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Joko "Jokowi" Widodo é eleito presidente da Indonésia

22 de julho de 2014

Reformista recebeu 53% dos votos, segundo resultados oficiais. Rival diz que processo eleitoral foi fraudulento, antidemocrático e injusto.

Foto: Adek Berry/AFP/Getty Images

Joko Widodo, também conhecido como "Jokowi", venceu as eleições presidenciais da Indonésia, segundo os resultados finais divulgados pela Comissão Eleitoral nesta terça-feira (22/07). O candidato reformista recebeu 53% dos votos, apenas 6 pontos percentuais a mais que o rival Prabowo Subianto.

Momentos antes da confirmação dos resultados, o general Subianto havia anunciado que estava se retirando da disputa, acusando o processo eleitoral de ter sido injusto, antidemocrático e fraudulento.

"As eleições presidenciais, organizadas pela Comissão Eleitoral, não foram democráticas", disse o general à imprensa. "Nós rejeitamos as eleições presidenciais de 2014, que foi ilegal, e, assim sendo, nos retiramos do processo."

Jokowi, porém, insistiu que todo o processo foi "transparente e aberto". Analistas independentes também afirmaram que a eleição – cuja campanha eleitoral foi a mais acirrada da curta era democrática do país – foi livre e justa. Segundo dados oficiais, cerca de 70% do eleitorado compareceu à votação.

A vitória de Jokowi, de 53 anos, coroa a ascensão meteórica do político, que nasceu numa favela e foi exportador de móveis antes de entrar na vida pública. Sua chegada ao topo do governo também é vista com bons olhos por investidores, que esperam que ele possa renovar a maior economia do sul da Ásia após uma recente desaceleração.

Origem simples

Em contraste à trajetória de Jokowi, Prabowo foi comandante das forças especiais do Exército durante o regime de Hadji Suharto, derrubado em 1998. O general, inclusive, foi casado com uma das filhas do ditador que comandou o país durante 30 anos.

Subianto: retirada da disputa por suposta fraudeFoto: Juni Kriswanto/AFP/Getty Images

Até 2005, Widodo era pouco conhecido na Indonésia. Ele trabalhava na cidade de Solo como vendedor de móveis antes de ser eleito prefeito.

No cargo, reformou a administração da cidade, ampliou o programa de benefícios sociais e combateu a corrupção. Seu estilo de governo deu certo e, em 2010, ele foi reeleito com mais de 90% dos votos. A mídia do país começou a destacá-lo como "incorruptível".

Dois anos depois, ele deixou seu cargo em Solo e mudou-se para a capital do país, Jacarta, onde seu partido, o Partido Democrático da Indonésia para a Luta (PDI-L), o nomeou como candidato a governador da região.

O carisma de Jokowi garantiu sua vitória contra Fauzi Bowo, um rico proprietário de terras que tinha ligações excelentes com a elite política de Jacarta.

Outro fator que contribuiu para a popularidade do recém-eleito presidente foram suas visitas espontâneas e quase diárias a favelas e prédios públicos. Durante os encontros com a população, ele sempre buscou "ouvir as reclamações dos habitantes".

Programa político

Críticos de Jokowi, porém, dizem que seu programa político é vago. O novo presidente rebate as críticas e diz que pretende fortalecer a agência que combate a corrupção no país, além de atrair mais investidores estrangeiros e estimular o mercado doméstico.

Jokowi também diz que pretende melhorar a infraestrutura de regiões subdesenvolvidas da Indonésia. Muitos, no entanto, questionam como ele conseguirá atingir todas essas metas. "Nós não precisamos falar, precisamos trabalhar", afirma Jokowi. Segundo ele, a Indonésia precisa de uma "revolução mental".

RM/afp/ap/dpa/dw

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