Johnson chama plano de May para o Brexit de "fraude"
2 de outubro de 2018
Ex-ministro é ovacionado em congresso dos conservadores ao afirmar que estratégia da premiê para sair da UE é "escândalo" e "humilhação". May, que tenta manter controle sobre o partido, falará no último dia do encontro.
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O ex-ministro britânico do Exterior Boris Johnson voltou a atacar o plano para um "Brexit suave" proposto pela primeira-ministra Theresa May e afirmou que se trata de uma "fraude" que vai manter o Reino Unido preso à União Europeia.
Em discurso no congresso do Partido Conservador em Birmingham, nesta terça-feira (02/10), ele qualificou a estratégia de "perigosa e instável", além de um "escândalo constitucional" e uma "humilhação política".
"O Chequers é um escândalo constitucional. Isso não é pragmático, isso não é um compromisso. É perigoso e política e economicamente instável", afirmou Johnson para uma plateia de 1.500 pessoas, em meio a aplausos e ovações.
Na fala de 35 minutos, o ex-ministro também apelou diretamente aos militantes do partido: "Companheiros conservadores, isso não é democracia. Não é o que votamos. Isto é um ultraje".
Defensor de uma saída 'dura' da união, Johnson apresentou, pouco antes do encontro, o seu próprio plano para deixar a UE. No que diz respeito à fronteira entre a Irlanda e a Irlanda do Norte, propôs a realização de controles aduaneiros fora da real fronteira com métodos técnicos modernos para evitar uma fronteira "rígida". Além disso, o político fez campanha por um acordo de livre comércio com a UE nos moldes do pacto europeu-canadense Ceta (Acordo Integral de Economia e Comércio).
Johnson qualificou ainda de "infame" a ideia de realizar um segundo referendo, como defendeu parte da oposição trabalhista britânica.
O congresso do Partido Conservador, que prossegue até esta quarta-feira e se encerra com um discurso de May, é considerado crítico para que a premiê mantenha o controle sobre os tories e dentro do governo durante as negociações do Brexit, já que, em duas semanas, ela terá que retornar a Bruxelas para tentar romper o impasse e chegar a um acordo.
Com Brexit, vila alemã vira centro da União Europeia
Quando se concretizar a saída do Reino Unido da União Europeia, Gadheim, de 89 habitantes, será o centro geográfico do bloco. A vila é tão pequena, que nem prefeito tem.
Bem-vindo a Gadheim, o futuro centro da UE
As poucas casas de Gadheim estão localizadas nas colinas de uma região vitivinícola da Baviera, agrupadas ao longo de uma estrada que serpenteia campos dominados por turbinas eólicas.
Típica vila bávara
Os habitantes de Gadheim estão orgulhosos de que suas casas, vinhas, campos infinitos e o sinuoso rio Meno estejam no foco das atenções.
Foto: Getty Images/AFP/D. Roland
Gadheim, centro da Europa?
"A maioria aqui ouviu a notícia no rádio", disse Jürgen Götz, prefeito de Veitshöchheim, que fica nas proximidades. A vila de Gadheim é muito pequena e por isso não tem prefeito. "Inicialmente pensamos tratar-se de uma piada", disse Götz. Na foto, Götz com a bandeira da União Europeia e com a agricultora Karin Kessler, que custa a acreditar que sua localidade ficou famosa da noite para o dia.
Foto: picture-alliance/dpa/D. Karmann
Um campo é o centro geográfico da UE
Inicialmente ela pensou que a localização exata atingiria o terreno do vizinho, mas o filho dela enviou-lhe uma mensagem com o mapa e as coordenadas exatas: o novo centro geográfico da UE será no meio de um campo de colza dela. "O fato de que isso só esteja acontecendo por causa desse Brexit eu considero uma vergonha", disse ela.
Foto: picture alliance/dpa/D. Karmann
Outra localidade lamenta
Já Westerngrund, a cerca de 60 quilômetros a noroeste de Gadheim, perderá o título de centro da UE, adquirido em 2013 quando a Croácia ingressou no bloco. Escolares da vila verificaram que cerca de 6 mil pessoas de 93 países assinaram o livro de visitantes guardado no local exato onde é o centro geográfico até o momento.
Foto: picture-alliance/dpa/N. Armer
Turistas não tão entusiasmados
Várias bandeiras alemãs e da União Europeia marcam o local que ainda é o centro da UE. "Nós contávamos com ônibus chineses nos visitando todas as semanas. Na realidade, isso não aconteceu", disse Christoph Biebrich, o padeiro de Westerngrund, que criou pães em forma de anel com um buraco, que representa o umbigo da UE, cercado de estrelas.
Foto: picture-alliance/ dpa/R. Hettler
Até a próxima mudança na União Europeia
Fica o conselho do padeiro Biebrich para o povo de Gadheim: "Não se apeguem ao seu lugar ao sol. Isso logo vai mudar". Tanto os moradores de Westerngrund quanto os de Gadheim esperam que a próxima vez que o centro da UE se mover seja por causa de um novo membro, e não por causa de uma saída.