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Jornalista é assassinada na Irlanda do Norte

19 de abril de 2019

Repórter é morta em tumultos nos arredores da cidade norte-irlandesa de Londonderry. Polícia trata caso como "incidente terrorista". Recentes negociações do Brexit levantam preocupações de nova espiral de violência.

Nordirland Londonderry Ausschreitungen
Tumultos em Londonderry, na fronteira entre Irlanda do Norte e República da IrlandaFoto: picture-alliance/empics/N. Carson

A morte de uma mulher de 29 anos num tiroteio no conjunto habitacional Creggan Housing, na noite de quinta-feira em Londonderry na Irlanda do Norte, está sendo tratada como "incidente terrorista", tuitou a polícia local na manhã desta sexta-feira (19/04).

"Infelizmente, posso confirmar que depois dos tiroteios desta noite, em Creggan, morreu uma mulher de 29 anos", afirmou o vice-chefe de polícia Mark Hamilton, num comunicado divulgado pelo Twitter.  "Estamos tratando o caso como um incidente terrorista."

Foram abertas investigações de assassinato. "É provável que o Novo IRA esteja por detrás" desta morte, afirmou o inspetor Mark Hamilton.

A vítima era a jornalista Lyra McKee, que relatou frequentemente sobre o conflito na Irlanda do Norte. A conta dela no Twitter está bloqueada, um amigo e colega publicaram as últimas notícias de Lyra McKee:

Anteriormente, houve tumultos em Creggan – foram disparados tiros e lançadas bombas incendiárias. As imagens mostram carros em chamas, veículos da polícia blindados e forças de segurança fortemente armadas. De acordo com relatos da mídia, a jornalista se encontrava entre as frentes e foi atingida por uma bala.

Segundo Mark Hamilton, por volta das 23h de quinta-feira, um homem começou a disparar contra a polícia e Lyra McKee "ficou ferida, tendo sido retirada da área num carro policial até o hospital, mas, infelizmente, acabou por falecer". 

A presidente do Partido Unionista Democrático da Irlanda do Norte (DUP), Arlene Foster, condenou a violência "inútil". "Aqueles que trouxeram armas de fogo para nossas ruas nos anos 1970, 1980 e 1990 estavam errados. Em 2019, também estão errados."

Além disso, a vice-presidente da legenda nacionalista Sinn Fein, Michelle O'Neill, condenou a morte da jovem. "Foi um ataque à comunidade, um ataque ao processo de paz e ao Acordo da Sexta-feira Santa".

Carros são incendiados em LondonderryFoto: picture-alliance/AP Photo/N. Carson

O acordo de 1998 pôs fim ao conflito na Irlanda do Norte, onde durante décadas as comunidades católico-republicana e protestante-unionista lutaram entre si. As negociações do Brexit levantaram, recentemente, preocupações de que a iminente introdução de controles de fronteira entre a Irlanda do Norte e a República da Irlanda, que continuará a pertencer à UE, poderia desencadear outra espiral de violência.

Desde o início do ano, houve várias explosões em Londonderry, mas sem vítimas. Um artefato explosivo detonou em frente a um tribunal no centro da cidade em janeiro, logo após as autoridades haver sido alertadas.

Londonderry – chamada simplesmente pela maioria de habitantes católicos de Derry – tem cerca de 85 mil habitantes e está localizada no extremo noroeste da Irlanda do Norte, na fronteira com a República da Irlanda.

CA/dpa/afp/dw

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