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Javier Solana

Bernd Riegert (rw)17 de maio de 2007

Chefe da diplomacia da UE recebe medalha do Prêmio Carlos Magno em Aachen. O espanhol de 64 anos foi homenageado por representar a busca da Europa de uma só voz na política externa e por seus esforços pela paz mundial.

Solana acena ao público em Aachen, ao lado do rei Juan CarlosFoto: AP

O encarregado de segurança e de política externa da União Européia (UE), Javier Solana, foi homenageado nesta quinta-feira (17/05) na cidade de Aachen, com o tradicional Prêmio Carlos Magno, por serviços prestados ao ideário europeu.

O espanhol de 64 anos de idade foi homenageado pela obra de sua vida, especialmente pela pacificação nos Bálcãs e a ampliação da União Européia para o Leste da Europa. O discurso em homenagem a Solana foi pronunciado pelo premiado do ano passado, Jean-Claude Juncker.

Javier Solana de Madariaga, madrileno nascido em 14 de julho de 1942, é secretário-geral do Conselho da União Européia e encarregado de segurança e de política externa da União Européia. Ele é o quarto espanhol a receber o Prêmio Carlos Magno.

Solana incansável. Em Gaza....Foto: AP

O primeiro fora o diplomata e escritor Salvador de Madariaga, em 1973, ainda nos tempos da ditadura de Francisco Franco. Nove anos mais tarde, o agraciado foi o rei Juan Carlos. Como a Espanha nesta época ainda não fazia parte da então Comunidade Européia (CE), a homenagem foi uma espécie de convite à filiação. Em 1993, o prêmio, concedido pela cidade de Aachen, foi dado ao socialista Felipe González, por ter conduzido seu país à CE.

Pouco poder, mas muito peso diplomático

Expulso da Universidade de Madri em 1963 por ter participado de protestos contra a ditadura do general Francisco Franco, Javier Solana freqüentou outras universidades européias e formou-se em Física na Universidade de Virgínia, nos Estados Unidos. Regressou à Espanha em 1977, para se tornar deputado socialista.

Tornou-se ministro da Cultura em 1982, no governo socialista de Felipe González. Dez anos depois, González o nomeou para a pasta das Relações Exteriores. Em 1995, assumiu a secretaria-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).

...ou em DarfurFoto: AP

Há oito anos como encarregado para a política externa da UE, Solana continua sendo uma pessoa simpática e atenciosa, que gosta de apertar mãos e distribuir abraços. Hoje, no entanto, caminha um pouco mais curvado e seus cabelos ficaram grisalhos. Mas o olhar dócil do espanhol que fala três idiomas continua inalterado.

Na maior parte do tempo, Javier Solana está viajando por regiões em crise: seja nos Bálcãs, Irã, Iraque, Sudão, Congo ou Oriente Médio. Tudo por "sua" Europa. Inicialmente como ministro espanhol do Exterior, depois na Otan, e agora como o representante da política externa da UE. Ele tem grande importância diplomática, mas pouco poder. Tudo o que Solana diz, precisa ser aprovado pelos 27 chefes de Estado e de governo dos membros da União Européia.

Criado em 1950, o Prêmio Carlos Magno é uma das maiores distinções do continente. É concedido a personalidades e instituições que se engajam pela causa européia. Da lista de laureados constam os ex-chanceleres alemães Konrad Adenauer (1954) e Helmut Kohl (1988), o rei Juan Carlos de Espanha (1982), o primeiro- ministro britânico Tony Blair (1999) e o ex-presidente norte-americano Bill Clinton (2000). Em 2004, foi atribuída uma medalha do Prêmio Carlos Magno a título excepcional ao Papa João Paulo 2º.
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