Jogadores brasileiros de futebol na Ucrânia pedem ajuda
25 de fevereiro de 2022
Esportistas do Shakhtar e do Dynamo publicaram vídeo com apelo a Brasília. Ministro das Relações Exteriores afirmou nesta quinta que retirada de brasileiros será feita quando houver "condições ideais de segurança".
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Brasileiros que são jogadores de futebol nos dois maiores clubes da Ucrânia lançaram nesta quinta-feira (24/02) um apelo às autoridades brasileiras e relataram que estão encurralados pela invasão russa no país.
Um grupo de jogadores do Shakhtar Donetsk e do Dynamo Kyiv publicou um vídeo com suas famílias, gravado em um hotel, no qual pedem o apoio das autoridades brasileiras. Um jogador uruguaio, Carlos de Pena, do Dynamo, também participou da gravação. Eles relatam que as fronteiras estavam fechadas e que os estoques de combustível tinham acabado.
"Realmente o desespero é alto. Estamos vivendo um kaos (sic)", escreveu Marlon Santos, zagueiro do Shakhtar, no Instagram. "Estamos tendo apoio do nosso clube. Mas o desespero é agonizante. E esperamos um apoio do nosso país. Falamos em nome de todos os brasileiros na Ucrânia."
O atacante brasileiro Neymar, do Paris Saint-Germain, repostou o vídeo em sua conta no Instagram e disse que estava orando pelos jogadores na Ucrânia. Grandes clubes brasileiros também compartilharam o vídeo e pressionaram autoridades a tomarem medidas.
Mensagens semelhantes foram postadas por jogadores brasileiros que vivem em outros locais na Ucrânia, como o atacante Marlyson e dois colegas de equipe do Metalist 1925, na cidade de Kharkiv, no nordeste do país e próxima da fronteira russa.
O ministro das Relações Exteriores do Brasil, Carlos França, afirmou nesta quinta-feira, durante uma transmissão ao vivo em redes sociais ao lado do presidente Jair Bolsonaro, que os brasileiros que estão na Ucrânia serão retirados do país quando houver "condições ideais de segurança". Ele disse que a intenção do governo é transportar os brasileiros por via terrestre para países vizinhos, como Polônia e Romênia.
França também pediu aos brasileiros no país que tenham paciência e procurem se dirigir a regiões seguras e abastecidas com alimentos. Segundo o Itamaraty, há cerca de 500 brasileiros que atualmente moram na Ucrânia.
Na mesma live, Bolsonaro disse que está empenhado "no esforço de proteger e auxiliar os brasileiros que estão na Ucrânia", mas limitou-se a dizer que defende a paz na região e não criticou a Rússia pela invasão do país. Nesta quinta, Bolsonaro também desautorizou o vice-presidente Hamilton Mourão por uma declaração feita por ele que criticava Moscou pela invasão da Ucrânia.
Os jogos de futebol da liga ucraniana foram suspensos indefinidamente nesta quinta-feira, após a decretação de lei marcial no país.
Clubes ucranianos recrutam há muito tempo jogadores brasileiros para melhorar seu desempenho em campo e lucrar no mercado de transferências. Os jogadores brasileiros em ascensão, por sua vez, veem a liga ucraniana como uma vitrine para mostrar suas habilidades aos clubes das maiores ligas europeias, especialmente se jogarem no Shakhtar e no Dynamo, que integram a Liga dos Campeões da UEFA. O Shakhtar tem hoje 11 jogadores brasileiros na sua equipe.
bl (AP)
A invasão russa da Ucrânia em imagens
Em 24 de fevereiro de 2022, Moscou invadiu o território ucraniano por terra, ar e mar, lançou foguetes e destruiu instalações militares em diferentes partes do país vizinho. Em pânico, cidadãos tentaram fugir.
Foto: Kunihiko Miura/AP/picture alliance
Ucranianos em pânico
Uma manhã dramática na Ucrânia. Depois que a Rússia iniciou um ataque ao país vizinho. e se ouviram as primeiras explosões – inclusive na capital, Kiev –, muitos fugiram. Veículos militares circulavam pelas ruas da cidade, enquanto residentes faziam as malas e tentavam deixar o local.
Foto: Sputnik/dpa/picture alliance
Filas de carros em Kiev
O desespero dos civis ucranianos gerou um enorme congestionamento na principal avenida em direção ao oeste de Kiev. O ataque foi anunciado pelo presidente russo, Vladimir Putin, num pronunciamento, alegando ter iniciado uma operação militar contra a Ucrânia para de "desmilitarizar" o país e eliminar supostas "ameaças" contra Moscou.
Foto: Chris McGrath/Getty Images
Ataques aéreos
Explosões foram ouvidas alguns minutos depois do fim do pronunciamento de Putin. Nesta foto, vê-se um outdoor aparentemente destruído por um míssel, em Kiev. O governo ucraniano falou de uma "invasão em grande escala" de seu território, assegurando que o país "se defenderá e vencerá".
Foto: Efrem Lukatsky/AP Photo/picture alliance
Tropas ucranianas se mobilizam
Tanques ucranianos se deslocam para a cidade portuária de Mariupol, no sudeste do país. As Forças Armadas ucranianas são as segundas maiores da região, porém a Rússia as supera em todas as áreas, exceto no número de soldados na ativa.
Foto: Carlos Barria/REUTERS
Explosões em várias partes do país
Soldados examinam os restos de um foguete numa praça da capital ucraniana. Além de Kiev, explosões atingiram várias cidades próximas à fronteira com a Rússia. O mesmo ocorreu nas regiões costeiras, bem como na cidade portuária de Odessa, próxima à Península da Crimeia, ocupada por Moscou.
Foto: Valentyn Ogirenko/REUTERS
Rússia destrói instalações militares
Algumas partes da Ucrânia ficaram cobertas por fumaça preta após as explosões. A coluna de fumaça nesta foto parte de um aeroporto militar que teria sido atingido por bombardeios, perto da cidade de Kharkiv, no leste do país.
Foto: Aris Messinis/AFP/Getty Images
Ameaça à população
O Ministério da Defesa russo afirma que não visa cidades e "não há ameaça à população civil". A Agência de Segurança da Aviação da União Europeia descreveu o espaço aéreo ucraniano como "zona de conflito ativo". Os metrôs de Kiev foram liberados ao público e muitos civis se abrigaram nas estações, como mostra esta foto.
Foto: AFP via Getty Images
Explosões em áreas residenciais
Apesar do que diz o governo russo, há relatos de explosões em áreas residenciais. Bombeiros tentam conter um incêndio num bloco de apartamentos após um suposto ataque aéreo na localidade de Chuhuiv, perto de Kharkiv, no leste do país.
Foto: Wolfgang Schwan/AA/picture alliance
Invasão por terra
A invasão russa à Ucrânia ocorre também por mar e terra. Esta foto capturada por uma câmera de vigilância e publicada pelas autoridades fronteiriças da Ucrânia mostraria veículos militares russos cruzando a fronteira na Crimeia, em direção à Ucrânia. Essa península foi anexada pela Rússia em março de 2014.
Foto: State Border Guard Service Of Uk/picture alliance/dpa/PA Media
Alguns fogem, outros se preparam
Os efeitos dos ataques podem ser observados em todo o país. Na cidade de Lviv, de 700 mil habitantes, no extremo oeste da Ucrânia, longas filas se formaram em caixas eletrônicos O mesmo ocorreu em supermercados e lojas, na esperança de estocar alimentos e água. Enquanto alguns tentavam fugir, outros pareciam se preparar para se isolar.