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Jogos Olímpicos na imprensa alemã: dia 12

Philip Verminnen17 de agosto de 2016

Jornais e revistas da Alemanha criticam novamente o comportamento da torcida brasileira, afirmam que os Jogos do Rio estão testemunhando o enterro do espírito olímpico e que a deslealdade atingiu um novo patamar.

Saltador francês Renaud Lavillenie chora durante a cerimônia de premiação dos Jogos do Rio de Janeiro
Foto: Getty Images/AFP/F. Fife

A imprensa alemã destaca nesta quarta-feira (17/08), dia 12 dos Jogos Olímpicos, novamente o comportamento da torcida brasileira e os Jogos do Rio de Janeiro estão testemunhando o enterro do espírito olímpico e que a deslealdade com esportistas alcançou um novo patamar.

Die Welt: Brasileiros desleais enterram o espírito olímpico

"Nos Jogos Olímpicos estão ocorrendo cenas vergonhosas. O público não se limita a apoiar seus próprios atletas, mas também rebaixa seus adversários de forma veemente. Até mesmo atletas brasileiros se queixam.

A multidão apita e usa buzinas. Ela grita contra o tenista argentino Juan Martín del Potro – tanto de forma leal como desleal. No quarto set da final contra o britânico Andy Murray, um torcedor grita no meio de uma troca de bola. Murray balança a cabeça. Algo assim não ocorre no tênis nem mesmo na Copa Davis.

Estes primeiros Jogos Olímpicos na América do Sul trazem uma atmosfera nunca vista. Houve até mesmo troca de agressões físicas entre um brasileiro e um argentino, também numa partida de tênis. A Rio 2016 corre o risco de deixar como um legado permanente ter enterrado o espírito olímpico.

Historiadores olímpicos certamente saberão que já houve cenas semelhantes na esgrima, nos Jogos de 1924, em Paris, quando torcedores se revoltaram contra esportistas da Itália, país que acabara de se tornar fascista. Por esse ponto de vista, [o saltador francês Renaud] Lavillenie não estava tão errado em sua comparação nazista, pela qual pediu desculpas posteriormente.

Quatro anos atrás, em Londres, foi muito diferente. Os britânicos estavam entusiasmados, tinham conhecimento das modalidades esportivas e foram leais – um público modelo na pátria do esporte. Dada a natureza internacional da metrópole, quase todos os atletas tiveram o apoio de compatriotas. No Brasil, em comparação, tudo gira em torno do próprio umbigo."

Süddeutsche Zeitung: A deslealdade numa nova dimensão

"O saltador francês Renaud Lavillenie volta a ser vaiado na cerimônia de premiação e chora. O comportamento do público é mais do que antiesportivo.

O locutor chama por Lavillenie. 'Representando a França', ouve-se. Em seguida, um concerto horrível de vaias e assobios. Quando Thiago Braz da Silva nota a talvez maior falta de esportividade destes Jogos Olímpicos, ele levanta braços e ombros num gesto que parece querer dizer: 'O que é isso? Porque vocês estão vaiando?' Quando Lavillenie sobe ao pódio, Braz começa a aplaudir seu concorrente.

Tem se falado muito sobre o público nos Jogos do Rio de Janeiro. Quando atletas brasileiros ou Usain Bolt estão competindo, o clima nas arenas lotadas é extraordinário. Mas quase ninguém vai assistir aos atletas 'normais'. O comportamento de muitos torcedores locais não é digno dos Jogos Olímpicos."

Der Spiegel: Debate sobre torcedores desleais

"O comportamento do público na final do salto com vara foi um escândalo. É imperdoável desestabilizar intencionalmente um atleta, como foi feito com o saltador francês Renaud Lavillenie. As vaias constantes do público no Estádio Olímpico do Rio de Janeiro são uma vergonha e um ponto negativo dos Jogos."

Bild-Zeitung: Astro francês chora na premiação

"Fair play é uma coisa bem diferente. Sessenta mil brasileiros no estádio vaiaram o recordista mundial (6,16 metros) e campeão olímpico de 2012. Eles estavam com raiva porque ele [Renaud Lavillenie] quase superou o brasileiro Thiago Braz da Silva na prova do salto com vara."

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