Governo japonês aprova lei que amplia concessão de vistos a trabalhadores pouco qualificados. Mudança busca preencher vagas em áreas com escassez de mão de obra, como construção, agricultura e assistência a idosos.
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O governo japonês aprovou nesta sexta-feira (02/11) uma lei que permite ampliar a concessão de autorização de residência a trabalhadores estrangeiros pouco qualificados. A medida é voltada para suprimir a escassez de mão de obra no país.
A reforma legislativa, cuja ratificação parlamentar está prevista para o próximo mês, representa uma mudança significativa na restritiva política migratória japonesa. A imigração tem sido um tabu no país, onde muitos defendem a homogeneidade étnica, porém o envelhecimento populacional está mudando essa visão.
A nova lei pretende solucionar a carência de trabalhadores nos setores mais afetados por esse problema, como a construção, a agricultura, os serviços médicos e assistência a idosos e pessoas dependentes.
"A escassez de mão de obra começa a criar um obstáculo importante para o crescimento econômico. Vamos criar um sistema migratório adequado", declarou o primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, ao apresentar a legislação numa comissão parlamentar.
A medida facilitará os requisitos de entrada e de residência por até cinco anos para quem deseja trabalhar em setores com alta escassez de mão de obra. Para isso, os requerentes desse tipo de visto precisam ter conhecimento do idioma japonês. Esse visto, no entanto, não permite a união familiar.
A lei também facilitará a entrada e concederá residência permanente a estrangeiros altamente qualificados. Nesse caso, o visto possibilita que o solicitante se mude com a família para o Japão.
Diante de críticas da oposição e de sindicatos sobre o impacto social e laboral da reforma, o ministro japonês da Justiça, Takashi Yamashita, afirmou que não se trata de "aceitar imigrantes de forma aleatória".
O porta-voz do executivo, Yoshihide Suga, assegurou numa coletiva de imprensa que serão tomadas as medidas necessárias para "garantir o mesmo tratamento aos trabalhadores estrangeiros e japoneses".
Algumas organizações humanitárias e profissionais também criticaram a nova legislação advertindo para a ausência de políticas destinadas a favorecer a integração dos imigrantes e a permitir a sua estada no país a longo prazo.
Em 2017, o Japão possuía 1,28 milhão de trabalhadores estrangeiros, o que representa 2% da força de trabalho total do país, um dos menores índices entre as nações mais desenvolvidas. Com a nova lei, o governo pretende atrair 500 mil imigrantes até 2025.
A reforma legislativa deve ser definitivamente aprovada no Parlamento japonês antes do próximo dia 10 de dezembro, e a sua entrada em vigor está agendada para abril de 2019.
O Japão é o parceiro da CeBit, a maior feira mundial de tecnologia e inovação digital, em Hannover, na Alemanha. Sob o lema "Sociedade 5.0", 120 empresas japonesas mostram como a digitalização facilita o dia a dia.
Foto: picture-alliance/dpa/F. Gentsch
Tecnologia do movimento
Há muitos exoesqueletos na CeBit de 2017. As estruturas parecidas com robôs são usadas junto ao corpo para dar firmeza. Alguns até permitem a paralíticos poder andar.
Foto: DW/A. Becker
Não só amigo
Os robôs japoneses tentam se comportar da forma mais humana possível – graças à inteligência artificial deles. Este, por exemplo, reconhece rostos e trata amigos melhor do que estranhos. Esta é uma característica importante, pois já hoje muitos robôs no Japão trabalham no atendimento de idosos ou mesmo na hotelaria.
Foto: DW/A. Becker
Motivadoras de torcida
Estas motivadoras de torcida não são só "kawaii", que em japonês significa "bonitinhas". Cheias de sensores e motores, elas fazem as coreografias perfeitamente, sem acidente. O Japão é o país com a segunda maior densidade de robôs no mundo: são 211 robôs para cada 10 mil trabalhadores. A Coreia do Sul está em primeiro lugar, com 365 por 10 mil. Na Alemanha, são 161 robôs para 10 mil trabalhadores.
Foto: DW/A. Becker
Monitoramento dos robôs
Também robôs podem ficar "doentes". A empresa de software ISID é uma das que tenta prever quando eles podem falhar. Para isso, monitora todos os componentes, da mesma forma como se pode medir a pulsação e a frequência cardíaca em seres humanos.
Foto: DW/A. Becker
Aplicativo a favor da vida
Um terço das gestantes no Japão monitora a gravidez com o aplicativo Nimpu Techu, informa o fabricante Hakuhodo. As informações são passadas ao médico através do smartphone. Seu precursor neste tipo de acompanhamento pré-natal foi o Ninsanpu Techo, introduzido em 1942. Também existem aplicativos semelhantes para a educação das crianças.
Foto: DW/A. Becker
Ao volante
Os carros expostos na CeBit andam sozinhos, mas os motoristas são assistidos por computadores. Isso gera uma enorme quantidade de dados, que as empresas usam para planejar o trânsito e a infra-estrutura. A Mitsubishi Electric fez mapas em 3D do Japão com enorme precisão, o que vai contribuir com a condução autônoma. Eles deverão estar disponíveis até os Jogos Olímpicos de 2020 em Tóquio.
Foto: DW/A. Becker
Pequenos transportadores
Alguns desenvolvedores de drones se inspiram em Godzilla. O da foto, por exemplo, têm braços resistentes para transportar cargas pesadas. Já outros têm rodas que permitem andar em paredes ou mesmo no forro, para procurar rachaduras. Custando cerca de 50 mil euros, não são baratos, mas a longo prazo são uma alternativa para humanos não se exporem a riscos.
Foto: DW/A. Becker
Facilitando relatórios
A inteligência artificial é capaz até de fazer relatórios de despesas de viagem. Basta fotografar os recibos com o smartphone. O resto, o software faz sozinho. Pessoas que trabalham em escritório no Japão gastam 40% de seu tempo alimentando sistemas com dados, segundo a Aiworks, líder neste segmento no mercado japonês.
Foto: DW/A. Becker
Chão virtual
A realidade virtual hoje em dia já tem aplicações reais, como em jogos. Cerevo é um dos fabricantes que tentam tornar fisicamente tangíveis os mundos artificiais. Chinelos que coletam dados enviam sinais às solas dos pés para simular superfícies como concreto, grama ou neve. Na próxima etapa, a empresa quer criar uma roupa que simula a realidade virtual.
Foto: DW/A. Becker
Caraoquê inteligente
O "Lyric Speaker" parece um alto-falante como qualquer outro. Mas, como quase tudo hoje em dia, está em rede. Assim, ele reconhece a música que está sendo cantada e mostra o texto em seu display.
Foto: DW/A. Becker
Tradição revivida
A digitalização não necessariamente é incompatível com a tradição. É o que prova a Dai Nippon Printing, uma gráfica com 140 anos de história. Além de trabalhar com impressões, a empresa digitaliza antigas obras de arte, como este biombo de madeira pintado à mão. Essas obras podem ser reproduzidas ou disponibilizadas, por aplicativo, a amantes da arte. A empresa já fez trabalhos até para o Louvre.