Destaque nos jornais e revistas do país vai para a consagração da judoca Rafaela Silva, o fraco desempenho inicial da Alemanha nas competições e para uma frase polêmica na TV pública ARD.
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A imprensa alemã destaca nesta terça-feira (09/08), dia 4 dos Jogos Olímpicos, o fraco desempenho até aqui da Alemanha, sem medalhas nos primeiros três dias; as arquibancadas vazias em alguns eventos; a consagração da judoca Rafaela Silva; e a indignação dos espectadores com a TV pública alemã.
Bild-Zeitung: Por que arquibancadas vazias?
"O importante é participar! Para os torcedores no Rio, o famoso lema olímpico parece não estar valendo. Após a imensa empolgação com os Jogos Olímpicos, a desilusão já começa a se espalhar nos primeiros dias de evento. O motivo: ainda há muitos lugares vazios nas instalações esportivas. No futebol, hipismo, handebol, vôlei ou hóquei impera muitas vezes um clima fantasmagórico, em vez de animação. Qual o motivo disso? Será que os brasileiros só querem assistir a brasileiros?"
Die Welt: Pior início desde a Reunificação
O jornal berlinense destaca o fato de, até o início desta terça-feira, a Alemanha ainda não ter conseguido medalhas: "O objetivo de 44 medalhas (mesmo número de quatro anos atrás, em Londres), projetado antes do início dos Jogos, parece estar distante já agora. Após o pior início de Jogos Olímpicos desde a Reunificação, Alfons Hörmann [presidente da Federação Alemã de Esportes Olímpicos] afirmou que os resultados do Rio mostram que é tempo de enfrentar as coisas, em vez de apenas falar sobre elas. O que exatamente ele quis dizer com isso ficou em aberto."
FAZ: Saia-justa na TV alemã
"A ARD [maior emissora de TV pública do mundo] foi obrigada a se desculpar pelas declarações ofensivas de seu comentarista durante o concurso completo de equitação. O especialista Carsten Sostmeier, durante sua participação ao vivo, usou palavras impróprias para comentar a atuação da estreante alemã Julia Krajewski no cross country. Entre outras coisas, ele sugeriu que a atleta, desqualificada após três refugos, foi covarde e 'tinha uma freada marrom nas calças'. Sostmeier reagiu consternado às acusações, muitos telespectadores externaram indignação nas redes sociais, e o chefe da equipe olímpica da ARD lamentou o que chamou de comentários totalmente inconvenientes."
Der Spiegel: Ouro para a menina da favela
"O triunfo de Rafaela Silva é uma daquelas histórias de ascensão do tipo "sair bem de baixo e chegar ao topo" que mexem até com quem não está familiarizado com judô. Possivelmente os torcedores teriam sido igualmente barulhentos e apaixonados na vitória de outra brasileira. Mas o sucesso de Silva tem um ingrediente especial: ela é uma deles, uma carioca – e tem, ainda assim, uma história de vida bem especial. Ela foi alvo de racismo e depois lutou contra uma depressão. Agora conseguiu o primeiro ouro para o Brasil – e quer ser um exemplo radiante para outras crianças da favela."
RPR/ots
Os números dos Jogos no Rio
Você sabe quantas medalhas serão distribuídas nestes Jogos Olímpicos? E quantos táxis há no Rio de Janeiro? E adivinhe quantas camisinhas serão oferecidas aos atletas. É mais do que você pensa!
Foto: picture-alliance/dpa/A. Lacerda
Número de atletas
Os Jogos Olímpicos são o maior acontecimento esportivo do mundo, com a participação de mais de 10 mil atletas no Rio de Janeiro. Já os Jogos Paralímpicos, em setembro, terão cerca de 4.500 participantes.
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Países participantes
Também aqui é difícil especificar o número exato, pois o Kuweit luta na Justiça pelo direito de participar, depois de ser suspenso pelo Comitê Olímpico Internacional (COI) devido a "repetidas intromissões do governo". Com o Kosovo e o Sudão do Sul reconhecidos como novos membros, a Olimpíada do Rio pode bater um recorde de países participantes: 206.
Foto: picture alliance/dpa/P. Kneffel
Os símbolos
Os mascotes Vinícius e Tom são inspirados na fauna e flora brasileiras. Já o logotipo representa três pessoas de mãos dadas e os contornos recriam traços do Rio de Janeiro. As cores, que são as nacionais do Brasil, representam as plantas, o sol e o mar. O lema dos Jogos é "paixão e transformação".
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Modalidades esportivas
De atletismo a vôlei de praia, passando por judô e saltos ornamentais, serão disputadas 42 modalidades olímpicas em 19 dias de competição, com 306 provas valendo medalhas. No Rio, o golfe e o rúgbi de sete jogadores voltam a ser esportes olímpicos.
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As medalhas
O Comitê Olímpico da Alemanha colocou como meta conquistar 44 das 528 medalhas que serão distribuídas no Rio. Destas, 306 são de ouro. Os homens têm mais chances de conquistar medalhas de primeiro lugar, ou seja, 161. Para as mulheres, há 136 medalhas de ouro e nove em categorias mistas.
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Quanto custam os Jogos?
Por que são feitos planos de custos se no final as Olimpíadas acabam sendo mais caras? Boa pergunta! Inicialmente, o comitê organizador dos Jogos no Rio previu gastos de 38,7 bilhões de reais. Há poucas semanas, o Rio de Janeiro decretou estado de calamidade pública a fim de conseguir mais empréstimos para a conclusão de obras e o pagamento de serviços ligados aos Jogos Olímpicos.
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Locais das competições
As atividades se concentram em quatro bairros: Maracanã, Barra, Deodoro e Copacabana. Tanto a abertura quanto o encerramento serão no Maracanã. A Vila Olímpica fica perto do Riocentro e o Parque Olímpico, na Barra. Além dos jogos em dois estádios no Rio, as partidas da primeira fase do torneio olímpico de futebol serão realizadas também em Belo Horizonte, Brasília, Manaus, Salvador e São Paulo.
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Vila Olímpica
Alojar mais de 10 mil atletas é um desafio de logística. Na Vila Olímpica, por exemplo, há 34 mil camas, 72 mil mesas, 100 mil cadeiras e 60 mil cabides. E um recorde: serão distribuídas gratuitamente 450 mil camisinhas, uma média de 42 por atleta.
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A segurança
Grande parte do orçamento dos Jogos no Rio será gasta com segurança. Só para comparar: em Londres, nos Jogos de 2012, cerca de 42 mil policiais foram destacados para a segurança. No Rio, serão 85 mil, por causa do temor de atentados terroristas e devido à alta criminalidade.
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O Rio de Janeiro
O Rio de Janeiro tem 6.453.682 habitantes, segundo o último censo. O que surpreende é o número de táxis: 33 mil. Um número lamentável não pode ser esquecido: desde 2005, a polícia matou 5.132 pessoas, segundo a Anistia Internacional.