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Jornalista americano morre durante jogo da Argentina na Copa

10 de dezembro de 2022

Grant Wahl, de 48 anos, passou mal na tribuna de imprensa do estádio. Recentemente, ele foi barrado no Catar por vestir em um estádio a camiseta do arco-íris, símbolo da comunidade LGBTQ+.

Grant Wahl em frente a um painel da Copa do Catar
Atualmente, Wahl trabalhava na CBS SportsFoto: FIFA/AP Photo/picture alliance

O jornalista americano Grant Wahl, de 48 anos, morreu nesta sexta-feira (09/12) no Catar, enquanto participava da cobertura do jogo entre Holanda e Argentina pelas quartas de final da Copa do Mundo.

Wahl foi manchete das colunas esportivas recentemente por um protesto feito no Catar. Antes do jogo entre Estados Unidos e País de Gales, em 21 de novembro, ele foi detido pela equipe de segurança do estádio Ahmad Bin Ali por usar uma camiseta do arco-íris, símbolo da comunidade LGBTQ+. A homossexualidade é considerada crime no país.

O jornalista passou mal na tribuna de imprensa do Estádio de Lusail, informou um porta-voz do comitê supremo da organização, que acrescentou que Wahl recebeu imediatamente tratamento médico de emergência e foi levado de ambulância ao hospital Geral Hamad, em Doha.

O presidente da Fifa, Gianni Infantino, enviou as "sinceras condolências" da entidade e da "comunidade futebolística" à família e aos amigos do jornalista.

Carreira de sucesso

Wahl tinha uma longa carreira e vasta experiência em coberturas. Ele escreveu um livro sobre o ex-jogador David Beckham, esteve em oito Copas do Mundo consecutivas e trabalhou para a famosa revista Sports Illustrated, de 1996 a 2020, antes de se juntar à CBS Sports, em 2021.

De acordo com a estação de rádio americana NPR, o jornalista desmaiou na tribuna de imprensa quando a partida estava quase no final.

Há alguns dias, Wahl comentou no seu boletim informativo online que tinha ido a uma clínica, pois não estava se sentindo bem.

"Me disseram que provavelmente tenho bronquite", escreveu. "O meu corpo quebrou. Três semanas com pouco sono, muito estresse e trabalho podem ter esse efeito", relatou.

A mulher do jornalista, Celine Gounder, uma famosa especialista em doenças infecciosas que apareceu na televisão várias vezes durante a pandemia de covid-19, escreveu no Twitter que estava "completamente em choque".

O porta-voz do Departamento de Estado americano, Ned Price, escreveu no Twitter: "Entristece-nos profundamente saber da morte de Grant Wahl".

Já a Federação de Futebol dos Estados Unidos disse que "Grant fez do futebol o trabalho da sua vida". "Nós estamos devastados por ele e a sua brilhante caneta já não estarem conosco", diz a entidade na declaração.

le (Lusa, ots)

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