Em busca de jovens repórteres para cobrir Jogos Paralímpicos
10 de dezembro de 2015
O projeto alemão 'Jornal Paralímpico' reunirá aspirantes a jornalistas no Rio de Janeiro para escrever sobre as Paralimpíadas. No Brasil, as reportagens serão publicadas no jornal 'O Globo'.
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"Estou ansiosíssimo para os Jogos do Rio", diz o estudante David Hock, 18 anos, de Pinneberg, no norte da Alemanha. Ele, deficiente físico, é um dos dez jovens alemães que viajarão ao Brasil para cobrir os Jogos Paralímpicos de 2016, ao lado de colaboradores brasileiros.
O projeto, batizado de Jornal Paralímpico (Paralympics Zeitung, em alemão), é uma parceria entre o jornal Der Tagesspiegel, de Berlim, e o Serviço Alemão de Seguros contra Acidentes (DGUV, na sigla em alemão). A ideia é que esses jovens repórteres participem com textos, entrevistas e reportagens sobre o principal evento do esporte para pessoas com necessidades especiais.
Com o time de jovens alemães formado, o projeto busca agora dez talentos brasileiros para integrar a equipe e trabalhar na versão em português. Os participantes receberão credencial de imprensa, e serão cobertos os custos de viagem, alimentação e estadia.
Aos interessados, o prazo de inscrição termina em 15 de janeiro de 2016. Podem participar jovens de 18 a 23 anos (completados até 7 de setembro de 2016), interessados em esportes e jornalismo. Fluência em inglês também é requisito, e conhecimento da língua alemã é uma vantagem.
Além da ficha de inscrição preenchida, o projeto pede uma carta de motivação em inglês e um texto jornalístico sobre esportes paralímpicos, em português. Mais informações (em inglês) podem ser encontradas na página do DGUV.
Na Alemanha, duas edições do Jornal Paralímpico serão publicadas nos jornais Handelsblatt, Der Tagesspiegel e Die Zeit, totalizando 1 milhão de cópias. No Brasil, duas edições em português virão como suplemento do jornal O Globo – um dos parceiros brasileiros do projeto, ao lado do Comitê Paralímpico Brasileiro e da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
Uma quinta edição em inglês – produzida com ajuda de dois jovens britânicos que também serão enviados ao Brasil – será distribuída entre autoridades políticas, econômicas e culturais.
Ganhador de diversos prêmios, o Jornal Paralímpico é editado na Alemanha desde 2004, ano dos Jogos de Atenas, na Grécia. A cada edição – incluindo os Jogos de Inverno –, alemães aspirantes a jornalistas são selecionados para cobrir as Paralimpíadas localmente, ao lado de jovens do próprio país que sedia o evento.
Em 2016, os Jogos Paralímpicos acontecem pela primeira vez na América do Sul, entre os dias 7 e 18 de setembro, no Rio de Janeiro. Ao todo, 4.350 atletas de 179 países competirão em 23 esportes. A Alemanha levará cerca de 160 competidores.
Contagem regressiva: o Rio pré-Olimpíadas
Obras e construções estão sendo erguidas em vários cantos da cidade. A expectativa para o início dos jogos, daqui a um ano, se une ao questionamento mundial: todas as obras prometidas serão concluídas a tempo?
Foto: Renato Sette Camara/Prefeitura do Rio de Janeiro
Um ano para a abertura dos Jogos
Dentro de um ano, olhares de todo o mundo se voltarão para o Brasil: será a primeira vez que os Jogos Olímpicos terão como sede uma cidade da América do Sul. A questão agora é saber se todas as instalações prometidas no Rio de Janeiro ficarão prontas a tempo.
Foto: picture-alliance/dpa/A. Lacerda
Estádio do Maracanã e Maracanãzinho
Todas as instalações esportivas ficarão localizadas em quatro áreas distintas do Rio: Barra da Tijuca, Deodoro, Maracanã e Copacabana. Ao todo há 56 projetos. O Maracanã será palco das cerimônias de abertura e encerramento, além das finais de futebol. No Maracanãzinho, à esquerda na foto, serão realizadas competições de vôlei. Reformado há dois anos, o Maracanã não passará por nenhuma nova obra.
Foto: Getty Images/M. Stockman
Baía de Guanabara
Um dos principais cartões de visita da cidade e local das competições náuticas, a Baía de Guanabara não estará totalmente despoluída até o início do grande evento. Segundo o prefeito Eduardo Paes, essa será a única exceção. A intenção era que, até 2016, cerca de 80% do esgoto que desemboca na baía fosse tratado, mas a prefeitura já admite que, no máximo, será possível chegar aos 50%.
Foto: Getty Images/M. Stockman
Perigo para a saúde dos atletas?
Estudos recentes sugerem a existência de superbactérias resistentes a antibióticos nas águas da Baía de Guanabara, o que deixou os atletas preocupados. Nas áreas de competições de vela, o desafio é o lixo flutuante. A Secretaria de Estado do Ambiente do Rio de Janeiro trabalha para aperfeiçoar os ecobarcos – que coletam o lixo – e instalar barreiras nos rios que contribuem para a poluição da baía.
Foto: picture-alliance/dpa/Scorza
Estádio de Copacabana
O Estádio de Copacabana é um dos locais mais populares dos Jogos Olímpicos do Rio, e é lá que serão realizadas as competições de vôlei de praia. Com mais de quatro quilômetros de comprimento, a arena na praia mais famosa do mundo tem espaço para abrigar cerca de 12 mil pessoas.
Foto: V. Almeida/AFP/Getty Images
Parque Olímpico
Localizado nas regiões Barra da Tijuca e Jacarepaguá, o Parque Olímpico abrigará, entre outros, a Vila Olímpica, o Riocentro, o Velódromo e o Centro de Tênis . Após os jogos ele deverá ser transformado em um complexo esportivo e educacional destinado a estudantes da rede municipal e a atletas de alto rendimento. A maioria das obras deve ficar pronta até o fim do ano.
Foto: Renato Sette Camara/Prefeitura do Rio de Janeiro
Centro de Tênis
Sete quadras de jogos, com 250 assentos cada, seis quadras de treinos e aquecimento, mais três quadras principais (de 3 mil, 5 mil e 10 mil lugares) estão sendo construídas no Centro de Tênis, que receberá as modalidades de tênis, tênis em cadeira de rodas e futebol para cegos. A previsão é de que ele seja concluído ainda este ano, e que receba grandes torneios internacionais no futuro.
Foto: Renato Sette Camara/Prefeitura do Rio de Janeiro
Complexo esportivo de Deodoro
O complexo receberá competições como esgrima, hipismo, pentatlo moderno, rugby e mountain-bike. Após os jogos ele deve se tornar um legado esportivo para a região, que tem muitos jovens e poucas áreas de lazer. Com 500 mil metros quadrados, o "Parque Radical" será o segundo maior da cidade, atrás apenas do Parque do Flamengo. Algumas obras ficarão prontas apenas no segundo trimestre de 2016.
Foto: V. Almeida/AFP/Getty Images
Campo de Golfe
Pela primeira vez em 112 anos o golfe voltará a ser disputado nos Jogos Olímpicos. Esse é o terceiro campo de golfe construído no Rio, e justamente em uma das últimas reservas naturais da cidade. A obra está sendo contestada na justiça sob denúncia de crime ambiental e favorecimento de empreiteiras, o que causou indignação em parte da população. A previsão de término da obra é novembro de 2015.
Foto: Getty Images/M. Stockman
Vila Olímpica
Ao todo 17,7 mil atletas e funcionários ficarão hospedados no condomínio com 34 edifícios. Localizados na zona central da Barra da Tijuca, os apartamentos ficam a apenas dez minutos dos locais de competição para metade de todos os atletas. A previsão é que as obras sejam concluídas no primeiro trimestre de 2016.
Foto: Getty Images/AFP/V. Almeida
Riocentro
Divido em quatro pavilhões diferentes, o Riocentro fica dentro do Parque Olímpico. Já quase finalizado por completo, ele receberá instalações complementares para se adequar às competições de levantamento de peso, tênis de mesa (ambos também na modalidade paralímpica), badminton, boxe e vôlei sentado. Eventos-teste devem ocorrer já em novembro deste ano.
Foto: C. Simon/AFP/Getty Images
Parque Aquático Maria Lenk
Construído para os jogos Pan-Americanos de 2007, o parque leva o nome da nadadora Maria Lenk, que morreu aos 92 anos, três meses antes da inauguração do parque. Quase pronto, ele precisa de adaptações como a construção de uma piscina aquecida. Uma cerca separa o parque aquático da favela Vila Autódromo. Para a Copa e agora para as Olimpíadas, 65 mil pessoas tiveram suas casas desapropriadas.
Foto: Getty Images/M. Tama
Arena Rio
Construída também para o Pan de 2007, a antiga Arena HSBC abrigará as disciplinas de ginástica artística, ginástica de trampolim, ginástica rítmica e basquete em cadeira de rodas. Com capacidade para 12 mil pessoas, a arena não é apenas um local para eventos esportivos: shows também são realizados por lá. O local precisa apenas de adaptações e deve ficar pronto no primeiro trimestre de 2016.
Foto: Getty Images/M. Tama
Estádio Olímpico
A ampliação temporária do Estádio Olímpico – que leva o nome do ex-presidente da FIFA João Havelange, mas ficou popularmente conhecido como "Engenhão" – será realizada no primeiro semestre de 2016. O plano é aumentar a capacidade de 45 mil para 60 mil lugares para as provas de atletismo, futebol e rugby.
Foto: V. Almeida/AFP/Getty Images
Arena do Futuro
Na Arena do Futuro serão realizados os torneios de handebol olímpico e golbol paralímpico – para deficientes visuais. famosa pela "arquitetura nômade", a arena não será mais usada após as Olimpíadas: a instalação será desmontada e o material será utilizado na construção de quatro escolas públicas.
Foto: Renato Sette Camara/Prefeitura do Rio de Janeiro