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Biden vence em três estados em meio a tensão por coronavírus

18 de março de 2020

Ex-vice-presidente consolida primeira colocação nas primárias democratas ao sair vitorioso na Flórida, em Illinois e no Arizona. Prévias aconteceram em meio a preocupações com avanço da pandemia de coronavírus.

Ex-vice-presidente Joe Biden diante de painel da rede televisão
Ex-vice-presidente Joe Biden venceu em 19 dos 27 estados que já tiveram primáriasFoto: Reuters/K. Lamarque

O ex-vice-presidente americano e pré-candidato à indicação do Partido Democrata para concorrer à Presidência dos Estados Unidos Joe Biden consolidou sua posição de primeiro colocado à nomeação pela sua legenda nesta terça-feira (17/03), depois de conquistar as primárias realizadas nos estados da Flórida, Illinois e Arizona.

O resultado é considerado a "terceira grande noite" de Biden na corrida pela candidatura democrata à Casa Branca e aumenta a pressão de democratas sobre seu adversário de partido, o senador Bernie Sanders, a abandonar sua campanha em nome da unidade partidária.

A disputa acontece em meio aos esforços do governo americano e de países do mundo inteiro para frear a pandemia do coronavírus Sars-Cov-2, causador da doença respiratória covid-19. Medidas adotadas nos EUA afetaram duramente a vida cotidiana dos americanos. Os locais de votação foram fechados em Ohio horas antes da primária e adiados em vários outros estados e, embora a eleição de delegados para a convenção democrata em julho tenham sido realizadas conforme o planejado em três outros estados, pessoas que trabalharam na votação e eleitores relataram problemas.

Ainda assim, a nomeação de Biden agora parece estar ao alcance do pré-candidato. Sua tripla vitória lhe garantiu o dobro do número de delegados de Sanders e deu ao ex-vice-presidente uma vantagem praticamente insuperável. Os delegados são atribuídos a cada pré-candidato proporcionalmente, com base no número de votos favoráveis a cada um dos concorrentes à nomeação.

Cada vez mais líderes democratas e doadores de campanha também vêm apoiando Biden como a melhor opção do partido para derrotar o republicano Donald Trump no pleito presidencial, marcado para 3 de novembro.

Na Flórida, Biden garantiu uma vitória avassaladora sobre Sanders, com 61,9% dos votos contra 22,8% do senador e 99% das urnas apuradas. Em Illinois, Biden registrou 59,1% dos votos, e Sanders, 36,1%, também com 99% das urnas avaliadas. Em Arizona, com 88% das urnas apuradas, Biden tinha 43,6% dos votos e Sanders, 31,6%.

Com 219 delegados, a Flórida é considerado o maior prêmio da noite – e, apesar das preocupações com o coronavírus, o estado registrou 1,7 milhão de votos, superando os índices das prévias de 2016. Illinois e Arizona têm, respectivamente, 155 e 67 delegados.

Atualmente, Biden lidera a corrida pela nomeação democrata, cujas prévias já foram realizadas em 27 dos 50 estados americanos. Biden venceu em 19 deles.

Na chamada Superterça, no início de março, ele venceu na maioria dos estados. Na votação desta terça, ele manteve sua popularidade entre eleitores afroamericanos e idosos, que têm sido a marca de sua campanha. Biden também parece estar conquistando os eleitores latinos, que até agora estavam mais alinhados com Sanders.

O caos econômico e de saúde pública causados pelo coronavírus deverá continuar impactando a corrida presidencial. Comícios e outros grandes eventos foram cancelados. O presidente do Comitê Nacional Democrata, Tom Perez, pediu a estados com primárias previstas que aumentem a votação por e-mail e à distância, além de expandir o horário de funcionamento dos locais de votação para garantir a continuidade da campanha. Sanders realizou comícios virtuais para não deixar que a pandemia afete sua candidatura.

Além de Ohio, os estados de Louisiana, Georgia, Maryland e Kentucky também adiaram a votação em meio a preocupações com o vírus. Em Illinois, o número de eleitores foi menor do que o projetado. A Flórida realocou alguns dos locais de votação, resultando em menor comparecimento em algumas áreas. Flórida, Arizona e Illinois tomaram precauções como marcar o chão para que os eleitores mantivessem distância segura uns dos outros. Por outro lado, algumas regiões relataram problemas porque os funcionários que deveriam trabalhar na votação não apareceram preocupados com o contágio.

RK/ap/rtr/dpa

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