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John Kerry critica opositores de acordo nuclear no Congresso

23 de julho de 2015

Secretário de Estado dos EUA defende resolução com Irã e classifica de "pura e simples fantasia" críticas e alternativas disseminadas pela bancada republicana. Legisladores têm até setembro para avaliar o documento.

Foto: Mark Wilson/Getty Images

O secretário de Estado americano, John Kerry, distribuiu críticas furiosas contra os opositores do acordo nuclear com o Irã, em discurso no Senado nesta quinta-feira (23/07). Ele alertou os legisladores céticos dos Estados Unidos que a rejeição do acordo daria a Teerã "um grande sinal verde" para acelerar rapidamente seu programa atômico.

Falando no Congresso pela primeira vez desde o histórica assinatura do documento entre o Irã e as potências mundiais do Grupo 5+1, Kerry classificou como "pura e simples fantasia" a crença disseminada entre a bancada oposicionista de que o governo do presidente Barack Obama não teria conseguido impor um acordo melhor na mesa de negociação.

"Deixem-me sublinhar: a alternativa para o acordo que fechamos não é o que estamos vendo em anúncios na televisão", disse o secretário de Estado. "Algum tipo de acerto fantasioso envolvendo a completa capitulação do Irã não é um melhor acordo."

Kerry se referia a programas veiculados por lobistas do Comitê de Assuntos Públicos entre Israel e EUA, produzidos com o fim de convencer os deputados americanos a rejeitarem o acordo. "O fato é que o Irã tem agora experiência extensa com a tecnologia de combustível nuclear", afirmou Kerry. "Não podemos eliminar este conhecimento, nem mesmo através de sanções econômicas."

O secretário de Estado garantiu aos legisladores que, se o Congresso rejeitar o acordo nuclear, "o resultado será os Estados Unidos desistirem de cada uma das restrições que conseguimos alcançar". "Vamos ter desperdiçado a melhor chance que tivemos de resolver este problema através de meios pacíficos", concluiu.

Possível sequência de vetos

Antes do discurso de Kerry, o republicano Bob Corker, presidente do comitê de relações exteriores, repreendeu o secretário de Estado e outros funcionários do governo por argumentarem que a única alternativa para a resolução assinada seria mais guerra no Oriente Médio: Segundo Corker, a melhor alternativa teria sido um acordo melhor. "O senhor foi enrolado", comentou com desprezo.

Em maio, presidente Obama assinou uma lei dando ao Congresso até 17 de setembro para decidir se apoia ou rejeita o acordo nuclear e a consequente suspensão das sanções econômicas com Teerã. Os legisladores já iniciaram a avaliação do documento.

No entanto, o governo democrata de Obama necessita realizar um forte trabalho de convencimento: os republicanos são maioria em ambas as casas do Congresso dos EUA. Muitos se posicionam claramente contra o acordo nuclear, alegando que dará mais poder a Teerã, consequentemente ameaçando o aliado americano Israel.

Se a resolução for vetada pelo Congresso, Obama prometeu anular a decisão. Para tal, porém, o presidente democrata necessita de 34 votos no Senado e 146 na Casa dos Representantes. Caso não os obtenha, o Congresso pode ignorar o veto de Obama. Isso impossibilitaria a renúncia à maioria das sanções impostas ao Irã, possivelmente inviabilizando o acordo nuclear.

PV/ap/rtr

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