Japão lança "Sexta-feira Premium" para combater workaholics
24 de fevereiro de 2017
Programa do governo incentiva empresas a mandar funcionários para casa mais cedo na última sexta-feira do mês. Iniciativa busca minimizar cultura do trabalho excessivo e, de quebra, estimular o consumo.
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O fim de semana começou mais cedo para alguns japoneses nesta sexta-feira (24/02). O motivo é uma nova campanha do governo do Japão que busca reduzir o tempo em que funcionários passam em escritórios pelo país, notório pela cultura do trabalho excessivo.
Batizado de "Sexta-feira Premium", o programa incentiva empresas a liberarem seus empregados às 15h na última sexta-feira de cada mês. Proponentes da medida acreditam que a mudança irá levar não só a uma melhor qualidade de vida, mas também estimular o consumo e, assim, fortalecer a economia.
"Jornadas de trabalho excessivas se tornaram um grande problema", disse à agência de notícias Reuters Etsuko Tsugihara, diretora-executiva da empresa de relações públicas Sunny Side Up Inc. "Nós já estávamos pensando em maneiras de melhorar nosso próprio ambiente de trabalho quando o governo apresentou a Sexta-feira Premium, e nós achamos que era uma boa ideia."
"No ramo de indústrias criativas, a inspiração não vem apenas de ficar um longo tempo no escritório. Mas se você descansar, respirar ar novo e ver coisas novas, as ideias virão. [Assim], você estará renovado quando voltar na segunda-feira."
Reação do governo e das empresas
A Sexta-feira Premium é parte de um esforço mais amplo pelo governo do primeiro-ministro Shinzo Abe de reduzir as horas de trabalho, após o suicídio de um funcionário da agência de publicidade Dentsu, em um caso qualificado como "morte por excesso de trabalho".
Entre as táticas já em vigor pelo país para expulsar os funcionários do trabalho, está a adotada pela Mitsui Home Co, que todos os dias às 18h toca pelos auto-falantes a música Gonna Fly Now, famosa trilha do filme Rocky.
Consulta frequente a emails causa estresse
01:28
Já a Saint-Works Corporation, especializada no desenvolvimento de sistemas de TI para a indústria de enfermagem, estabelece um dia por mês em que a hora extra é proibida. Infratores têm de usar uma "capa da vergonha" de cor roxa com estrelas douradas.
Esses exemplos, contudo, ainda são exceção em uma cultura que julga os empregados pelo número de horas em que eles permanecem no local trabalho e em que os funcionários sofrem pressão para não deixar a empresa antes de seus chefes.
Um relatório do governo divulgado em outubro aponta que quase uma em cada quatro companhias japonesas tinha empregados que trabalharam mais de 80 horas extras em um mês.
A fim de minimizar o problema, o governo japonês submeteu a uma comissão especial na semana passada uma proposta para limitar a hora extra em 720 horas por ano – ou uma média de 60 horas por mês.
IP/rtr/ap/afp
8 processos bizarros por acidente de trabalho
De vez em quando um juiz tem que tomar decisões sérias sobre ocorrências esdrúxulas. E os que julgam pedidos de indenização por acidentes de trabalho costumam ter muita história para contar. Dê uma olhada nos veredictos.
Foto: picture-alliance/joker
Não copie este exemplo
Um funcionário resolve beber uma cerveja (sem álcool!) enquanto faz fotocópias. Mas o líquido começa a espumar, ameaçando derramar-se. Na ânsia de impedir um desastrre, ele lasca alguns dentes no gargalo. Acidente de trabalho? Não, segundo um tribunal de Dresden, pois o consumo de alimentos e bebida não é coberto por seguro, e não consta que fotocopiadoras causem sede fora do comum.
Foto: Techniker Krankenkasse
Situação escorregadia
Uma mulher cai da escada ao ir pegar um copo d'água, quando está trabalhando em casa. De instância em instãncia, o caso chegou até um tribunal federal – que indeferiu a petição. Enquanto o seguro cobre o que ocorre no local de trabalho no caminho para comer ou beber, já que sujeito às determinações da companhia, quem trabalha em casa decide seus próprios caminhos – e arca com as consequências.
Foto: picture-alliance/dpa/B. Pedersen
Sorvete que caiu mal
Saboreando um sorvete no caminho de um compromisso de trabalho para casa, um homem se engasga com um bocado ao entrar no metrô. Ele sente fortes dores no peito, posteriormente atribuídas a um ataque cardíaco. Um tribunal berlinense descartou um acidente trabalhista, já que sorvete é consumido por prazer, não por trabalho.
Foto: picture-alliance/dpa/C. Seidel
Quando o sexo sai do controle
A noitada de sexo de uma funcionária pública australiana durante uma viagem de negócios sai de controle. Um lustre cai da parede, cacos de vidro ferem as costas da moça. Ela exigiu indenização, inclusive pela síndrome de estresse pós-traumático resultante do evento. O tribunal negou: ter relações sexuais não fazia parte das atividades prescritas pelo empregador na viagem de negócios.
Foto: Colourbox
Tiro d'água infeliz
Durante a pausa de um curso de formação profissional, os colegas de um rapaz de 27 anos tentam alvejá-lo com uma pistola d'água. Ao tentar fugir, ele pula a janela, espatifando-se contra a marquise de acrílico abaixo. Um tribunal do estado alemão de Hessen recusou seu pedido de indenização, alegando que o salto não foi consequência das condições de trabalho.
Foto: Getty Images
Dormindo no ponto
Uma funcionária de um bar cai no sono no balcão, despencando da cadeira e se machucando. Teria sido um acidente de trabalho? O tribunal decidiu que não, uma vez que a cochilada não foi causada por excesso de trabalho.
Foto: Imago/blickwinkel
Escolha bem suas brigas
Durante viagem de negócios em Ibiza, um homem encontra os clientes numa casa noturna à beira-mar, de onde sai bêbado após a meia-noite. Mais tarde quer voltar à boate, mas acaba brigando com o segurança, sofrendo sérias contusões na cabeça. Embora viagens de negócios sejam seguradas, isso não se aplica quando o funcionário circula bêbado de madrugada, declarou o tribunal.
Foto: picture alliance/PIXSELL/F. Brala
Vaca pouco solidária
Uma vaca se enrosca na corrente, ficando ameaçada de sufocar. O irmão do proprietário vai ajudar o animal, mas acaba sendo pisado por outra vaca, que lhe fatura a perna. O tribunal deu ganho de causa: embora o requerente não estivesse a serviço quando foi ferido, isso tampouco é exigido de alguém que ajuda durante um desastre, foi a justificativa.