Jornada da Juventude no Rio pode ser primeira viagem oficial do Papa
14 de março de 2013Em nota oficial, a presidente do Brasil, Dilma Rousseff, parabenizou o papa Francisco, e cumprimentou a Igreja Católica e o povo argentino. Ela disse aguardar a ida do novo Papa ao Brasil em julho, durante a Jornada Mundial da Juventude, no Rio de Janeiro, realizada de 23 a 28 de julho. Essa poderá ser a primeira viagem oficial do pontífice.
A presidente lembrou que o Brasil tem o maior número de católicos do mundo, e que o país acompanhou com atenção a escolha do primeiro Papa latino-americano. Ela declarou que os fiéis aguardam com ansiedade a vinda do novo pontífice e que uma visita pouco após o conclave reforçaria a ligação entre o Brasil e o Vaticano.
Nome altamente simbólico
A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) também manifestou alegria pela eleição de um cardeal da América do Sul. Seu secretário-geral e bispo auxiliar de Brasília, dom Leonardo Ulrich Steiner, acredita que a escolha sinaliza a abrangência da instituição católica. "Creio que represente para toda a Igreja o desejo de ser mais atuante, uma Igreja que se renove, seja presente. É um sinal muito bonito que os cardeais nos dão, ao terem eleito um cardeal latino-americano. Sinal de que a Igreja é realmente universal", afirmou.
Em entrevista à Agência Brasil, Steiner confessou-se muito surpreso com o resultado do conclave. Ele lembra que o nome do cardeal Jorge Mario Bergoglio era pouco citado, talvez também por causa da idade avançada, 76 anos. Mas acredita que o novo Papa vai dar continuidade ao processo de diálogo iniciado por Bento 16.
Falando à DW Brasil, o religioso e escritor Frei Betto chamou a atenção para o nome pontifício. "A coisa que me alegra é saber que ele escolheu o nome de Francisco. Nunca houve um papa com este nome, e São Francisco é aquele que sonhou que a Igreja estava desabando e foi fisicamente reconstruir uma capela em Assis", conta.
Para Luiz Alberto de Souza, especialista em política e religião, a eleição é positiva porque deu chance para alguém que não é da Cúria Romana. "Elegeram alguém de fora do poder do Vaticano. Dom Odilo, por exemplo, era um homem muito ligado à Cúria Romana. Neste ponto pode ter sido melhor", analisou.
Sobre o posicionamento político do novo Papa, o teólogo Luiz Carlos Susin diz não ver conservadorismo, mas tampouco progressismo no sentido leigo do termo. Há uma questão da Igreja e do aparato doutrinal que não é possível passar por cima, comentou em entrevista à DW.
Autoria: Marcelo Auler (jor)
Revisão Augusto Valente