J&J pausa teste de vacina após participante adoecer
13 de outubro de 2020
Empresa diz que investiga se "doença inexplicada" em voluntário tem relação com imunizante contra a covid-19. Fase final do estudo é realizada em vários países, inclusive no Brasil.
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A Johnson & Johnson informou na noite desta segunda-feira (12/10) que suspendeu temporariamente o estudo de sua vacina contra a covid-19 enquanto investiga se uma "doença inexplicada" em um de seus participantes tem ligação com o imunizante.
Em comunicado, a empresa afirmou que doenças, acidentes e outros efeitos adversos "são uma parte esperada de qualquer estudo clínico, especialmente de grandes estudos", mas que seus médicos e especialistas independentes tentarão determinar a causa da doença.
A pausa significa também que o sistema de inscrição online para participar do estudo foi fechado temporariamente, e um conselho independente de monitoramento de dados e segurança foi convocado para investigar o caso. O primeiro passo será determinar se o paciente recebeu uma dose da vacina ou placebo.
A companhia se recusou a revelar mais detalhes sobre a condição de saúde do participante, afirmando que sua privacidade deve ser respeitada. "É importante conhecer todos os dados antes de divulgar mais informações", diz o comunicado.
A vacina, batizada de Ad26.COV2.S, foi desenvolvida pela Janssen, unidade farmacêutica da Johnson & Johnson. A empresa foi a décima a iniciar testes clínicos de fase 3 com uma vacina contra a covid-19 no mundo, e a quarta nos Estados Unidos.
O imunizante também foi o quarto a ser aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para a realização de estudos de fase 3 no Brasil, em agosto.
A fase 3 é a última etapa antes da aprovação de uma vacina, e costuma envolver milhares de voluntários a fim de atestar a eficácia e segurança do imunizante.
Segundo a empresa, ao fim dos testes um total de 60 mil voluntários deverá ter participado dessa fase em todo o mundo, incluindo Estados Unidos, África do Sul e vários países da América Latina. No Brasil, os testes envolverão 7 mil voluntários, de acordo com a Anvisa.
A vacina tem como base uma dose única de um adenovírus causador da gripe, modificado para não se replicar, combinado com uma parte do coronavírus conhecida como proteína spike, usada para invadir as células humanas.
O estudo da Johnson & Johnson é pelo menos o segundo a ser interrompido no mundo por possíveis efeitos adversos, entre as várias vacinas que alcançaram a fase final de testes em larga escala.
Suspensões temporárias de grandes estudos médicos não são incomuns, e investigar qualquer reação grave ou inesperada é parte obrigatória dos testes de segurança. Como esses testes são feitos em dezenas de milhares de pessoas, algumas complicações médicas acabam sendo coincidências.
No início de setembro, a farmacêutica AstraZeneca anunciou que havia interrompido o estudo de sua vacina contra a covid-19, desenvolvida em parceria com a Universidade de Oxford, enquanto investigava um possível efeito colateral grave em uma paciente no Reino Unido. Os ensaios foram retomados dias depois, após a agência sanitária britânica ter atestado a segurança dos testes.
EK/afp/ap/lusa
Doenças prevenidas com vacinas
Vacinas protegem o corpo, criando resistência contra doenças. As vacinas são feitas com substâncias e microrganismos inativados ou atenuados que, quando introduzidos no organismo, estimulam a reação do sistema imune.
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Catapora
Também chamada de varicela, é uma doença infecciosa altamente contagiosa, causada pelo vírus Varicela-Zoster. Os principais sintomas são manchas vermelhas e bolhas no corpo, acompanhadas de muita coceira, mal-estar, dor de cabeça e febre. As bolhas costumam surgir primeiro no rosto, tronco e couro cabeludo e, depois, se espalham. Em alguns dias, elas começam a secar e cicatrizam.
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Sarampo
É uma doença infecciosa grave, que pode ser fatal, causada por um vírus do gênero Morbilivirus, transmitida através de secreção oral ou nasal. É tão contagiosa que uma pessoa infectada pode transmitir a doença para 90% das pessoas próximas que não estejam imunes. Os principais sintomas são: manchas avermelhadas na pele, febre, tosse, mal-estar, conjuntivite, coriza, otite, pneumonia e encefalite.
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Hepatite B
Um dos cinco tipos de hepatite existentes no Brasil, a B é causado por um vírus. A falta de sintomas na fase inicial dificulta o diagnóstico. Muitas vezes, é detectada décadas após a infecção, por sintomas como tontura, enjoo, vômito, febre, dor abdominal, pele e olhos amarelados. Hepatite B não tem cura, mas o tratamento pode reduzir o risco de complicações, como cirrose e câncer hepático.
Foto: picture-alliance/dpa
Caxumba
É uma infecção viral aguda e contagiosa, que na maioria das vezes afeta as glândulas parótidas, que produzem a saliva, ou as submandibulares e sublinguais, próximas ao ouvido. É causada por um vírus e transmitida através de gotículas de saliva. O sintoma mais característico é o aumento das glândulas salivares. O agravamento da doença pode levar à surdez ou esterilidade.
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Rubéola
É uma doença viral aguda, altamente contagiosa. A forma congênita, transmitida da mãe para o filho durante a gestação, é a mais grave porque pode provocar, por exemplo, surdez e problemas visuais no bebê. A transmissão acontece por meio de secreções expelidas ao tossir, respirar ou falar. Os principais sintomas são dor de cabeça e no corpo, ínguas, febre e manchas avermelhadas.
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Difteria
É uma doença transmissível causada pela bactéria Corynebacterium diphtheriae, que atinge as amígdalas, faringe, laringe, nariz e, ocasionalmente, outras partes do corpo, como pele e mucosas. A transmissão ocorre por meio da tosse, espirro ou por lesões na pele. Entre os principais sintomas estão: membrana grossa e acinzentada cobrindo as amígdalas, gânglios inchados e dificuldade para respirar.
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Tétano
Ao contrário da maioria das doenças evitadas com vacina, o tétano não é contagioso. É causado por uma toxina produzida pela bactéria Clostridium tetani, que, sob a forma de esporos, é encontrada em fezes, na terra, em plantas e em objetos e pode contaminar pessoas por meio de lesões na pele, como feridas, cortes ou mordidas de animais. Um dos sintomas é a rigidez muscular em todo o corpo.
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Tuberculose
É uma doença infecciosa causada pelo Mycobacterium tuberculosis, também chamado bacilo de Koch. Afeta principalmente os pulmões, mas pode acometer outros órgãos e sistemas. Tem como principais sintomas tosse por mais de duas semanas, produção de catarro, febre, sudorese, cansaço e dor no peito. A transmissão ocorre pela respiração, por espirros e pela tosse.
Foto: picture-alliance/BSIP/NIAID
Febre Amarela
É uma doença infecciosa febril aguda, causada por um vírus transmitido por mosquitos vetores. Não há transmissão direta de pessoa para pessoa. Os principais sintomas são início súbito de febre, calafrios, dor de cabeça intensa, dores no corpo, náuseas e vômitos, fadiga e fraqueza. No ciclo silvestre, os vetores são mosquitos dos gêneros Haemagogus e Sabethes e, no ciclo urbano, é o Aedes aegypti.
Foto: R. Richter
Coqueluche
É uma infecção respiratória causada pela bactéria Bordetella pertussis. Se não for tratada, pode levar à morte de bebês menores de seis meses. A transmissão ocorre, principalmente, pelo contato direto com gotículas eliminadas por tosse, espirro ou fala. No começo, os sintomas são parecidos com os de um resfriado, mas podem evoluir para tosse severa e descontrolada, comprometendo a respiração.
Foto: Imago Images/blickwinkel/McPhoto
Poliomielite
Também chamada de pólio ou paralisia infantil, é uma doença contagiosa aguda causada pelo poliovírus, que pode infectar crianças e adultos por meio do contato direto com fezes ou com secreções eliminadas pela boca das pessoas doentes. Nos casos graves, acontecem paralisias musculares irreversíveis. Devido à intensa vacinação, com a famosa "gotinha", no Brasil não há circulação do vírus desde 1990.