Demissão em massa após reportagem sobre aliados de Putin
20 de maio de 2019
Jornalistas do "Kommersant" pedem demissão em protesto contra afastamento de dois colegas após reportagem sobre substituição de membros do governo. Ativistas acusam Putin de amedrontar críticos e controlar mídia do país.
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Um editor sênior e dez jornalistas do jornal russo Kommersant se demitiram nesta segunda-feira (20/05) em protesto contra a demissão de dois colegas devido a uma reportagem sobre uma possível substituição de aliados próximos ao presidente Vladimir Putin.
As demissões, envolvendo toda a equipe da editoria de política do Kommersant, chamam atenção para as tensões no cenário midiático russo, dominado por veículos pró-Kremlin.
Os dois repórteres, Ivan Safronov e Maxim Ivanov, disseram que foram forçados a se demitir após a editora do Kommersant – adquirida pelo bilionário Alisher Usmanov em 2006 – desaprovar a reportagem, publicada em 17 de abril.
A reportagem mencionava fontes anônimas que diziam que Valentina Matvienko, presidente da câmara alta da Assembleia Federal da Rússia, poderia ser substituída nos próximos meses por Sergei Naryshkin, chefe do Serviço de Inteligência Estrangeiro (SVR RF).
O motivo pelo desentendimento em relação a essa reportagem não está claro. O jornal não se manifestou após um pedido de resposta feito pela agência de notícias Reuters.
À época da publicação, os porta-vozes de Matvienko e Naryshkin se referiram ao artigo, que ainda está disponível no site do Kommersant, como "boatos".
Gleb Cherkasov, editor de política do Kommersant, disse que ele e dez colegas se demitiram em solidariedade a Safronov e Ivanov.
"O acionista tem o direito de tomar decisões pessoais, e os funcionários têm o direito de não concordar com eles de uma única maneira: mudando o emprego deles", escreveu Cherkasov no Facebook.
Renata Yambaeva, editora adjunta do Kommersant, disse que as demissões são apenas o mais novo exemplo da pressão recente sobre a equipe editorial do jornal. Escrevendo no Facebook, Yambaeva, que trabalhou por 18 anos na publicação, acusou Usmanov de "destruir um dos melhores meios de comunicação da Rússia".
Ativistas da oposição acusam Putin de amedrontar os críticos e colocar a maioria da mídia russa sob controle do Kremlin durante suas duas décadas no poder. O líder oposicionista Alexei Navalny elogiou os jornalistas que se demitiram.
"Eu sempre repreendi os jornalistas do Kommersant por se tornarem escravos do magnata amigo do Kremlin", escreveu Navalny. "Mas agora só posso dizer: bem feito! A dignidade triunfou."
FC/rtr/afp/efe
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Até mesmo os políticos precisam de uma folga de vez em quando. De topless na Sibéria a sonhos comunistas com a Disneylândia, uma lista dos líderes mundiais em momentos de lazer.
Foto: picture-alliance/dpa/C. Fusco
Angela Merkel
A chanceler federal alemã é um mulher de hábitos: em todo verão da última década, ela foi com o marido para a região alpina do Norte da Itália, sempre munidos do característico chapéu apelidado "Kanzler-Käppi" (quepe da chanceler) pelos alemães. As férias de Merkel foram manchete em 2014, quando ela fraturou a bacia esquiando.
Foto: picture-alliance/ANSA/R. Olimpio
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O presidente dos Estados Unidos tem inúmeras opções quando se trata de lazer, já que possui um monte de clubes de golfe, inclusive na Escócia (foto). Para fugir da umidade de Washington D.C. e do calor das investigações ligadas à Rússia, o bilionário, que criticava Barack Obama por "tirar folga demais", tomou um jato até seu resort em Nova Jersey, para 17 dias de "férias de trabalho".
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Vladimir Putin
O chefe do Kremlin gosta de tirar férias onde possa exibir seu físico. Para o retiro de verão em 2017, ele se dirigiu à Sibéria, levando consigo um cortejo de repórteres que o fotografaram e filmaram na pesca subaquática, velejando e se bronzeando ao sol da Rússia. E os cidadãos puderam participar do lazer de Putin, pois as aventuras ao ar livre de seu líder foram transmitidas pela televisão.
Foto: Getty Images/AFP/A. Druzhinin
Theresa May
Assim como sua homóloga alemã, a primeira-ministra britânica também adora caminhadas. Em 2016, ela vagou pelos Alpes Suíços com o marido (foto). As férias mais famosas de May, no entanto, foram em abril de 2017, no Parque Nacional Snowdonia, no País de Gales. Retornando a Londres após cinco dias, ela imediatamente convocou eleições nacionais antecipadas.
Foto: Reuters/M. Bertorello
Emmanuel Macron
O novo presidente da França não tirará férias de verão em 2017, pelo menos não em agosto. Em vez disso, Macron passará um mês tentando convencer o Parlamento a aprovar suas controvertidas reformas trabalhistas. Mas ele e Brigitte relaxam sempre que podem. Na foto, o casal a caminho das encostas dos Alpes Franceses, em abril de 2017, para uma pausa da campanha eleitoral.
Foto: picture-alliance/AP Photo/E. Feferberg
Justin Trudeau
O premiê canadense pode ser um queridinho da mídia, mas nem todas as suas férias são vistas com bons olhos pelos cidadãos de seu país. Sua viagem de Ano Novo para as Bahamas gerou críticas de transgressão ética, ao vir à tona que ele tomara um helicóptero particular, em vez de um veículo governamental. Neste verão, ele preferiu ficar mais perto de casa com a esposa, em Nova Escócia (foto).
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Mariano Rajoy
O chefe de governo da Espanha não via a hora de tirar férias, depois de depor como testemunha, em julho de 2017, num caso de suborno e fraude envolvendo seu conservador Partido Popular. Em seguida a uma coletiva de imprensa, Rajoy partiu para a região ocidental da Galícia, seu tradicional local de descanso, que fica no extremo oposto da separatista região da Catalunha.
Foto: Imago/Agencia EFE
Robert Mugabe
O ditador do Zimbábue nunca tira férias sem receber uma boa dose de críticas. Embora seu país atravesse a pior depressão econômica desde 2009, todos os invernos o líder de 93 anos se retira por um mês, entregando a conta para a população necessitada pagar. Consta que a viagem de Mugabe a Cingapura no início de 2017 custou ao país 6 milhões de dólares.
Foto: picture-alliance/AP Photo/T. Mukwazhi
Kim Jong-un
O ditador da Coreia do Norte pode estar confinado a seu país internacionalmente isolado, mas isso não significa que ele não sonhe em tirar férias. Sabe-se que desde a infância Kim Jong-un é fanático pela Disney, e, segundo a mídia japonesa, em 1991 ele teria visitado a Disneylândia Tóquio sob identidade falsa. Em 2012 apareceu na TV estatal ao lado de alguém fantasiado de Mickey Mouse.