegação
Este navio cargueiro norte-coreano estava nas Filipinas para uma inspeção em março de 2016 quando as Nações Unidas ordenaram que seus países-membros cancelassem o registro de qualquer navio de propriedade, operado ou tripulado por ordens de Pyongyang. Os navios norte-coreanos também não podem içar bandeiras de outras nações para escapar das sanções.
Foto: picture-alliance/AP Photo/J. Dumaguing
Transporte aéreo
Air Koryo, a companhia aérea estatal da Coreia do Norte, permanece isenta de sanções e ainda tem voos programados para a China e a Rússia, bem como várias rotas domésticas. No entanto, a companhia aérea não pode voar para países da União Europeia, que a vetou por razões de segurança, e os Estados Unidos proibiram seus cidadãos de fazer negócios com a empresa.
Foto: picture-alliance/dpa/Yonhap
Combustível
Teoricamente, os norte-coreanos ainda podem andar nos seus carros da fabricante nacional Pyeonghwa, já que as sanções da ONU proíbem somente a venda de combustível de aviões, jatos e foguetes a Pyongyang. Por enquanto, o comércio de petróleo e similares continua permitido. A Pyeonghwa fabrica apenas algumas centenas de carros por ano.
Foto: Getty Images/AFP/M. Ralston
Contas bancárias e imóveis
As sanções da ONU permitem aos diplomatas da Coreia do Norte no exterior terem apenas uma conta bancária cada um. A Coreia do Norte também não pode ter imóveis no exterior que não sejam para fins consulares.
Foto: picture alliance/dpa/S.Schaubitzer
Treinamento militar
As sanções da ONU proíbem que forças de segurança estrangeiras treinem o exército, a polícia ou as unidades paramilitares da Coreia do Norte. O intercâmbio médico é permitido, mas a assistência técnica ou científica foi limitada.
Foto: Reuters/S. Sagolj
Estátuas
E se alguém no exterior se interessar por uma estátua de alguém da família Kim vai ter de esperar até o fim das sanções contra a Coreia do Norte. As medidas das Nações Unidas proíbem a venda de estátuas por Pyongyang.