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Zona proibida

21 de abril de 2011

Após proibição de entrada em zona de exclusão, governo japonês organiza expedições a áreas interditadas para que pessoas coletem seus pertences. Greenpeace inicia avaliação de danos ao ecossistema marinho.

Cachorro permanece em bairro evacuado na cidade de Futaba, próximo à usina de FukushimaFoto: AP
Devido à alta radioatividade, o governo japonês proibiu oficialmente nesta quinta-feira (21/04) a entrada de pessoas em um raio de 20 quilômetros da usina nuclear de Fukushima, avariada há seis semanas após ser atingida por um terremoto seguido de tsunami.
O primeiro-ministro japonês, Naoto Kan, anunciou a interdição após autoridades perceberem que várias famílias ainda viviam na região ou estavam retornando a suas casas para buscar pertences deixados durante o período de evacuação.
Mais de 85 mil pessoas foram deslocadas para abrigos em torno da central nuclear, inclusive aquelas que viviam em um raio de 30 quilômetros do local da central avariada.
Conforme o porta-voz do governo japonês, Yukio Edano, o governo irá organizar viagens de ônibus para um membro de cada família buscar pertences na área interditada. As pessoas terão duas horas para fazer a coleta, mas não terão acesso à área inferior a três quilômetros da central.
Radiação nas escolas
Primeiro-ministro Naoto Kan anunciou proibição de acesso à regial localizada a 20 quilômetros da central nuclearFoto: AP
O governo japonês também fixou um limite de radiação provisório para 47 escolas e parques públicos da província de Fukushima. A informação é da agência de notícias japonesa Jiji Press. Estabelecimentos de ensino e áreas de recreação podem continuar em atividade, enquanto o nível de radiação a céu aberto não ultrapassar 3,8 microsieverts por hora.
Se uma pessoa for exposta oito horas por dia a esse nível de radiação, ela pode acumular, no período de um ano, um nível de radioatividade de até 20 milisieverts. O Ministério japonês da Educação fixou o limite sob a condição de que o nível de radiação seja constantemente avaliado.
O órgão se baseou nos padrões da Comissão Internacional de Proteção Radiológica, que definiu esse limite como permitido tanto para crianças quanto para adultos.
No Japão, o ano letivo começa normalmente no início de abril, mas várias comunidades tiveram atraso devido ao desastre que afetou o país no dia 11 de março. As prefeituras de Miyagi e Iwate, na província de Fukushima, reportam que mais de mil estudantes e professores estão mortos ou desaparecidos. O número total de mortos na região é estimado em torno de 25 mil.
Danos ambientais
Técnico trabalha em área contaminada da usina de FukushimaFoto: AP
A organização ambientalista Greenpeace anunciou nesta quinta-feira que enviará uma equipe para a costa japonesa a fim de realizar testes na flora e fauna marinhas, na região próxima à central nuclear de Fukushima. O navio Rainbow Warrior deixou Taiwan e estaria pronto para iniciar as análises dentro de uma semana, informou a organização.
O diretor-executivo do Greenpeace no Japão, Junichi Sato, lembrou que as análises são importantes porque o país utiliza sua costa para alimentar a população. "Devido ao contínuo vazamento de radioatividade no ambiente marinho, é fundamental que testes independentes sejam realizados para avaliar a real extensão da contaminação e os possíveis efeitos à saúde pública e à rede de alimentos", disse Sato.
A operadora Tokyo Electric Power Co. (Tepco), responsável pela administração da usina avariada, revelou que vazaram para o Oceano Pacífico cerca de 4.700 terabecquerels de substâncias radioativas, o que corresponde a uma quantidade 20 mil vezes acima do limite anual permitido à central.
Isso se deveu às 520 toneladas de material radioativo que vazaram através de rachadura em depósito da usina nuclear, alcançando o oceano nos primeiros seis dias de abril, disse a Tepco.
Visita australiana
Ainda nesta quinta-feira, o primeiro-ministro japonês, Naoto Kan, recebeu a visita de sua homóloga australiana, Julia Gillard, para discutir uma cooperação especial em torno da assistência a desastres e energia.
Gillard é Kan devem definir um plano conjunto para lidar com situações de desastre natural e discutir o fornecimento de gás natural australiano para o Japão. O país asiático sofre escassez de energia desde o início da crise da central de Fukushima.
MP/afp/dpa/ap
Revisão: Carlos Albuquerque
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